Vamp: O INÍCIO - Livro 1

Capítulo 4

        A noite já estava em meio caminho, a Lua nova estava alta, despertando aos Sephts seus desejos mais ocultos. Os barulhos eram mistos a sua audição sobrenatural, a cada passo, Filipha estava mais próxima da agitação humana que se espalha pelas ruas principais de Chicago.

       A música estava incrivelmente distorcida, havia algo no sinal que desafinava aos instrumentos, mas ainda assim, ficava um som de fundo agradável. Faminta e entediada, ela invade uma boate noturna em busca de diversão.

      Na entrada, estavam alguns seguranças e uma fila imensa. Sabia que era fácil de hipnotizar, mas não quis perder tempo e foi pelos fundos. Um dos seus poderes de vampiro era a hipnose. Cada Vamp tem poderes iguais, mas alguns quanto mais se alimentam de sangue, desenvolvem outros ainda mais apurados e poderosos. Ela era uma criatura de alguns anos, e se alimentava com muita frequência ao longo dos séculos e desde que decidiu ser uma caçadora de dejetos humanos, se tornou ainda mais frequente suas refeições.

      Com um impulso, saltou na altura do segundo andar do prédio e entrou por uma sacada de um quarto. Não era uma simples boate. Era um clube de estripes com cassinos. O nome era Padlux.

      Obviamente havia quartos ali para uma maior comodidade sexual dos desejos da carne. Adentrou o quarto escuro e percebeu que estava só. Deu uma boa olhada nele, percebendo que estava reservado para alguém muito rico. Como ela sabia? Lençóis limpos, muitas garrafas de Champanhe em um balde com gelo, toalhas limpas no banheiro e claro, não se tratava de um quartinho mequetrefe. Foi até a penteadeira do closet e encontrou um kit feminino sob a bancada. Abriu o armário e percebeu alguns vestidos ali. Mexeu nos cabides a procura de algo preto, e viu um vestido maravilhoso! Ele era muito, muito sexy e provocante. Mas não era algo que uma prostituta usaria. Ele era elegante apesar de tudo. Decidiu provar, retirou o cabide com normalidade e jogou na cadeira à frente da penteadeira. Passou um pouco de pó no rosto, e provou o batom mais vermelho que tinha. Preencheu em seus lábios molhados e gostou do resultado.

     Admirou-se no espelho, pensando o quanto a beleza eterna lhe fazia bem. Tirou o vestido ficando apenas de calcinha vermelha de renda, com os seios fartos a mostra. Tocou-lhes enquanto se admirava. Ela achava-se belíssima!

     Ouviu um barulho brusco de tranca na porta. As luzes ainda estavam apagadas. Não tentou se esconder, ficou quieta a procura de saber se era homem ou mulher. E se estava sozinho. Era um humano. O homem deixou a luz apagada, jogou as chaves no bidê próximo à porta. Tirou os sapatos, o blazer, desabotoou a camisa social preta e foi até a sacada. Retirou dos bolsos um maço de cigarros e acendeu. Filipha fitava-lhe do pequeno quarto. Era jovem, bonito, pele clara e rosto liso. Não teria mais de 25 anos. Ele cheirava a perfume caro e bebida forte, além do cigarro que fumava.

     Ele estava de costas para a noite, fumava como se não estivesse pressa ou responsabilidade para aquele momento. Ele era interessante. A Vamp saiu do escuro e andou suavemente até à luz da lua, onde o Sepht estava. Fitou-lhe, mexendo nos longos cabelos escuros, quando ele por fim percebeu de sua presença. Viu-a dos pés até em cima. Unhas bem feitas, pintadas de preto, pernas de medida fina, mas não muito, quadril pequeno e cintura fina. Estava seminua para sua satisfação. Seus seios eram fartos e arredondados, os mamilos estavam eretos e sua boca estava bem marcante de batom vermelho escuro. A calcinha era inteiramente de renda.

      Ela aproximou-se confiante, ele permaneceu igual. Ouvindo o batimento cardíaco e com respiração normal, ele não parecia surpreso ou agitado. Ela tirou-lhe o cigarro da mão, dando uma profunda puxada. Sobrou a fumaça na cara dele, quando este a puxou para ele. Pegou o cigarro de volta, deu uma última tragada, jogou no chão, e esse se apagou. Segurando a firme pela cintura, ele tinha uma pegada forte e brusca, o que excitou muito a vampira. Com os dedos entre seus cabelos, puxou-a pela nuca e a beijou com agressividade. Filipha soltou um gemido que contentou o suficiente o homem estranho a sua frente. Tomou-lhe em seus braços e a jogou na cama.

     Enquanto se beijavam, as mãos dele passavam pela panturrilha enquanto subia devagar. Por dentro das pernas, raspava as pontas das unhas, que a arranhou em uma linha vertical até chegar ao seu íntimo. Arrancou-lhe a única peça que atrapalhava sua nudez. Filipha despiu-lhe rápido, enquanto esse a tocava. Ele desceu até o centro do seu prazer e a chupou com gosto. Deixando-a com muito molhada.

       Esqueceu totalmente qualquer tipo de proteção e simplesmente entrou dentro daquela mulher sexy. Ela estava quente, muito molhada e excitada. Mas a situação mudou. Depois de penetrar suavemente, saiu de dentro da Vamp e a virou de bruços, com muita indelicadeza, deixando-lhe apenas mais curiosa naquela figura humana.

       Durante o ato, depois de certo tempo, a mulher indomável ficou por cima, enquanto lhe mordia suavemente. Em um momento não se conteve e mordeu para valer. Seu sangue era escuro, tinha um gosto doce e cheirava a frescor. Enquanto lhe sugava, o homem contorcia-se de prazer, sem se importar com o fato daquilo estar acontecendo. Foi então que ela percebeu que ele sabia o que ela era agora, e para sua surpresa, não se importava e não agia indiferente. Aquilo despertou uma vontade absurda de tê-lo mais e mais. Fizeram um sexo feroz e sem carinho algum por um longo tempo.

       Enquanto os corpos dançavam em ritmo carnal, no andar de baixo, o som alto da música abafava os gemidos do quarto onde estavam. A noite apenas tinha começado para ela. Quem era esse homem? Era humano, mas com certeza, não era qualquer um. Algum tempo depois, foram para a banheira. Passaram uma boa parte da madrugada bebendo, fazendo sexo e agora eles se despediam.

- Como vou encontrá-la novamente? - Perguntou ele intrigado, observando- a sair da água quente da Jacuzzi.

- Não se preocupe, eu o encontrarei. - Disse ela cheia de si, dando um último beijo.

     Firme, perfurou um pouco os lábios carnudos de Stevan que de imediato, sangrou um pouco. Ela passou a língua enquanto o beijava e depois se afastou de volta ao closet.

      Colocou o vestido extremamente justo, com um grande decote nas costas e percebeu que estava cheia de chupões. Não se preocupou, afinal, ela era sobrenatural e em poucos minutos, aquilo sumiria. Passou novamente o batom, mas dessa vez levou também sua bolsa e sapatos diferentes. Jogou a maquiagem na bolsa e saiu. Deixando para trás a porta se trancar sozinha. O homem charmoso ainda estava nu, relaxando na banheira, acabando de beber sua última taça antes de juntar-se a festa.