𝟐𝟑 | 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐁𝐄́𝐍𝐒

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RAPHAELBarcelona — Espanhadia do aniversário do Veiga

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RAPHAEL
Barcelona — Espanha
dia do aniversário do Veiga

ACORDO COM UMA criança pulando na minha cama aos gritos.

— Feliz aniversário, papai! — Tom grita enquanto tenta me acordar. Abro os olhos e já o recebo com o maior sorriso que consigo reproduzir pela manhã. — Bora. Bora levantar. Um senhor de idade não pode ficar na cama pra sempre.

— Um senhor de idade, Tom? — Pergunto a ele, me sentando na cama e o abraçando logo em seguida. — Eu nem fiz trinta ainda.

— 'Tá quase — Tom tira onda e me abraça mais forte. — Não é, mamãe?

Meu coração acelera assim que ele chama pela mãe. Ergo a cabeça e lá está ela. Usando um vestido verde com um sobretudo escuro. O cabelo está preso num rabo de cavalo e ela nunca esteve tão linda quanto pela manhã. E sendo uma das primeiras coisas que vejo logo que acordo.

— Sim, Tom. Oi, Rapha — Isabella me cumprimenta com um sorrisão enorme. Meu coração erra as batidas de novo. Nunca vou me acostumar com isso: demonstrações de carinho vindo dela. — Feliz aniversário. Não vai entregar o presente do papai, filho?

Havia uma caixa enorme e verde na mão dela pela qual Tom rapidamente se esticou para pegar e me entregar.

— Olha, pai, foi difícil escolher algo que você gostasse — Tom começa a falar enquanto desfaço o laço, retiro o embrulho e abro a caixa. Me deparando com uma linda camisa social branca. — Mas a vovó disse que você queria umas roupas mais... como é que fala, mãe?

— Formais, Tom.

— Isso — meu filho balança bem a cabeça em afirmação, os cachinhos balançando junto com ele. — Você vai casar, pai?

Levo um susto com aquela pergunta inusitada enquanto ergo a camisa social e fico com ela ao lado da minha cara de choque.

— Quê?

Não sei porquê, mas olho para Isabella que expressa a mesma surpresa que a minha. Será que está pensando a mesma coisa também ou eu sou um tapado?

— De onde você tirou isso, Tom? — Ela pergunta, cruzando os braços e franzindo o cenho.

— Ué, mamãe — Tom coloca as mãos na cintura, ficando de joelhos sobre o colchão e olhando seriamente para a própria mãe. — Roupas formais não se usam em casamentos?

— Ata — solto um suspiro. Por um momento achei que Tom estivesse desconfiando de sua mãe e eu. Por um momento apenas. — Se usa em casamentos também.

— Também? — Ele fica surpreso. — Pai, que outro lugar você vai usar uma camisa dessa?

— Em eventos, filho. Ou... — coço a nuca, pensando. Nada me vem à memória agora. Acabei de acordar, estou meio lento. — Ou, sei lá, qualquer lugar que eu queira ir mais arrumadinho. E essa camisa é perfeita. Obrigado.

INTERE$$EIRA ━ palmeirasWhere stories live. Discover now