"Coração tranquilo"

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Por Oliver

Na sala onde meu pai encontra-se internado e sedado, estamos Paul e eu.

Paul pediu para ver meu pai e não havia como negar seu pedido, já que ele estava bastante nervoso.

Com clareza, escuto a voz alterada de James, se referindo à Thomas.

Será que esse filho da puta teve a cara de pau de vir aqui mesmo?

Em um impulso, avanço até a porta, sendo segurado pelo meu sogro, que já sabe de todo o acontecimento.

-Oliver! Cuide do seu pai e deixe que o resto eu resolva isso. Foque na recuperação dele, apenas.

-Paul, Meg está lá fora, e eu estou preocupado. Eu não vou deixar minha noiva "à disposição" desse babaca não, assim como não o quero perto de meu pai!

Paul me olha, põe sua mão sobre meu ombro.

-Ele ainda tem um pouco de juízo, Oliver. Ele não encostará um dedo em minha filha, assim como não irá se aproximar de Richard.

-Como pode me garantir, Paul? Eu não estarei lá fora... - sou interrompido por ele.

-Eu garanto! - diz e seus olhos exalam raiva.- Ninguém chegará perto de minha filha e ele não irá se aproximar de Richard. Apenas confie em mim.

Respiro fundo.

-Posso usar sua sala, Oliver? - pergunta meu sogro.

-Pode! - respondo passando a senha à ele.

-Não se esqueça de focar em seu pai e deixe o restante comigo.

Paul sai da sala e me sinto agoniado.

Em poucos minutos, já não escuto a voz de ninguém. Não sei se fico calmo ou mais nervoso.

Me aproximo de meu pai, seguro sua mão na esperança de que ele reaja... Nada!

Preciso sair dessa sala por alguns minutos, do contrário, irei enlouquecer.

Aviso à Rick que irei sair e voltarei em breve.

Ao sair da sala, encontro todos sentados no corredor, incluindo meu sogro, que apenas acena pra mim.

Meg vem em minha direção.

-Como está seu pai, meu querido? - diz, me abraçando forte. Posso sentir sua aflição, mas a conhecendo bem, ela não vai me dizer nada, se eu não perguntar.

-Está na mesma ainda, princesa. Você está bem? - pergunto, a abraçando. E tirando um pouco da angústia que havia em mim.

-Estou bem, Oliver. Só preocupada mesmo. - diz me soltando e falando em meu ouvido. - É melhor você falar com sua mãe.

James vem em minha direção, me abraçando.

-Irmão, vamos revezar. Irei ficar com nosso pai um pouco. Você parece exausto. Coma alguma coisa. Está tudo sob controle!

-Obrigado, James. É só o tempo de eu tomar um café forte e voltar.

-Leve o tempo que precisar, irmão.

Fui em direção à minha mãe, que me abraçou e chorou.

-Meu filho, eu não sabia de nada! Se eu soubesse, eu não teria avisado a Thomas e pedido para ele vir. Me desculpe... - a interrompo.

-Mamãe, não se culpe por nada. Só existe um culpado nessa história... mas não é hora de focar nisso, e sim em meu pai. Fique bem. - dou um beijo em sua testa e ela retribui o beijo.

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