Entrelaçados

Surpresa!

Por Megan

Hoje o dia foi corrido. Depois da cirurgia que participei com Oliver e toda a equipe, fui chamada para atender uma paciente que havia caído de moto e batido a cabeça.
Depois de laudar sua ressonância, constato que não há nada de errado com a paciente, somente as dores por conta da pancada.
Depois de prescrever uma medicação endovenosa, para aliviar suas dores locais, deixo-a em observação por quarenta minutos, liberando-a em seguida.

Em minha sala, enquanto aguardo para visitar mais um paciente, penso em Oliver e no que aconteceu com nós dois em sua sala.

Nunca me imaginei tão sedenta por um homem, como fiquei por ele. A forma como Oliver agiu, me deixou completamente desejosa por ele. Eu não senti vergonha de expressar o que eu sentia, não tive vergonha de olhar em seus olhos enquanto ele me tocava e enquanto eu o tocava também.

Oliver despertou em mim, uma Megan que eu achei que nunca fosse existir. Uma Megan sedenta e atrevida. E se não tivéssemos sido chamados, teria rolado ali mesmo e eu não me arrependeria nem um pouco.

Sua pegada bruta, selvagem e ao mesmo tempo cauteloso, me fascina ainda mais.

Nem mesmo Marie foi capaz de estragar meu dia. E mesmo sentindo uma pontinha de ciúmes por saber que eles estariam juntos, em sua sala, me controlei porque Oliver me faz ser, cada dia mais, uma mulher confiante.

Fujo de meus pensamentos e vou visitar meu paciente, em seu pós operatório.

Depois de visitá-lo, aproveitei e passei no quarto de mais três pacientes. Depois das visitas, olho em meu relógio e são nove e vinte. Vou até minha sala e penso em ir até a sala de Oliver, mas me lembrei que ele está com um problema chamado: Marie!

Pego minhas coisas, e me encaminho para a saída, em busca de um táxi.

Já em casa, ao terminar de trancar a porta e tirar os sapatos, vou até minha bolsa para pegar meu celular, mas Oliver é mais rápido do que eu e já está ligando.

(...)

Terminada nossa conversa, lavo minhas mãos e preparo uma lasanha rápida e a deixo no forno enquanto vou para o banho.

Embaixo do chuveiro, deixo que a água morna relaxe meu corpo e percebo o quanto estou cansada e penso em Oliver.
Se eu estou cansada, imagina ele que vai passar a noite no hospital, tendo que organizar tanta coisa? Sei que ele vai se enrolar todo, ele nunca soube organizar sua agenda, eu sempre o ajudava, quando Marie não podia. Mesmo oferecendo ajuda e pedindo para ele ir para casa descansar, ele é teimoso demais...

Termino meu banho, desço até a cozinha e vejo que a lasanha está pronta.

Preparo uma limonada e penso em como o Oliver é o louco da lasanha e limonada também.

Encosto em meu balcão e olho em meu relógio... quase meia noite.
Quantas vezes ele passou a noite no hospital, mesmo sem necessidade, só para acompanhar meus plantões e não me deixar sozinha?

Subo as escadas correndo, escolho minha roupa para trabalhar logo mais e tudo que preciso para me arrumar. Separo uma roupa que Oliver deixou aqui em casa há um tempo e a coloco em uma valise, junto às minhas. E para agora, pego apenas um sobretudo, para colocar sobre o short e a camisa que estou vestindo.

Em uma outra valise, coloco uma manta quentinha. Acredito que Oliver esteja cansado ao extremo e a essa hora, a sala dele está um gelo. Tentarei fazê-lo descansar um pouco.

Na cozinha, ponho a lasanha em uma travessa de vidro e tampo bem. A limonada a coloco em uma garrafa e fecho bem para que não vaze e coloco algumas frutas em outra vasilha. Já ia me esquecendo dos talheres e guardanapos. Coloco tudo em uma bolsa térmica e vou para a sala.