Capítulo 38

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         Filipha estava em sua casa, ouvindo música no som alto e dançando passos livres enquanto bebia uma taça de sangue gelado

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         Filipha estava em sua casa, ouvindo música no som alto e dançando passos livres enquanto bebia uma taça de sangue gelado. Sua sala era enorme e ela adorava ter essa vida confortável e fácil. Cada movimento, ela fechava os olhos simplesmente balançando os quadris ao ritmo da canção. Descalça, ela sentia a vibração das caixas de som no piso frio. Ela usava apenas uma lingerie preta de seda, meia calça e uma camisola transparente igualmente preta. Maquiada, com o cabelo livre e arrumado, ela apreciava sua imagem em um grande espelho no armário da sala. Ela se sentia incrível. Mais tarde naquele mesmo dia, ela iria viajar com Stevan.

      Ele estava organizando as últimas coisas para a viagem deles. Pelo que parecia, ser dono de um hospital e clinicas de estética era bem atarefado. Havia muitas reuniões, negociações estressantes e casos delicados a tratar com os demais da diretoria. Mas ela gostava de ser seu próprio espaço e deixou isso bem claro para ele. O humano a entendia e aceitava seus termos. Eles seriam mais do que enamorados, em poucos dias seriam casados.


      A Vamp ria da própria ironia. Ela nunca se imaginou casando-se com alguém, muito menos depois de virar vampira há muitos séculos. Stevan havia lhe ligado pela manhã, pedindo que ela arruma-se as malas, pois eles iriam naquele mesmo dia, pelas nove da noite. Não era muito longe até Las Vegas, mas mesmo assim, iriam no conforto de um avião. Ele perguntou se ela preferia comprar o vestido lá ou ainda em Chicago. Filipha riu e disse que compraria antes deles irem, afinal, seria um dia bem interessante provando vestidos e saqueando lojas pela rua. Stevan perguntou se ela queria dinheiro, mas essa se negou. Disse que não pagaria porque não precisava, só hipnotizaria o dono e pronto.

       Agora ela dançava na sala, a espera da hora chegar para trocar de roupa e ir fazer as coisas que tinha a ser feito. Eram onze da manhã, mas a Vamp não estava nem ai para horário comercial. Stevan viria ás sete da noite, até lá ela teria o vestido, teria matado mais algum idiota e claro, estaria radiante para seu noivo. Ela terminou de beber o sangue e largou a taça, pegando a garrafa pela metade de vinho. Dançava remexendo os quadris e imaginando que era uma deusa sensual.

        Quando a música terminou, ela recuperou o folego e decidiu ir logo em busca da diversão Diurna e humana. Deixou a garrafa vazia e subiu até o quarto. Colocou uma calça social de cintura alta, uma camisa social vermelha, um blazer liso e preto por cima. Deixou o cabelo solto e usou um salto que lhe dava aquele ar de poder. Admirou-se no espelho, gostou do que viu. Colocou um colar de prata com o pingente de cruz. Riu da hipocrisia. Saber que havia Vamps inferiores a ela que queimariam ao toque da prata lhe deixava mais confiante e cheia de si. Passou um batom bem vermelho e pegou sua bolsinha mágica, saindo do quarto, descendo as escada.

      Ao sair de casa, decidiu que pegaria um Taxi. Só para variar. Fez sinal para um que passava e entrou nele quando o veículo parou. O homem a comeu com os olhos. Parecia mais velho que ela, mas isso era só a humanidade. Ele devia ter uns 47 anos, era um pouco grisalho mas bem charmoso. Ele logo puxou assunto, dando diretas atrás de cantadas:

- Olá moça bonita, para onde vossa gostosura vai? - Perguntou ele quase babando.

- Para você, senhora. Quero passar em todas as lojas de vestido de noiva que você conhece. - Falou ela cortando a gracinha dele.

- Comprometida. Delicia. Se eu fosse seu namorado, nunca largava de você. - Ele mexeu no pau dele ereto sentado no volante.

- Meu noivo vai adorar ouvir isso depois de te dar um soco.

- Para que toda essa agressividade doçura?

- Cala a porra da boca e só me leva aonde te pedi. - Deu a ordem e ele obedeceu.


       Conforme o taxista dirigia pela cidade, a Vamp sentia um nervosismo que nem ela mesma conseguia compreender. As pessoas andando de um lado para o outro, carros e as placas de outdoor mostrando a hora e a temperatura baixa. Tudo ficava em sua memória, afinal aquele dia seria importante. Quando chegaram, ele parou o carro e ela mandou que ele espera-se até ela voltar. Como estava hipnotizado, ele não podia dizer não. Filipha desceu do carro e encarrou a vitrine. Tinham alguns modelos, mas eram do tipo Cinderela e ela estava mais para bruxa malvada, mas ultra sexy.


       Assim que entrou, uma gerente já veio falar com ela. O lugar estava vazio. Ela adorou isso. Afinal, teria toda atenção que bem queria. Hipnotizou a todos da loja, ordenando que todos seguissem o dia o mais comum, ficando apenas duas funcionárias ao redor dela, paparicando. Ela provou diversos e diversos modelos. Com calda arrastando, de renda, sem mangas, de saia curta, de saia rodada, estilo sereia, cai-cai, mas nada agradava. Até que uma delas pediu se podia sugerir uma opinião pessoal. Como estava hipnotizada, foi sincera e voltou do fundo da loja com um modelo que era exclusivo. Único, pois ainda não estava acabado e não era reservado. Filipha provou-o com a ajuda da mesma funcionária. Andou até o espelho onde ela foi inúmeras vezes e adorou o resultado.

       Ele era longo, justo desde o corpete nos seios até a cintura e um pouco a baixo nas pernas. Era caí-caí, bem decotado e cheio de brilhos. Ia até as canelas, mas acabava aí. Ela adorou. Afinal deixava ela ainda mais sensual e bonita, mas não dificultava a andar. Escolheu um véu curto e a funcionária colocou nela. Sem permissão, colocou uma tiara de flores prateadas e aquele com certeza era o último detalhe para deixa-la perfeita. ]

        Feliz com o resultado, lembrou-se de sua mãe. Era uma lembrança linda de quando ela havia virado moça, quando era ainda humana, aos treze anos. Sua mãe fazia uma trança lateral em seu belo, dizendo que um dia ela cresceria, se tornaria uma linda mulher e se casaria com um bom homem. Aquele era o sonho de sua mãe, que sua filha casasse com um homem que ela amasse e cuida-se bem de sua menininha. Ela não conteve a saudade e chorou. Chorou de emoção e de nunca ter tido a oportunidade de viver isso de forma real e humana. Chorou por ter sido arrancada de sua vida, de sua família e de sua mãe. Por mais dura que fosse aquela época, ela daria tudo para voltar atrás.

       

         Limpou suas lágrimas com um lencinho de seda que uma moça lhe entregou. Trocou o vestido de noiva pela sua roupa que usava quando chegou e reservou aquele vestido. Mandou a dona chamar o alfaiate e preparar o vestido para que ela o buscasse pronto as sete e dez daquele dia. Escolheu luvas e pediu para mudarem o formato o decote para algo mais arredondado. Acabou pagando com cartão de crédito e com bom grado, mas hipnotizou a gerente que por acaso era dona da loja. Fez com que ela deposita-se aquela quantia de vinte e nove mil dólares na conta da funcionária que a ajudou e indicou o vestido. Contente, a Vamp saiu sem saber que embora estivessem hipnotizadas, ela acabou ajudando mais a mulher do que a si mesma. A mulher estava sendo ameaçada pelo ex-marido e precisava de mil dólares para pagar ao advogado e faze-lo assinar o divórcio.

        O taxista tarado estava no carro esperando por ela, porém, ele se masturbava ali mesmo. Enojada, a Vamp o hipnotizou mandando ele ir para própria casa, encher a banheira, cortar a barriga e o próprio pau até morrer. Não entrou no táxi e saiu andando pela rua sorridente. Virou a esquina e entrou em um beco vazio. Ali, se transformou em Ravena e voou para sua casa. No alto, ela via sua vítima estacionando o carro em uma casa. Ela podia não ter sujado as mãos dessa vez, mas ao menos poupou o mundo de mais um babaca. 

Vamp: O INÍCIO  - Livro 1Where stories live. Discover now