f o r t y - t w o

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Hoje era segunda-feira, meu primeiro dia no inferno de nível especial, conhecido como semana de provas. Estava nele há três horas e meia e já estava cansada, com tédio, irritada, estressada e com uma enorme vontade de ir embora...do mundo.

— Eu tenho fome.

— Você, literalmente, acabou de comer.

— O estresse faz a sensação de satisfação acabar mais rápido. — Tânia queria me bater, eu podia ver a vontade brilhar em seus olhos castanhos claro.

— Pois eu que não vou gastar dinheiro para acabar com sua fome. Afinal de contas, você me deve dinheiro por ter usado minha cama como motel.

— Foi o calor do momento. — aquela era a razão de sua revolta comigo, o fato de eu, sem intenção, ter usado sua cama no meu momento mais íntimo com Jungkook.

— Não importa, minha cama passou a ser sua — por um tempo virou o rosto, dando a entender que não queria mais conversar comigo. Só por um milésimo de tempo. Logo depois voltou a me encarar com um sorriso cúmplice. — Você finalmente fez, tô tão orgulhosa.

— Acho que isso não é motivo de orgulho.

— Tô te apoiando, pois quando sua mãe descobrir ela vai te matar — eu sinceramente não queria nem imaginar o que seria de mim quando minha mãe descobrisse que perdi a virgindade.

Afinal ela sempre me acompanhava nas visitas à ginecologista, e bom, vai ser impossível comprovar ser virgem agora. Eu estava ferrada, bem ferrada. Mas iria ignorar a morte por enquanto e focar no que era importante, nesse caso, minha morte psicológica.

— Minha mãe eu ainda até relevo. Ela vai entender, o duro vai ser quando meu pai descobrir que eu já não sou mais a princesinha inocente dele.

— Você nunca foi — ela se esquivou quando joguei um pequeno graveto em sua direção. — Será que ele vai gostar de saber que a filha finalmente está namorando? 

— Não estou namorando — disse lembrando que ainda Jungkook não havia feito o pedido, e isso para não dizer que desde ontem eu não o vi e muito menos falei com ele.

— Acho que não falta muito pra isso acontecer — sua certeza quase me deixava esperançosa, quase. — Hum, se bem que...Aconteceu alguma coisa? Você parece preocupada — ela notou minha incerteza.

— É, eu estou preocupada — deito a cabeça em seu ombro. — Ele não atende minhas ligações e não responde as mensagens

Não é que eu estivesse insegura do comportamento estranho e repentino do garoto, eu só estava preocupada. Ele simplesmente sumiu após ter deixado o quarto, e por estar preocupada com sua reação estranha em questão a quem ligava, eu quis saber se ele estaria bem e então tentei ligar. Não resultou em nada, passei a tarde, e parte da madrugada, tentando falar com ele e todas às vezes sem resultado algum. Eu confessava que estava com um puta medo. E a razão ainda era indeterminada, já que eu não sabia que conclusão tirar daquilo.

— Eu não acho que ele esteja fazendo nada errado, só deve estar...sei lá, ocupado ou estressado por culpa das provas — não acho que a razão seja as provas, mas por enquanto iria aceitar aquilo só para acalmar a agitação em meu peito.

— Já estão sabendo da fofoca?! — Talles apareceu de repente, não me permitindo responder Tânia. Foi bom, eu nem sabia o que iria lhe responder.

— Eu nunca sei o que está acontecendo — murmurei me ajeitando no banco. Apontando em minha direção, Talles disse com um olhar eletrizante:

— Mas você é a causa da fofoca.

tweety • jjkWhere stories live. Discover now