𝟒𝟒 | 𝐏𝐀𝐏𝐀𝐈𝐒

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ISABELLASão Paulo — Capitalpela manhã do dia seguinte

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ISABELLA
São Paulo — Capital
pela manhã do dia seguinte

LEVANTO DA CAMA, sentindo uma dor terrível na lombar, tão ruim que vou toda torta em direção ao banheiro. Praticamente me jogo sobre o assento do vaso sanitário e faço tanto xixi que me pergunto se é possível eu já estar parindo com só oito semanas. Me lembro que a última vez que mijei tanto, Tom ainda estava dentro de mim.

Efeito da quantidade de calmante e água que bebi ontem antes de dormir. Eu estava muito estressada e o único jeito de pregar os olhos seria sob efeito de drogas. Leves, né? Porque meu bebê não pode ser afetado pelos remédios.

Capotei logo em seguida. Na casa da minha mãe mesmo porque eu estava aqui e ficamos conversando até tarde.

Lavo o rosto e me olho no espelho. Estou destruída. Meus olhos fundos pelo sono, as pálpebras inchadas, olheiras escuras. Meu cabelo está horrível também, oleoso. Por isso faço um coque alto antes de sair do banheiro.

Dou uma ajeitada na cama da Tini que usei, e me faço uma pergunta mentalmente: onde essa menina se meteu? Não voltou ontem e pelo visto ainda não voltou hoje também.

Pego meu celular debaixo do travesseiro e envio uma mensagem a ela, perguntando se 'tá tudo bem. Espero que esteja, não sei se aguento mais problemas.

Mal pisei fora do quarto e o cheiro de pão na chapa rapidamente invade minhas narinas, fazendo minha barriga roncar tão alto que tenho certeza que é o bebê chorando por comida. Não só ele. Eu estou faminta.

Pra chegar na cozinha, preciso passar pela sala. E eu me surpreendo com a cena assim que a vejo.

Tem um Piquerez completamente adormecido no sofá, com o pés pra fora pois é um poste de tão grande e não coube por inteiro no sofázinho da minha mãe. Um lençol o cobre da cintura pra baixo e ele dorme de barriga pra cima com uma mão embaixo da cabeça.

Ele não queria voltar pra casa ontem. Disse que estava de saco cheio e que teria que ouvir uma par da mãe dele. Por isso decidiu ficar.

Assim como seu amigo de time que dorme num colchão improvisado no chão com nosso filho embrulhado na mesma coberta que ele.

Os dois estão dormindo na mesma posição. De barriga pra cima com a mão esquerda no peito. A diferença é que Veiga dorme sobre a almofada e Tom usa o peito do pai como travesseiro.

Abafo uma risada. Tal pai, tal filho. Dormem do mesmo jeito, vai entender.

Sigo caminho e chego na cozinha.

— Bença, mãe — peço a mulher ao fogão, usando um avental florido, que vira em minha direção assim que me ouve e me recebe com um beijo na bochecha.

— Deus te abençoe, filha. Como você está? Melhorou da dor?

— 'Tô só com um pouco de dor nas costas.

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