t w e n t y - n i n e

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E de repente, naquela amanhã, eu acordei somente com uma blusa masculina em meu corpo.

Tá certo, não foi assim tão de repente. No meio da madrugada, quando deveria estar dormindo, eu estava tendo uma conversa duvidosa com o rapaz que dividia a cama. No ápice da conversa acabei revelando detestar dormir de calça, o que naquele momento estava fazendo. Não perdendo tempo, o querido ás do time teve a brilhante ideia de sugerir sua blusa como vestimenta mais confortável para se dormir.

Eu aceitei. Vamos ser sinceros, eu não tinha o porquê negar. Estávamos falando de dormir com a blusa dele, com o cheiro dele...tudo em mim gritou para aceitar sem pensar duas vezes. Mas de verdade, eu deveria ter negado.

A noite toda a blusa teimou em subir, deixando a calcinha que usava visível. Jungkook, dando uma de menino santo, descia a blusa toda vez que ela mostrava mais do que devia. Mas em alguns momentos sua mão boba me apalpava descaradamente. Até tentei ficar brava, porém, era impossível. A risadinha que eu deixava escapar enquanto tentava tirar sua mão entregava o quanto gostava daquele seu comportamento terrível. 

Fica — ao tentar sair da cama fui puxando pela cintura. O dono da voz rouca que murmurou me prendeu em seus braço, não deixando-me ousar levantar.

— Precisamos ir para a aula — tento me soltar, mas foi inútil.

— Não quero.

— Jungkook...alguém pode entrar.

— Deixe que entre — pegou minha mão que tentava me soltar de seu aperto. Seus dedos delicadamente deslizando meu anel por meu dedo. Com a outra mão lhe dou um tapa na mão. Ele riu.

— Qual é seu propósito com isso? — pergunto sentindo raiva de seu sorriso cretino. Encaixando a cabeça na curva de meu pescoço ele murmurou:

— Você não precisa mais dele

Que filho da égua!

— Nós não transamos.

— Chegamos perto.

— Naquele dia eu só mostrei meus seios.

— Já é um bom motivo para se livrar dele. Aliás, sempre achei estranho esse negócio de castidade — sua respiração batia diretamente em um ponto sensível que até agora não achei que existia.

— Não é bem castidade. Está mais para último recurso de desespero.

— Último recurso?

— Se caso nada der certo, eu meio que pretendo vender minha virgindade por alguns milhões — ergueu a cabeca. Seu olhar foi incrédulo, como se recusasse a acreditar naquilo. — O quê? Eu quero dinheiro — me defendi.

— Está falando sério?

— 90% sério.

— Quanto quer?

— Já vi um caso onde a garota conseguiu seis milhões. Não preciso de tudo isso, uns dois está bom. — fingiu pensar.

— Não tenho essa grana, estou meio quebrado no momento. Posso me tornar um tipo especial e te pagar parcelado? — seu sorriso conseguiu me fazer sorrir também. Soltando minhas mãos, ele segurou em meu quadril.

Nop, quero à vista — era ilógico não devolver sua brincadeira. Surgia como uma necessidade provocar ele e ser provocada. Ainda com as mãos em meu quadril ele puxou todo meu corpo para perto do seu. Deixando tudo encostado ao seu. Meu Deus.

— Estamos falando de você, então posso me esforçar um pouco e arranjar a grana.

— Está disposto a se meter em encrenca para comprar minha virgindade?

— Estou disposto a fazer tudo por você. — sorrindo um pouco me prendo em seu olhar. Gostava daquela sensação que ele me trazia, a sensação de conforto. Era incrivelmente boa. — Eu quero te beijar — sussurrou ele. Aquilo foi o ápice.

Aproveitando sua leve distração me soltei dele e tentei me levantar. Como dito, apenas tentei. Novamente ele me puxou, só que dessa vez me mantendo presa de costas para ele.

— Jungkook, é sério, precisamos ir para a aula — já passava da cinco da manhã, se caso não me levantasse naquele momento, estaria ferrada de tão atrasada, e bem, eu nunca me atrasava, mesmo odiando estudar.

— Podemos faltar hoje

— Não podemos não... —Enquanto tentava me soltar, mexia meu corpo mais do que devia, causando um atrito em partes de nossos corpos que não deveria ter acontecido. No mesmo instante paralisei.

Meu. Deus. 

Não se mexa

Não precisava nem pedir. Engoli em seco, tentando não dar importância ao que acontecia. Só que merda! Era impossível ignorar.

— Hm...então é verdade, vocês homens tem aquele negócio de...

— Ereção matinal — completou por mim em uma voz baixa. — Não é nada demais, a não ser que você resolva continuar mexendo a bunda contra ele. Aí sim, vamos ter um grande problema.

— Grande? — provoco.

— O suficiente para você se arrepender de me provocar — dou risada com sua tentativa em se proteger. Mas acabo entrando em choque com ele segurando firme em quadril e me apertando contra ele. Minha nossa.

— Jungkook — chamo nervosamente. Ele ri.

— Fica tranquila, não vamos fazer nada.

— Não tem como ficar tranquila. — apesar da situação, sua calma me assustava. Tá certo que não tinha muito motivo para ficar pirada, afinal, acho que já tínhamos um grande grau de intimidade para aquilo acontecer e nenhum dos dois de fato estranhar...ah droga, quem eu queria enganar, eu estava pirando.

— Você vai precisar se acostumar com isso.

Afastando-se ele saiu da cama, acalmando meu coração acelerado e a formigamento entre minhas pernas. Por segundos meus olhos ficaram presos em seu corpo, esquecendo o quase ataque cardíaco de segundos atrás. Suas tatuagens. As tatuagens meu Deus! Não me dando tempo de continuar a admira-lo, pegou em minha mão, puxando-me para ficar em pé.

Ui — exclamo pela maneira ao qual ele me puxou. Segurando em minha cintura me deixou perto de seu corpo novamente. — Você malha? — sem vergonha alguma deslizei minha mão por seus braços, admirando como uma boba.

— Sou obrigado a fazer isso.

— Falando assim faz parecer que você odeia basquete.

— Um pouco — queria prestar atenção no que exatamente suas palavras queriam dizer, mas suas mãos tirando a blusa de meu corpo roubou toda minha atenção. — Preciso da minha blusa — murmurou deixando um beijo em meus lábios.

— Eu gosto dela — mas gostava ainda mais de suas mãos de contraste com minha pele, tocando-me tão intimamente. — No meu corpo — sorriu.

— Também prefiro ela no seu corpo — ergo os braços, deixando ele tirar a blusa de uma vez. — Mas prefiro você sem ela, e completamente nua — antes de se afastar brincou com o elástico da calcinha, olhando fixamente em meus seios.

— Vá embora — minha vontade era que ele ficasse, mas seria impossível. Por diversas razões sua permanência ali era um grande risco, principalmente para meu corpo. Rindo ele terminou de vestir a blusa. — O que foi? — questionei por sentir algo de diferente em sua risada.

— Imaginei que minha mãe iria gostar de te conhecer — revelou.

— Isso quer dizer que vou conhecer sua mãe?

— Não. — uma resposta rápida e curta, sem pensar duas vezes, nossa.

— Não quer que eu conheça sua mãe? Ou seu pai?

Voltou a se aproximar após terminar de se arrumar. Segurou em meu rosto, deixando-me encarar somente ele.

— Não quero que meu pai conheça você. E se possível, que nem chegue perto.

tweety • jjkWhere stories live. Discover now