Entrelaçados

"Espionage"

Por Megan

Selena e eu sabíamos que a temperatura estaria baixa nessa época do ano, quando saímos para comprar minhas roupas e, ainda bem que ela lembrou de colocá-las na mala. 

O clima aqui em Edimburgo, mesmo no outono, é frio. 

Escolher algo quente, mas não exagerado, se tornou uma árdua tarefa, não quero sair pela noite parecendo um esquimó. 

Depois de me trocar por várias vezes, escolho uma saia de couro preta, acima do joelho, uma blusa preta, colada ao corpo, de gola alta, um sobretudo e botas cano alto pretas. Cabelos soltos e maquiagem leve. 

De onde estou, posso ver Oliver me observando. Deitado em nossa cama, o vejo sorrindo, ao ver que finalmente terminei de me trocar. 

Caminho até ele e sorrio de volta. 

– Podemos ir? – pergunto? 

Estende sua mão e quando alcanço seus dedos e me puxa, fazendo com que eu caia sobre seu corpo. 

– Não estamos atrasados? – pergunto. 

– Temos a noite inteira pela frente, Meg. E quero aproveitar cada segundo dela ao seu lado. – esfrega seu nariz em meu pescoço me causando arrepios. Sempre que ele se aproxima de mim, meu corpo reage de imediato. – Você está linda! Acho que não quero dividir sua beleza com ninguém. A manterei fechada nessa suíte só pra mim! 

– Penso o mesmo de você. Não quero que vejam o quanto é gostoso! Farei como nas histórias de mil e uma noites, irei trancafiá-lo em meu armário e só sairá de lá quando eu quiser. – Oliver está lindo, em sua calça social cinza escuro e sua blusa de manga longa preta. Tenho certeza de que terei trabalho para afastar olhares indesejados sobre o que é meu. 

Roça seus lábios nos meus e o calor de seu corpo me invade e me acende. Parece que ele tem um dispositivo em suas mãos. Basta acioná-lo e ali estou, entregue ao seu comando. 

Morde meu lábio bem devagar e esfrega seu quadril no meu. Seu desejo é evidente e fico feliz porque também devo ter algum dispositivo em minhas mãos. 

– Vamos, minha esposa, ou então…- diz

– Ou então? 

– Mudo de idéia e ficaremos enclausurados por dez dias! 

– Não é uma má idéia. Ficar presa com você me parece ótimo! – beijo seu pescoço e em resposta sinto que ele me aperta ainda mais. 

– Mas pensando melhor, quero mostrar a cidade a você, vamos! – se levanta e paramos com a nossa brincadeira de provocação. 

Ao sairmos do hotel, um vento frio e muito forte nos atinge. Oliver me abraça e caminhamos para um carro parado próximo a nós. 

Dentro do carro, como se adivinhasse meus pensamentos, Oliver sacia minha curiosidade. 

– Esse motorista também é nosso segurança. O contratei por alguns motivos. Pela sua segurança e porque hoje eu quero beber. E beber e dirigir não rola. Ao invés de dirigir, posso fazer coisas muito mais interessantes com minha esposa. 

Ao dizer isso, aperta um botão e um vidro escuro nos separa do homem ao volante. 

– Nunca cansarei de admirar sua inteligência totalmente devassa, Dr. Windsor! 

Ele me lança um sorriso torto e seus olhos me devoram. Um calor se instala entre minhas pernas e chego a pressionar minhas coxas para amenizar um pouco as coisas. 

Vai ser gostoso assim na minha casa! 

Durante todo o trajeto, Oliver me mostrar alguns pubs famosos na cidade. Ele parece muito à vontade e familiarizado nesse lugar. Sei que nas folgas do trabalho e quando tinha tempo, ele vinha para cá com alguns amigos. Muitas vezes, ele me convidou, mas não podia vir por conta do estágio.