Quer que eu bata o carro, Meg?

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Por Oliver

Depois de uma noite um tanto quanto desastrosa, não consigo pegar no sono direito. 

Nesse momento, com Meg deitada em meu peito, penso em como eu fui irresponsável ao agir feito um animal. Mas sendo sincero, eu não me arrependo. Ninguém que ouse tocar em minha esposa ou e filha, ficará impune. 

Outra coisa que está me tirando o sono é: com tantas mulheres naquela boate, por que Meg? Não nego que virei um bicho ao perceber aquele babaca tentando se aproximar de minha esposa, mas também não passou despercebido por meus olhos, que ele tentou me tirar do juízo à qualquer custo, principalmente ao dizer que Meg havia se oferecido à ele.
Outra questão: Quando Meg chamou a atenção dos seguranças, eu queria que ela parasse para não causar mais danos do que eu já havia causado à ela, mas ela teve razão. Onde eles estiveram durante todo o tempo? De fato, eles são pagos para deixá-la em segurança e, numa situação como essa, eu posso me virar, mas a obrigação deles era retirar Meg imediatamente do local. 

Sinto que aqui já não é mais tão seguro assim. A grande questão é saber se não é seguro pelo fato de que meu destino com Meg tenha sido descoberto. 

Bem, assim que acordarmos, entrarei em contato com meu pai, meu irmão e meu sogro e procurarei saber de algo. Mas já irei adiantar nossa ida para a Escócia! É mais seguro.

Depois de tanto pensar, sinto o sono se apossando de mim…

(Três dias depois)

Depois de ficar mais paranóico do que o normal e conversar com meu irmão sobre o ocorrido há alguns dias, assim como meu pai e meu sogro, eles acharam melhor que Meg e eu adiantássemos nossa ida para Escócia. 
Depois de conversarmos bastante, convenci minha esposa à irmos para o nosso próximo destino, sem entrar em tantos detalhes. Tentei poupá-la das paranóias que se passavam em minha mente. Que talvez não sejam paranóias...

Meg e eu decidimos curtir o último dia aqui em em Cancún. Fomos à praia, demos alguns mergulhos que nos renderam boas fotos para nosso álbum de lua de mel, compramos algumas roupas para Olívia, lembranças para nossos amigos e familiares e, encerramos a noite com um jantar em um restaurante bem reservado, a pedido de minha esposa, já que não queríamos mais problemas por aqui. 

-Por que trocou os seguranças, Oliver? -diz enquanto degusta seu prato à base de milho e tomate, típicos da região. 

-Meg, depois daquela noite na Coco e depois de analisar cada palavra do que você disse à eles e toda a situação, não sei se poderia continuar confiando neles…-digo, enquanto sorvo um gole de meu whisky. 

-Eu te compreendo e não te julgo por isso. Me desculpei com eles pela forma grosseira que eu falei, mas não retirei uma só palavra, Oliver. Eles sabiam exatamente o motivo de serem contratados e, ainda assim, te deixaram lá. Poderia acontecer algo pior... -diz, pensativa. 

-Meu amor, você não entende que a minha preocupação não é comigo. Eu sou homem e posso me virar. A obrigação deles é mantê-la em segurança em situações como essa. Minha prioridade sempre será você e Olívia.- beijo sua aliança. 

Meg respira fundo, pondo a mão em sua barriga, me deixando em alerta.

-Sua filha chutou e disse que você está sendo machista, porque sabe que a mãe dela acabaria com aquele filho da puta em dois tempos. Muito mais rápido do que você! - diz e faz uma careta, enquanto reclama de seu drink sem álcool. - Um pouco de whisky cairia bem...

Dou risada. Meg sabe que estou preocupado e está desviando o assunto para tentar me manter mais calmo. 

-O chute foi forte? -pergunto, já que tem uns dias que não sinto minha pequena chutar. 

EntrelaçadosWhere stories live. Discover now