Entrelaçados

1• Oliver Windsor

Oliver Windsor

Não acredito que ainda são quase sete da noite, numa terça-feira e eu já estou em casa. Vou aproveitar o tempo livre para um belo banho e devorar a deliciosa comida que meu anjo, Cora, fez e tentar relaxar um pouco...

Engano meu, por achar que iria relaxar. Depois do jantar, que estava maravilhoso, por sinal, acabo de me lembrar que tenho uma videoconferência para alinhar alguns projetos futuros para o hospital.

Um pouco mais de uma hora de reunião, dou-a por encerrada. Acho que vou deitar-me um pouco para relaxar e assistir um filme, até pensei em chamar alguma amiga para me divertir um pouco, mas o cansaço é maior. Então eu vou mesmo é para a cama.

Mesmo deitado, minha cabeça não para de pensar nos próximos projetos que tenho para o hospital. Eu preciso de férias...

São nove e meia da noite, por que será que Meg está me ligando essa hora? Se bem me lembro, ela já deveria ter saído do hospital. Será que essa maluca se meteu em mais alguma loucura?

-Oi Meg, aconteceu alguma coisa?

-Oliver, eu estava de saída aqui do hospital, mas uma criança de treze anos deu entrada aqui, com traumatismo craniano e quando eu fui prestar os primeiros socorros, já percebi que é caso de alto risco .

Pela voz de Meg, já percebi que ela está nervosa. Mesmo sendo uma excelente profissional, Meg sempre fica um pouco mais fragilizada quando se trata de crianças, desde o dia em que perdemos uma paciente, ainda criança, na mesa de cirurgia.

-Ok, Meg,. Eu já estou à caminho. Peça à Andy que prepare os instrumentos cirúrgicos e você, por favor, peça para que preparem a sala de cirurgia. Estarei aí em poucos minutos.

-Certo, Oliver. Te aguardo aqui.

-Ok.

Enquanto falava com Meg, eu já estava me vestindo com as primeiras roupas que estavam na minha frente,

Já no carro, liguei para Meg para acalmá-la, porque sei como ela deve estar nesse momento.

Liguei e com menos de três toques ela me atendeu.

-Oliver, você já está chegando? Já está tudo pronto...

-Meg, eu já estou chegando, eu liguei apenas para pedir para que você fique calma. Vai dar tudo certo, ok? Se quiser, assim que eu chegar, você pode ir para casa relaxar.

-Não, Oliver! Vou ficar aqui com você até que a cirurgia termine.

Eu nem vou tentar convencê-la do contrário, do jeito que ela é teimosa e brava, é capaz de ela querer me jogar da janela do sexto andar!

-Certo.

Em menos de vinte minutos, cheguei ao hospital e constatei que o caso era realmente grave e que Meg estava nervosa, mas tentando manter a postura, como uma profissional deve fazer.

Meg, Andy, que além de amigo é um instrumentador de confiança e os demais membros da equipe já estavam a postos.

Começamos a cirurgia e em aproximadamente seis horas, a cirurgia havia sido concluída, e com sucesso.

Saímos da sala de cirurgia e Meg me abraçou e chorou, como sempre faz em casos assim.

-Ah! Eu também quero abraço, eu estou muito emotivo esses dias, Oliver e você não tem me dado atenção. Venha e me abrace também.

Disse o idiota do Andy, arrancando risadas de todos, fingindo está chorando. Por que ele é assim?

-Hoje não, Andy. Estou te devendo uma consulta especial, não é?