Que situação!

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Por Oliver

Com que cara eu irei olhar para Paul agora? Que situação constrangedora!

-Meg, venha, saia do banheiro.

A cena é um tanto cômica, se não fosse trágica. Meg sai do banheiro mais branca do que a cor da toalha em cima da cama, enquanto olha para seu pai...

-Paul, eu assumo toda a responsabilidade. Eu peço desculpas por não ter respeitado a sua casa. Pedi para Meg vir me ajudar com minha agenda e, quando nos demos por conta... -Meg me corta e, mais uma vez, me surpreende.

-Desculpa, pai! Eu fui a culpada, eu que vim até o quarto de Oliver, mesmo não tendo sido chamada. Eu já me acostumei a dormir com ele e não queria ficar longe, mesmo estando a apenas três portas de distância. Senti falta de Oliver e aqui estou eu. Aconteceu o que o senhor está pensando, não vou ser hipócrita em negar. Peço desculpas por isso. Mas a culpada fui eu e eu já estou voltando para o meu quarto.

Meg dizendo tudo isso para o pai dela? Sem nenhuma vergonha? Eu queria poder beijá-la agora e dizer o quanto a amo, mas com o pai dela aqui, ainda corro o risco de ter minhas bolas arrancadas!

Paul olha para Meg e eu e solta seu famoso sorriso sarcástico, cruzando os braços, próximo à porta.

-Recomeçando, não é Meg? - pergunta Paul, me deixando confuso. Meg sorri, do mesmo jeito do pai.

-Sim! Estou seguindo a lição de casa direitinho. De vez em quando, eu erro em uma questão ou outra, mas sigo fazendo o meu melhor...

Paul se aproxima de Meg, que já estava próxima a porta, para voltar para seu quarto.

-Sabe... quando eu tinha a idade de vocês, a pessoa que eu mais fugia era de seu avô, Meg. Sua mãe e eu já aprontamos muito e nós dois nunca tivemos a capacidade de assumir nossos erros. Ao entrar aqui, eu já sabia que te encontraria aqui, Meg.

E sabe o que eu mais admirei? Mesmo que Oliver tenha tentado mentir sobre a razão de você estar aqui, nenhum dos dois fugiram da responsabilidade dos seus atos. E é do caralho vê que vocês estavam em uma sinuca de bico e, ainda assim, não tiraram o corpo fora.

Não nego que fiquei puto ao escutar algumas coisas. Mas também sei que minha filha já é maior de idade e sabe o que faz.

O deslize de vocês me deixou puto, mas agora eu sei que isso não se repetirá.

E Meg, não precisa voltar para o seu quarto, se não quiser e se quiser voltar para o seu quarto, leve Oliver com você, se quiserem, é claro. Um dia me disseram que ter uma filha mulher dava trabalho pra caralho, mas ninguém nunca me disse que ser pai de uma mulher sábia e ser sogro de um cara extremamente responsável, me daria tanto orgulho.

Estou voltando para o meu quarto, espero não ter que escutar barulhos novamente, se não, Oliver, eu realmente arranco suas bolas e as penduro na árvore lá de fora... Se cuidem!

Meg corre e abraça seu pai, que acaba me abraçando também.

-Oliver, a pizza amanhã é por sua conta!

-Deixa comigo, Paul! E, mais uma vez, desculpe pelo ocorrido.

Paul acena sua cabeça e sai do quarto.

Vejo que Meg tranca a porta e vou até ela, à passos longos, a abraçando.

-Você está tirando o final de semana para me surpreender, Srta. Bennet! Quer dizer que você sentiu minha falta enquanto estava em seu quarto. -digo enquanto dou um beijo em seus lábios.

-Sim! E espero te surpreender positivamente sempre. E eu estava morrendo de saudade de você, meu Dr. Gostosão!

Nos beijamos e fomos deitar e, depois de muito conversar, vejo que Meg adormece em meus braços, com sua perna jogada em cima de mim. Depois eu sou o espaçoso... Mas não nego que dormir assim, com ela em meus braços, me deixa completamente feliz.

EntrelaçadosWhere stories live. Discover now