f i f t e e n

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**Vocês que estão pedindo beijo, te aquietam pq o beijo está bem próximo, e lembram: O santo beijo demora, mas quando chega, chega até tirando roupas ;) 


13° dia de aposta.

Segundas-feiras poderiam ser consideradas como bater o dedinho na quina do móvel. Doloroso, horrível e irritante.

Eu não gostava de segundas-feiras. Não tinha uma razão tão plausível para meu desgosto com o dia em si, eu só não gostava.

— Você já é grandinho, poderia muito bem ir sozinho.  

De segunda à sexta sempre precisei acordar às cinco da manhã para as aulas, mas por alguma razão desconhecida, nas segundas-feiras tudo ficava um saco. Talvez seja por culpa das pessoas que transformaram segundas-feiras em um dia tenebroso, mas eu passei a somente querer dormir e não ver a cara de ninguém nas segundas. E cada vez mais estava tentada a colocar meu ódio em segundas-feiras como culpa dele.

— Você é a assistente, acha que esse cargo serve para quê?— sua provocação me deixava ainda mais irritada. A situação em que estava metida naquele dia em ocasião era a seguinte:

Para que Jungkook pudesse voltar ao time de basquete de uma vez por todas, precisaria passar por alguns exames. A clínica a qual os alunos eram examinados não ficava dentro do colégio, e quando era necessário os exames, os pais dos alunos vinham ao colégio e os levavam para a clínica. Mas sempre existia a segunda opção.

E Jungkook optou pela segunda opção. Usar o treinador ou a assistente para acompanha-lo até o lugar. O treinador estava livre. Ele não estava fazendo nada. Estava completamente livre. Mas Jungkook escolheu a assistente.

Chiei, reclamei, choraminguei e a vice não se importou. Praticamente me obrigou a acompanhar Jungkook até a clínica. Aquilo estava aumentado meu ódio por segundas-ferias de uma maneira assustadoramente imensa.

— Acredito que posso te empurrar na frente de um carro e fingir que foi acidente — murmuro distraídamente enquanto imaginava a cena violenta. Às vezes me superava em pensamentos não lúdicos.

— Gosta de ser violenta, não é?

— Com você? Sim — Com a cabeça inclinada para o lado ele sorriu satisfeito com alguma coisa. Resolvo ignorar o que possivelmente aquele sorriso queria dizer. — Por que o táxi está demorando tanto? — reclamo desviando o olhar do seu.

Ele riu.

— Táxi? Não vamos de táxi — e eu pude entender sua risada. — Vamos de ônibus — sinalizando para a placa acima de minha cabeça me dou conta que estávamos em um ponto de ônibus.

— Ônibus?!

— Ônibus.— confirmou

— M-mas por que ônibus?

Em silêncio ele me encarou por um tempo. Seu olhar era desconfiado, dado a minha reação um tanto que exagerada pela razão de estarmos prestes a pegar um ônibus.

— Ah merda, me diz que você já andou de ônibus — soltou um suspiro de desaponto quando sorri culpada, confirmando que nunca havia andando de ônibus. — Você é tão patricinha assim? 

— Meu pai tinha neura de que eu pudesse cair e quebrar alguma parte do corpo andando de ônibus, então sempre me levou para todos os lugares de carro.

— Você é inacreditável.

— Eu não tenho culpa, meu pai que é neurótico com acidentes — Olhou por cima de meu ombro, checando o ônibus que se aproximava.

— Ok, não toque em nada estranho, não fale com ninguém e não puxe a alavanca de emergência — segurou em meus ombros e me incentivou a subir ao ônibus que parou em nossa frente.

Certo, nunca havia entrando em um ônibus, mas não era nada demais. Na verdade, se for pensar de uma maneira divertida, era como o ônibus de passeio escolar, só que mais aberto e sem os bancos confortáveis.

— Não tem lugar — comento olhando todos os bancos ocupados. Jungkook, logo atrás de mim, sorriu. Ele se encostou em uma das paredes de aço, e me olhou sugestivo. Não entendo seu olhar, por sua vez ele revirou os olhos com minha lerdeza.

Vinde a mim — abriu os braços. Mesmo não querendo sorri com a brincadeira idiota.

— Acho que esse não é um bom sentido para o uso das palavras da Bíblia.

— Imagino que você me mandaria para o inferno se soubesse o que penso quando olho para sua pernas.

— Estamos em público — implico ignorando a sensação de calor querendo surgir em meu corpo devido a suas palavras.

— Então só podemos falar disso quando em particular? — Como não fiz menção de me mexer ele pegou em meu pulso e me puxou para ele.

— Nem em público nem em particular — tento me afastar, mas o ônibus passou por uma lombada, fazendo minha tentativa fracassar e me jogando para ele novamente.

Ele segurou em minha cintura, segurou firme o suficiente para que mesmo se tentasse não caísse de maneira alguma. Revirando os olhos, desisto de tentar sair e fico ali. Mas minha mente forçava o sentimento de calor não preencher meu corpo, ou me atormentar. Ficar daquela maneira com ele me deixava nervosa, me fazia imaginar o que não devia. E eu sinceramente não deveria gostar. Ou deveria?

— Me responde uma coisa — começo tentando focar minha atenção em outra coisa. — Por que raios você tem um quarto só para você? — tinha inúmeras perguntas remoendo meus pensamentos, mas por enquanto, para matar um pouco da minha curiosidade, aquela serviria.

— É recente, e por pouco tempo. O cara que dividia o quarto foi embora, mas o infeliz do Greg já deu um jeitinho de ser transferido pro meu quarto na próxima semana.

— Não parece contente com isso. Por quê?

— Porque eu queria você dormindo comigo — provocou apertando um pouco os dedos em minha cintura. Deus, sinto tudo e mais um pouco com aquele ato.

O ônibus parando por segundos esperou um casal descer. Ali estava a brecha para fugir da situação tentadora. Aproveitando os lugares recém vagos me afasto rapidamente de Jungkook. Pegando em sua mão o puxo direção aos lugares.

O ônibus deu um tranco com a largada, e eu perco o equilíbrio que achava que tinha. Tento me segurar, mas me perco em meus movimentos, não sabendo o que fazer. Jungkook resolveu agir por mim. Sendo rápido, ele sentou primeiro e me puxou para sentar antes que pudesse cair. Por ele ter agido antes que eu, não pude pensar direito, então acabei apenas sentando em seu colo.

— É teu celular? — pergunto no automático após sentir algo. Ele riu.

— Vai se sentir melhor se eu disser que sim? — sua mão estava em minha coxa.

— Vou me sentir melhor se esquecermos isso — Demoro um tempo para pensar devidamente. Apenas consigo encarar seus olhos que transbordavam um humor malicioso. Com a risada da senhora no banco de trás eu acordo. Em um pulo me sento no outro banco. Jungkook riu.

Queria me expressar de diversas maneiras, xingando, lhe batendo, entre outras, mas além de estarmos em público, eu sabia que parte da culpa era minha. Então, para apenas não deixar passar em branco, murmuro descontente:

Eu te odeio

tweety • jjkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora