𝟏𝟐 | 𝐔𝐌𝐀 𝐌𝐀̃𝐄

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ISABELLASão Paulo - Capitalno dia seguinte

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ISABELLA
São Paulo - Capital
no dia seguinte

DESPERTO COM O GRITO interno que meu coração acaba de dar. Um estrondo. Dentro de mim. Abro os olhos assustada e sinto as batidas aceleradas que faltam explodir meu peito. Puta que pariu. Que isso? Estou infartando e não estou sabendo?

Tremendo, me dou conta de que só estou reagindo a um pesadelo. A cena de meu pai no leito de morto vem em minha mente enquanto volto a realidade. Seu corpo sem vida. Sua pele cinza e fria.

— Humm — alguém resmunga, abraçado a mim. — Vuelve a dormir, rubia. Por favor.

Joaco está deitado em meu peito, completamente acomodado em mim como se eu fosse o próprio colchão a qual estamos deitados.

— Preciso levantar — tento me erguer, mas seu peso me impossibilita.

Tenho que ir no banheiro urgente. Meu coração ainda está acelerado do pesadelo recente que eu ainda preciso entender, colocando a cabeça no lugar. Estou suando também. E eu estou apertada.

— Es demasiado cedo.

— Não está. — Olho pela janela e, mesmo através da cortina, consigo notar os raios de sol. — Já amanheceu. Precisamos levantar, Joaco. Sem manha.

— Então es domingo?

Se ontem foi meu aniversário, no sábado, então, sim, hoje é domingo. Segundo domingo do mês de maio pra ser mais específica a essa pergunta sem pé nem cabeça que ele acaba de fazer. É o sono.

— Sim. — Forço uma resposta, querendo forçá-lo a sair de cima de mim. Vou empurrá-lo até que caia no chão. — Hoje é domingo.

— Ahhh — ele afunda a cabeça no meio dos meus seios e alisa minha barriga de uma forma bem específica. — Feliz dia das mães, rubia.

Sua voz é rouca pelo sono, mas sua carícia em minha barriga, a mão enorme não só massageando minha pele, mas mantendo um carinho que quer dizer muito, principalmente pelo fato de me parabenizar por ser mãe, faz meu coração doer. Estou sentindo que irá explodir até o fim dessa manhã, não estou brincando.

— ¿Cuándo me vas a dar una hija?

— Quê?? — Grito em choque com o que ouço e decido falar em espanhol com esse ser dorminhoco pra tentar colocar juízo em sua cabeça oca. — ¿Una hija? ¿Enloqueció, Joaco??

— Mi sueño es ter una hija. — Ele desabafa com a maior naturalidade do mundo, como se estivéssemos batendo um super papo produtivo sobre filhos e ele estar me informando seu desejo oculto em ter uma menininha. — Em realidad, no pienso mucho em ter hijos, pero si es pra ter, quiero una niña!

— Aí, Jesus! — O empurro pra longe de mim com força, desistindo de pedir e conseguindo, enfim, me desvencilhar de seu abraço. — Você está me sufocando. E eu preciso mijar!

INTERE$$EIRA ━ palmeirasWhere stories live. Discover now