Quem disse que eu te perdoei?

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Por Megan

São tantas informações, ao mesmo tempo, que é difícil de processar. 

Oliver me tratou com indiferença e, ainda convidou Harry para sair, somente para que eu pensasse que ele havia esquecido de meu aniversário. 

Se passou por uma equipe e me trouxe até aqui, na Suíça, porque é um lugar que ele sabe que eu amo e aqui teríamos como conversar, sem que eu precisasse fugir dele e sem a interferência de ninguém. 

Escutei tudo que estava engasgado e, por nenhum segundo quis justificar seus erros. Muito pelo contrário, os assumiu e disse que está disposto a repará-los. 

Oliver não é um homem de chorar facilmente e, hoje, vi um cara completamente desconcertado e livre de qualquer capa. Ele não fez questão de esconder seu nervosismo, suas dores, suas angústias, seus medos e nem suas lágrimas. 

Depois de tudo, completamente atento ao seu relógio, ainda me presenteou com flores e uma torta, à meia noite. 

Nada poderá reparar os danos que sua atitude me causou. Mas vê-lo tentando reparar seus erros me fez repensar. 

O que doeria mais: A dor de amar um homem que, do seu jeito louco, tentou reparar seus erros e se mostrou arrependido e disposto a reparar seus erros? Ou a dor de vê que, ao menos, ele tentou reparar os danos e eu preferi seguir sozinha e deixar a metade de minha vida com ele para trás? 

Como eu disse à Esther, todos nós estamos fadados ao erro. E Oliver e eu não estamos safos disso. 

Enquanto olho para as rosas em minhas mãos e penso, vejo Oliver pegando suas malas e saindo. 

Ao escutar o barulho da porta se fechando, uma dor se apossou de meu peito e as lágrimas insistem em cair. 

Olho pela porta de vidro, e não o vejo… 

O que será que meus pais me aconselhariam?
Minha mãe mandaria seguir meu coração. Meu pai me contaria uma história e, no fim, teria uma resposta para minhas dúvidas. 

Mas, diferente das outras vezes, vou agir sozinha… 

Deixo as flores no sofá e, à passos largos, abro a porta à procura de Oliver. 

Ao olhar para o lado esquerdo, o vejo encostado no muro da casa em que estou hospedada. Ele mexe em seu telefone e percebo que ainda chora. 

Ele ainda não me viu. O frio aqui fora, de acordo com meu celular, é de menos quatro graus. 

-Deve está gostando de ficar aqui fora, não é mesmo? Menos quatro graus para quem gosta de deixar um quarto quase nevando, não é nada… - digo, olhando para o alto. E, pelo canto de meus olhos, posso vê-lo limpando seus lágrimas. 

-Meg, você não deveria está aqui fora. Está muito frio e você pode ficar doente. Estou tentando contato com Joey, para vir me buscar. Logo ele me atenderá. 

-Hmm… entendi. Sabe Oliver, as dores que você me causou não foram poucas e nem pequenas. - digo e me viro para ele, que não desvia seu olhar de mim - mas eu estava me questiono o que realmente estava me causando dor. Se foram suas duras palavras ou se era a falta que você me fazia… 

Ele continua me olhando e suas lágrimas continuam caindo. Olho para cima e vejo que alguns pingos de chuva caem do céu. 

-Me perdoe por tudo, Meg. Eu fui um tolo e machuquei quem eu mais amo. 

-Como eu dizia antes, eu me questionei, Oliver. E, depois de escutar tudo que você tinha falar e eu dizer o que estava preso em meu peito, a dor foi se dissipando, ainda assim, eu continuei perdida. 
Quando o vi cruzando essa porta, a dor foi voltando e o barulho dela se fechando, fez com que a dor se instalasse em meu peito de uma forma esmagadora! 

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