t w e n t y - t w o

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— Tenho sérias dúvidas sobre suas preferências alimentícias

Com um um olhar de julgamento, Jungkook encarava o que eu poderia denominar com os restos mortais de meu Mclanche Feliz.

— Quer apanhar de novo? 

Levou a mão a barriga, possivelmente lembrando-se da cotovelada levada horas atrás quando me provocou. Não que me orgulhasse do meu comportamento, mas meu ato sereia justificável como culpa dele, e unicamente dele.

Além de sua aproximação, suas palavras fizeram com que agisse antes de pensar, o acertando com uma cotovelada para que ele saísse de perto e parasse com as provocações. Provocações essas que estavam me deixando sem rumo. Eu sentia que estava sendo como um brinquedo em suas mãos. Era irritante. Ele era irritante.

Erguendo as mãos em símbolo de paz ele voltou a dizer, mas agora deixando óbvio sua curiosidade:

— Por que um Mclanche feliz? Tem muitos outros lanches melhores 

— Gosto de colecionar os brindes. — mostreo contente o mais novo brinde ganhado. Um pequeno chaveiro do Darth Vader.

— Você não faz nada de saudável na vida? — jogo uma batatinha nele. Um sorriso se abriu em seus lábios e eu me pego com uma forte vontade de eternizar aquele sorriso em minha mente. — Quantos você já colecionou?

— Nunca parei para contar —  inclino a cabeça para o lado, o chamando para me seguir.

O que estava para fazer era um tanto que íntimo demais, ao menos para mim. Estava para lhe mostrar uma parte da casa a qual somente pessoas íntimas entravam. Meu quarto. Somente pessoas muito próximas entravam ali. Sendo mais clara, somente meus pais e Tânia.

A razão de estar deixando Jungkook entrar me fazia pensar que estava deixando o que sinto por ele falar mais alto. Afinal, ele deveria ser a última pessoa na fase da terra a atravessar a linha tênue entre ódio e intimidade. Ah, que ótimo, minhas barreiras contra romance estavam falhando novamente. E tudo por culpa dele e seu bendito sorriso.

— Coleciono desde pequena — assumo mostrando-lhe a coleção que pegava a parede toda. Do chão ao teto haviam prateleiras repletas de pequenos brindes. Dos mais diversos, de bonequinhos de desenhos antigos aos mais novos.

— Isso é bizarramente legal — murmurou ele surpreso com o que via. Se aproximou para ver cada brinde ali com mais detalhe, e então sorriu. A fascinação brilhando no olhar.

De repente me sinto exposta demais. Nem mesmo ter ficado "nua" em sua frente me deixou com a sensação de estar exposta daquela maneira. Apesar de parecer algo bobo e infantil, aquela coleção tinha um certo e importante significado para mim.

Começo a ter medo que ele entrasse no modo curioso e começasse a xeretar meu quarto. Como dito, meu quarto era um canto só meu, onde pouquíssimas pessoas eram permitidas ali.

Em meu quarto eu tinha tudo o que considerava íntimo demais. Cada decoração ali era importante. Até mesmo cada pelúcia em minha cama guardava um segredo meu. Eu tinha ciúmes de meu quarto, e tinha ciúmes de cada coisinha ali.

— Pronto, já viu — tento chamar sua atenção. Vou para perto dele, pegando em sua blusa de frio e o puxando para fora do quarto. Tentando, na verdade.

— Rose — meu coração pulou em meu peito quando me segurou pela cintura com ambas as mãos, e me virou para ele. Meu. Jesus. Cristinho. — Tá tudo bem? — perguntou sorrindo de canto.

Não, não estava. Sua pegada em minha cintura me deixou com a sensação de formigamento por todo o corpo. Até mesmo um calor irritante surgiu em minha nuca. Engulo seco, tentando achar minha voz.

tweety • jjkWhere stories live. Discover now