𝟎𝟖 | 𝐒𝐔𝐀 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀

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ISABELLASão Paulo - Capitalna manhã daquele dia

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ISABELLA
São Paulo - Capital
na manhã daquele dia

ACORDO COM UMA puta dor de cabeça, daquelas tão forte que eu tenho certeza que bater a testa bruscamente contra uma parede de concreto repentina vezes doerá menos do que o incômodo que se estende por toda estrutura óssea do meu crânio.

Por isso, faço questão de deixar os olhos bem fechados.

Só que a dor é tão intensa que nem mesmo o pequeno esforço em evitá-la é suficiente para me dar poucos segundos de tranquilidade.

Resmungo e me ajeito, sentindo perfeitamente o lugar, ou melhor, a pessoa em quem estou super bem acomodada. Digo isso pelo fato de seu calor ser tão convidativo que nem mesmo a dor terrível em minha cabeça me traga a necessidade de me afastar dele.

Não. Quero continuar aqui. Sentindo o calor de outro ser humano ou até mesmo o perfume amadeirado completamente maravilhoso. Porra, já me sinto viciada nesse cheiro.

Estou deitada, minha cabeça muito bem acomodada sobre um peitoral forte e malhado. Minha mão, que já estava ali em cima, se aproveita do calor daquele homem e de seu corpo bonito para acariciar sua pele calmamente. Admirando cada mísero centímetro, tocando delicadamente nos gominhos em seu abdômen.

Gostoso. Que homem gostoso. Chega minha boca saliva.

Mas espera... como assim estou deitada num homem gostoso?

Isabella, cai na real, minha filha.

Abro os olhos e analiso melhor onde estou e em quem estou deitada. Volto à realidade devagar no tempo em que me acostumo com aquela terrível dor que se estende por todo meu crânio e quase me impossibilita de enxergar.

Assim que meus olhos tomam foco, eu gostaria que eles voltassem a ficar embaçados pois o que vejo é pior do que essa dor na minha cabeça.

Caralho. Não estou em casa.

Estou no quarto do Veiga. Sim, porra. Do Raphael Veiga. O pai do Thomas. Puta que pariu, que merda estou fazendo aqui? Por que caralhos estou deitada na cama dele?

É então que me dou conta que não estou apenas deitada na cama dele. Estou deitada também no...

Puta que pariu, é o Raphael Veiga.

Prendo a respiração, percebendo que ele está muito bem apagado e não querendo fazer nenhum mísero movimento ou ele irá acordar e isso aqui vai se tornar real. Porra. Não pode ser real. Isso aqui não pode ser real.

Espera. Espera. Preciso me lembrar melhor do que aconteceu ontem. Não posso ter parado na cama do Raphael Veiga, deitada nele sem camisa assim desse jeito por nada. Alguma coisa aconteceu. Só preciso me lembrar.

Eu bebi na casa da Clarisse. Me lembro de subir para a cozinha. Me lembro de conversar com alguém. Porra, era o Veiga. Claro que era. Eu sabia quem era. E eu queria???

INTERE$$EIRA ━ palmeirasWhere stories live. Discover now