Entrelaçados

A noite está apenas começando...

Por Oliver

Passar o dia com Meg, em seu aniversário e como seu namorado, realmente foi incrível. 

Que medo que eu tive de não poder estar ao seu lado nesse momento. Enquanto Meg falava ao telefone com seu pai, entrei em contato com o restaurante onde eu levarei Meg mais tarde e deixei tudo planejado. Trouxe comigo, seu anel de formatura e um outro que eu já havia encomendado, antes que acontecesse toda essa loucura com nós dois. 

Aproveito que Meg foi para o banho e ligo para Paul para falar sobre minhas reais intenções com Meg essa noite.  

“-Oi, Paul. 

-Oi, Oliver. Não vai me dizer que Meg te deu um belo chute na bunda? -diz com o humor ácido de sempre. 

-Foi por muito pouco… - digo e o escuto ri do outro lado. 

-Que pena, isso seria incrível! O que houve dessa vez? - diz e ouço sua risada.

-Paul, hoje eu levarei Meg para jantar e quero pedir sua mão em casamento, mas antes, queria comunicá-lo. 

Paul fica em silêncio por uns instantes.

-Paul, está tudo bem? 

O ouço respirar fundo. 

-Puta que pariu… Você está me dizendo que vai pedir a Meg em casamento, morar junto e essa porra toda? 

-Sim, Paul. Mesmo sendo tudo muito “recente”, Meg e eu já temos bagagem o suficiente para levarmos nossa vida juntos. E eu não queria falar com ela sem comunicá-lo antes. 

-Caralho, minha Meg Birrenta…

Fica em silêncio por mais alguns instantes.

-Me lembro do dia em que vocês estavam sentados, lendo um livro sobre medicina, no dia em que se conheceram. Sam e Sarah diziam que vocês faziam um casal bonito e eu disse que se você se aproximasse de Meg, eu arrancaria suas bolas. Agora, anos depois, você está apenas confirmando tudo aquilo que nós já esperávamos da relação de vocês dois. 

Oliver, ainda estou puto pelas suas ações com Meg, mas se ela o perdoou, quem é sou eu para ser contra? A única coisa que eu lhe peço é que não faça mais a minha filha sofrer, porque dessa vez eu irei atrás de você e cumpro a promessa de anos atrás. 

Sem que ele ouça, eu acabo rindo da promessa que ele nunca esqueceu. 

-Isso seria um sim?

-E adianta eu dizer que não? Está muito óbvio que vocês se amam e, com minha benção ou não, vocês seguirão a vida de vocês e, sinceramente, não acho que estejam errados. Oliver, você foi um puto, mas admiro sua postura. Eu não tive a mesma responsabilidade com Sam e esperei que meu sogro viesse à mim, falando muitas coisas, que antes eu julgava serem besteiras, hoje sei que foi necessário, porque eu fui um grande babaca. Hoje, sendo pai de menina, entendo o avô de Meg e sei que ele tinha toda razão e à cada palavra desferida à mim, naquele dia, fazem total sentido e razão. Oliver, se é de minha benção que você precisa, vocês já têm. 

-Muito obrigado, Paul. Prometo honrar sua filha até o fim dos meus dias. 

-Eu acredito, Oliver. Caso não cumpra com sua promessa, eu mesmo dou um fim aos seus dias.