10• Será que é meu instinto protetor?

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Por Oliver

Dormi um pouco mais de três horas e resolvi descer para comer alguma coisa. Tomei um banho e desci.

Quando cheguei no restaurante do hotel, vi Meg com um rapaz.

Bem, eu não o conheço, mas ela deve o conhecer pra cacete, já que estão rindo bastante...
Me aproximei e os comprimentei.

-Boa tarde, Meg.

-Oi, Oliver. Boa tarde.
Deixe-me lhe apresentar meu amigo. Esse Jacob. O conheci ainda a pouco aqui no restaurante.
Ele é neurologista como eu e também irá participar da palestra de logo mais, com o Dr.Klaus.
Jacob, esse é meu amigo Oliver, a quem eu havia falado com você.

O rapaz é boa pinta, mas algo nele não me cheira bem e tem cara de quem se acha fodão!

-Prazer, Oliver. Fiquei sabendo, através da Meg, que você é neurocirurgião e presidente do hospital Windsor, não é?

Ele acabou de conhecê-la e já está a chamando de MEG? hmmmm... Íntimos demais, sorriso sacana. Meg ainda não percebeu que o cara está se aproveitando dela.

-Prazer, Jacob. Sim, sou neurocirurgião e presidente do Hospital Windsor. E, nas horas vagas, segurança da Meg.

Disse, tentando soar brincalhão, mas tenho certeza de que eu falhei, já que disse o encarando. Quero que ele saiba que se machucar ou usar Meg, seu problema será comigo!

-Meg é tão especial a ponto de ter um segurança desse nível? Está de parabéns, Meg! -soou debochado. Eu estou dizendo que esse cara é estranho.

Percebi que ele oferecia bebida pra Meg a todo momento. Meg não pode se esquecer de nossa palestra de logo mais. Tomara que ela não exceda...

-Meg, me disse que é solteira e mora sozinha em Londres e você, Oliver?

Pra que esse puto quer saber? Meg, pelo visto, já deve ter contato até o nome do primeiro namoradinho do jardim de infância!

-Sim, sou solteiro. Qual o motivo da pergunta? -pergunto, cruzando os braços e o encarando.

-É que é estranho um homem e uma mulher serem amigos e nunca ter rolado nada. Ééé... ou já rolou?

Disse o babaca rindo.

-Existe amizade entre homem e mulher sim, Jacob. Ele e eu somos a prova disso - aponta pra mim. -Nunca aconteceu nada entre Oliver e eu. Somos amigos há quinze anos e posso garantir que nunca ultrapassamos a faixa!

Pra que Meg está dando tantas satisfações?

Jacob olhou para Meg, com ar irônico.

-Entendi. Para tudo tem suas exceções, não é mesmo? - continua irônico. Um soco na cara desse cuzão, tiraria esse sorriso. Só um soquinho, de leve...

O olhei com fúria em meus olhos.

-Com toda certeza!

Jacob nos pede licença para usar o banheiro. E eu aproveito e comento com. Meg.

-Meg, você mal conhece o cara e já está falando sobre sua vida com ele? - questiono.

-Qual é o problema, Oliver? Ele é só um colega de profissão!

-Um colega de profissão que sabe onde você trabalha, onde você mora, sabe que você mora sozinha, que é solteira, que eu sou seu amigo, que tem informações sobre mim e, pelo visto, já percebeu que você gosta de whisky, porque desde que eu cheguei, é o segundo copo que ele te serve, sabendo que temos uma palestra logo mais! Ele é bastante responsável.

-Você é chato demais, Oliver! Eu hein...

-Não estou sendo chato, só estou vendo aquilo que você não está vendo ou não quer vê! E por favor, Meg, pare de beber. Lembre-se da palestra. Depois você volta e bebe todas!

-Mas que saco, cara. Tá bom, eu já parei!

Disse ela largando o copo.

-Vou ao banheiro e já volto.

Chegando lá, encontro Jacob lavando as mãos e ao invés dele sair, ele me para e pergunta:

-Ei, qual é a sua com a Meg? -perguntou o cuzão.

-Não entendi sua pergunta, meu caro. -digo sério.

-Está na sua cara que você está com ciúmes.

Eu? Com ciúmes de Meg? Ele só pode estar brincando! Eu só estou protegendo a Meg de você, seu babaca.

Disse, com sorriso debochado no rosto. Rosto esse que eu adoraria dar só um soco. Um soco apenas, nada além...

-Não, Jacob. Meg é uma mulher importante pra mim. Não é ciúme, é zelo e eu sou capaz de passar por cima de tudo e de todos para protegê-la, entendeu, bem? -o respondo, me aproximando.

Disse de forma mais áspera para fazê-lo entender onde ele está pisando. Não irei admitir que ele use-a ou a faça mal.

Jacob me olhou, passou a mão por sua barba, riu e disse que entendeu. Mas completou.

-Se eu ficar com ela não tem problemas então?

Senti algo estranho em mim, talvez seja porque não fui muito com a cara do rapaz e acho que ele está a usando, por isso acho que um soco não seria um problema...

-Claro que não! Desde que você a trate com respeito e cuidado, não há problemas. Meg é solteira e sabe o que faz.

-Certo então. Bom saber...Meg é uma mulher interessante. -disse o cuzão, com ar de deboche.

-Apenas se lembre que eu sou capaz de qualquer coisa para protegê-la. Eu disse QUALQUER COISA!

O vejo saindo do banheiro.

Esse cara tem algo estranho.
Mais estranho ainda foi o que senti ao ouvi-lo dizendo que pretende ficar com Meg. Acho que deve ser meu instinto protetor dando as caras. Só pode!

Saí do banheiro e fui me despedir de Meg. E quando eu estava de saída, o metido a garanhão soltou mais uma de suas pérolas.

-Está na sua hora vaga, Oliver? Porque estou te vendo como o segurança da Meg agora. Fica tranquilo, não vou mordê-la, a menos que ela me peça!

Jacob disse e sorriu, piscando pra Meg.

Meu sangue ferveu, mas fiquei quieto.

-Jacob! Pare com isso agora! -
Disse Meg, meio envergonhada.

-Bem, eu já estou de saída. E Meg, não se esqueça: Oito horas no auditório do hotel. Sem atrasos!

-Pode deixar que eu a levo, Oliver.

Disse o Jacob com babaca com cara de jegue!

Apenas acenei para os dois e voltei para a minha suíte.

Perdi até a porra da fome!

Pego meu telefone e envio uma mensagem para John, com o nome e sobrenome desse cuzão!

Oliver

Oliver

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