𝟑𝟔 | 𝐀𝐋𝐋𝐈́ 𝐄𝐒𝐓𝐀́

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(espanhol levemente alterado para a melhor compreensão de vocês)

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(espanhol levemente alterado para a melhor compreensão de vocês)

🇦🇷 agosto de 2018
JOACO

VOU CORRENDO PELA ESTRADA de terra que leva a casa dos Benitez o mais rápido que eu posso. Vim assim que soube. Assim que minha mãe me disse que eles haviam voltado, não perdi tempo. Porra. Quanto tempo que não a vejo?

Passo pelo portão de madeira que há tempos está aberto e abandonado, assim como todo o terreno em volta da casa, um pequeno sítio do Senhor Martin Benítez. O jardim agora é apenas mato alto. Na verdade há mato demais por aqui. Não me lembro de já ter visto esse lugar tão abandonado.

Piso no passeio de concreto, que foi a última coisa que eu ajudei Seu Martin a fazer antes de ele adoecer e não conseguir mais sair da cama.

Sigo caminho até chegar na pequena escada de madeira que leva ao deck principal. Meu coração para quando estou de frente para aquela porta. Penso em tantas coisas que mal consigo expressar em palavras. Só sei que finalmente vou vê-la. Depois de seis anos.

Bato na porta e espero com meu coração batendo na garganta. Estou arrancando a pelinha da minha unha. Já posso sentir a ardência de um suposto machucado. A ansiedade fazendo loucuras com minha cabeça.

Até, enfim, a porta ser aberta e eu soltar um suspiro tão longo que a pessoa que me recebe não consegue deixar de esconder a surpresa.

— Eu devia imaginar que seria o primeiro a vir. — A morena diz em alto e bom som. Em português. Sem ao menos ter um mísero toque de sotaque em seu tom. Português alto e claro.

Não entendo o que diz. Português não é meu forte e ela disse rápido demais para a minha compreensão.

— Tini! — É o que consigo pronunciar, meio que como cumprimento. Mas estou tão atônito e ansioso que estou olhando por cima do ombro dela, na ponta dos pés para ver se a vejo perambulando pela casa. — Dónde ela está?

Martina franze o cenho, meio desentendida do que digo. Confusa. Por isso me explico. Meio rápido pois preciso ver a cara da Isabella logo. Dar um abraço naquela loira desgraçada que não vejo há anos.

— Su hermana, Tini. ¿Dónde está tu hermana?

— Isabella não veio, Piquerez. — Ela me responde em português de novo e eu me esforço muito para entender. Ainda bem que Tini percebe meu sufoco e decide colaborar, falando espanhol, mas com sotaque. — Isabella ficó en Brasil. No iba a volver aquí miesmo si pudiera ou quisiera.

— ¿Por qué no? — Meu peito se aperta em saber que não a verei. — Pensé que volvería contigo y con tu madre.

— Volví sola. Isabella permaneció con mi madre em Brasil y... el hijo.

— Hijo??

Isabella teve um filho???

Martina ergue a cabeça sem entender o meu desentendimento.

INTERE$$EIRA ━ palmeirasWhere stories live. Discover now