Que dia!

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Por Oliver

Ainda estou sem acreditar que Meg e eu fomos interrompidos logo agora.

Apoio minha cabeça em seu ombro e menos ofegantes, é hora de levantar.

-Você não quis seguir os conselhos de seu pai e ser engenheiro, agora segura essa!

Diz Meg, me fazendo rir.

-Não me arrependo de minha escolha. Se eu optasse por outra profissão, talvez eu não estaria aqui com você. E preciso lhe avisar que isso não acaba aqui... Detesto assuntos inacabados! -Digo e lhe dou uma piscadela.

Meg me abraça e me beija.

-Eu lhe encontraria em qualquer lugar, Oliver.

Chega a minha vez de lhe retribuir o beijo.

A ajudo a levantar e, já recompostos, saímos de minha sala e damos de cara com Marie, que olha para Meg e eu com ar de deboche.

-Oliver, meu querido. Você disse que queria conversar comigo em sua sala...Bem, eu já estou aqui para você, como sempre!

Certamente, Marie disse isso na intenção de atingir Meg, mas ela não sabe que Meg já estava por dentro do assunto.

Meg sorri, debochando e a primeira coisa que faço é segurar sua mão.

-É sério que você acha que vai me atingir com esse papinho furado, Srta. Marie? Depois do que acabei de passar naquela sala, eu aguentaria seus disparates por um mês inteiro, mas não acho que esse será o caso, minha querida. Ah! Se por acaso quiser saber do que me refiro, eu te mando um "zap" explicando!
Boa tarde e boa sorte, cadelinha de meia classe!

-Você ainda vai engolir todas as suas palavras, Megan Bennet! -diz Marie, cuspindo fogo.

-Se for com água eu não aceito. Agora se for para engolir com uma dose dupla de whisky, tá tudo certo! Com licença, minha querida. Eu tenho mais o que fazer!

Meg dá de ombros, me puxando.

Enquanto nos encaminhamos para a sala de cirurgia, percebo que Meg soltou minha mão. Não nego que me senti um pouco mal por isso, mas não reclamei. Vou esperar um pouco mais e respeitar seu tempo, que espero que não seja tão demorado.

-Meg, eu estava com medo de você partir pra cima da Marie, por isso que eu segurei sua mão.

Meg me olha e sorri maliciosamente.

-Você acha mesmo que depois do que aconteceu naquela sala, eu deixaria qualquer coisa me abalar? Acho que nunca tive com tanto bom humor na vida.

Dou gargalhada com suas palavras.

-Bom saber. Agora eu sei como deixar a fera mansa!

Meg me olha e debocha novamente.

-Acho que depois da cirurgia, estarei de mal humor...

-Criei um monstro! -digo e rimos juntos.

Ao chegarmos na sala de cirurgia, nos encaminhamos para o vestiário e, devidamente vestidos, damos início a cirurgia.

Se trata de uma mulher de quarenta e cinco anos, com aneurisma cerebral. A cirurgia durou pouco mais de quatro horas, mas foi concluída com sucesso.

Como sempre, agradeço a todos e Meg é chamada para atender um paciente no segundo andar.

Nos despedimos e, ao chegar no andar de minha sala, encontro Marie falando em seu celular, ao me vê, desliga rapidamente o celular e se dirige a mim.

-Vai falar comigo agora ou não? Já estou passando do meu horário aqui, Oliver!

EntrelaçadosWhere stories live. Discover now