𝟏𝟒 | 𝐀𝐆𝐈𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐅𝐀𝐌𝐈́𝐋𝐈𝐀

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ISABELLASão Paulo - Capitalalgumas semanas depois

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ISABELLA
São Paulo - Capital
algumas semanas depois

RETIRO O CURATIVO DA TESTA do meu filho, com delicadeza para não machucá-lo. Ele retirou os pontos ontem, mas ainda estamos cuidando da ferida pra não pegar nenhuma infecção. Retiro o curativo e percebo que já está bem cicatrizado, logo logo estará novinho em folha.

— Não está nada mal — digo a ele.

— Mãe, deixa eu ver — ele se levanta e fica de frente pro espelho da parede mais próxima, olhando bem pra marca do corte em sua testa. — Ficou horrível!!

— Ah, para, Tom. Ficou só uma marquinha.

Que ainda está avermelhada. A pele dele é muito branca e sensível, então a coloração da ferida não está das melhores. Meio amarelada e esverdeada, sem contar a vermelhidão da cicatriz. Mas isso é questão de tempo até sair.

— Eu estou ridículo, mãe — Tom olha pra mim completamente inconformado de sua aparência. — Parece que eu passei batom na testa.

Dou risada do que diz, sem conseguir me controlar.

— Você é uma figura, meu filho.

— É sério, dá não — o menino vem em minha direção só para roubar um dos curativo limpos que seguro. — Vou tampar até minha pele estar normal de novo. 'Tô horrível.

— Lembra do que o médico disse? — Meu filho não me responde quando se senta de frente para mim, esperando que eu aja. Ou melhor, me obrigando a agir com pressa. Pego curativo e coloco sobre sua testa. — Ia demorar pra ficar normal. Foi um corte, né, Tom?

— Tudo bem. Mas até lá, você vai ter que dar um jeito nisso, né? Não posso ficar assim. Cadê a bandana?

— Você não vai de bandana pra escola.

— Então a touca. Qualquer coisa que tampe minha testa, mamãe. Poxa, me ajuda.

Dou risada de seu desespero, achando toda essa situação muito engraçada e divertida.

— Nesse calor, Tom!?

— Minha escola tem ar-condicionado — ele fala com uma naturalidade que eu me pergunto seriamente se ele só tem cinco anos. — E eu não estou fazendo Educação Física, esqueceu? Não vou suar. 'Tá de boa.

Suspiro, sem acreditar que ele quer mesmo ir de touca pra escola.

— Só vou ter a touca preta — informo, tentando convencê-lo de que é uma péssima ideia. — Aquela que você odeia.

— A que é reta e toda preta?

— Sim.

— Serve — ele dá de ombros, voltando a se olhar no espelho quando o curativo já está preso em sua testa.

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