Capítulo 32

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         A temperatura baixa da estação não incomoda a Vamp de modo algum

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         A temperatura baixa da estação não incomoda a Vamp de modo algum. Para uma vampira, o inverno e o verão não fazem diferença. Uma vez que não sentem frio nem calor como os humanos que são afetados pelas estações do ano, fica fácil de lidar com as mudanças climáticas.

       Filipha estava em uma caçada. Ainda era madrugada, contudo essa com certeza é a melhor hora para conseguir uma vítima em potencial. A criatura há séculos atrás tentou adquiri dietas mirabolantes, por exemplo, comer animais como esquilos e coelho, mas não tinha como. O sabor do sangue humano, fresquinho e direto da jugular não havia comparação para ela. As árvores são tão altas que tapam a visão da onde ela estava, lá em cima. Sim, estava no alto de uma árvore de Pinheiro. Como cheguei aqui? Bom, melhor relembrar poucos minutos atrás...

       Eu estava voando na forma de Ravena (Pássaro) Quando percebi lá de cima uma movimentação estranha em uma zona mais afastada. Curiosa, deixei meu caminho da boate Padlux para acompanhar o que estava acontecendo ali. Segui dois humanos. Eram homens fortes e robustos. Não conseguia ver o rosto deles, mas decidi voar acima das árvores. Foi quando um deles ganhou uma maior velocidade e conseguiu escapar do que lhe perseguia. Pousei em um galho, fitando o desespero do rapaz. Mais atrás, vinha o outro, andando devagar e prestando toda atenção a qualquer ruído. Consegui ver seu rosto, mesmo a noite e sendo escuro, a lua iluminava parcialmente. (Eu já o tinha visto de algum lugar.) Pensava a Vampira, intrigada.


E agora...

        A vampira sentia o cheiro de suor humano. O vento da madrugada cortava o ar a baixo, mas sentia o odor de um humano. Agora! Chegou a hora da diversão. Escondida entre as árvores, Filipha observava o crime que estava prestes a acontecer. Um humano segurava um facão e usava luvas plásticas. A Vamp inclinou-se mais a frente, descendo alguns galhos para ter uma visão melhor. O outro humano estava implorando pela vida, quando o estranho a sua frente cortou a cabeça dele.

        Mas o facão não parecia afiado o suficiente. Então ele teve que continuar rasgando a pele dele, para arrancar a cabeça. O humano ainda estava vivo, Filipha podia ouvir os gritos estridentes deste. Um cheiro estranho contaminou o ar. Segurando os cabelos da vítima, o estranho fez força, arrancando finalmente a cabeça desse. Tirou um saco do bolso, abrindo esse e guardou a cabeça. Ele olhava bem ao seu redor, a procura de alguém que pudesse estar o vendo. Contente por achar que estava sozinho com o cadáver, ele sumiu pela floresta, levando o saco com a cabeça dentro e o facão na outra mão.

        A Vamp desceu discretamente da árvore, chegando cada vez mais perto do corpo jogado. Descendo perto dele, ela percebeu que ele ainda estava quente e sangrando. O cheiro invadiu novamente suas narinas. Filipha mexeu no corpo e esse caiu de ombros. Ele estava mijado. (Ele mijou na calça. Ótimo! Melhor eu ir atrás desse cara.) Pensava ela, se transformando em sombra para seguir o estranho que já estava distante.

         Alguns minutos depois, Filipha sob a forma de sombra conseguiu alcança-lo. Por um segundo, a luz forte do poste da estrada iluminava a rodovia e o Sepht percebeu sua presença. Ela misturou-se a sombra dele, disfarçada. Ele abriu o carro, guardou o saco no porta malas e entrou. Durante o longo percurso, Filipha manteve-se quieta, escondida no carro. Ao chegar na parte mais movimentada da cidade de Chicago, ela reconheceu o bairro. Mas quando esse parou, ela o viu com nitidez. Nunca tinha visto esse homem, pelo menos ela não lembrava. O Sepht entrou com o carro na garagem de uma casa. Podia ser a dele, mas ela ainda não tinha certeza disso. Fechou a garagem e pegou o saco no porta malas. Ele andou um pouco na garagem que era três vezes o tamanho do carro. Abriu uma porta e desceu as escadas. Eram muitos degraus. Ele abriu uma tampa para cima e saiu do lado de fora do quintal da casa.

         A Vampira ainda estava sob a forma de sombra, apenas o acompanhando. Ele deu uma corridinha, atravessando a rua. Entrou por outro quintal, passando por uma cerca de arbustos. Ela detestou aquilo, mas se manteve calada. Contou as casa: Duas casas depois, ele entrou em outro porão. Ligou as luzes do lugar e adentrou. Suspeita, Filipha mantinha-se silenciosa, copiando os gestos dele. Ele tirou a cabeça da sacola. Deixou-a dentro de um recipiente de vidro, indo buscar algo em uma prateleira ao lado. Era um galão. Ela sentiu um cheiro forte, parecia vaselina com algo a mais que ela não identificava. Ele abriu o recipiente e despejou no frasco redondo onde a cabeça estava. Ele fechou os olhos da cabeça e preencheu o frasco com o liquido transparente e fedido. Com cuidado, ele fechou.


        O recipiente estava ao lado de uma estante, haviam etiquetas a baixo, identificando os objetos em outros frascos igual aquele. Foi então que ela percebeu: Ele era um sádico. Estava colecionando algo. O homem tapou a estante com o pano preto que ficava fixo na grade em cima. Desligou as luzes e andava em rumo a uma escadaria, subiu nove degraus e abriu a porta de madeira. Depois de entrar, empurrou uma estante pesada com rodinhas em baixo, tapando a visão por total da porta. Entrou no cômodo e ainda de luz apagada, ele abriu outra porta. Ele sabia exatamente o lugar de cada coisa. Trancou a porta depois de entrar e acendeu as luzes. Ela estava em uma cozinha. Ali devia ser a casa dele.

      Muito quieto, o humano tirou completamente a roupa, ficando nu. Jogou tudo na máquina secadora e acrescentou produtos de lavar roupa: Sabão em pó em uma divisória e amaciante na outra. Programou a máquina e desligou as luzes da cozinha. A Vampira ainda estava sob a forma de sombra, sem saber o que fazer ou pensar. Apenas se limitava a imitar os gestos dele e a observar tudo com cautela. Ele subiu o segundo andar, entrou em um quarto e passou reto, indo para o banheiro da suíte. Ligou a água no máximo quente, fazendo o vapor se misturar ao ambiente. Filipha mudou sua forma para fumaça e esse nem notou sua presença.

      Ela o observava tomar banho. Cada gesto dele, parecia desligado. Ele estava acordado, mas parecia estranho. Como se uma parte dele não soubesse o que fazia. Como se estivesse no piloto automático. Ele acabou o banho, secou-se com uma toalha que estava ali perto e enrolou essa na cintura, escondendo seu membro. Ele tinha algumas tatuagens. Nada demais, mas uma no antebraço a despertou interesse. Eram desenho de sombras e aspirais. Não sabia se tinha um significado, mas ela lembraria disso. Ele jogou-se na cama, de barriga para baixo e dormiu.

        A Vampira ainda como fumaça o observava dormir. Ele parecia exausto. Tinha cabelo curto, preto e era bonito. Musculoso, mas nada em exagero. Com aquela tatuagem no braço e outra na barriga, um dragão. E no pé, um desenho de relógio. Ela o deixou, decidindo explorar a casa. Ele tinha carteira de identidade e de motorista no bidê, ao lado dele. Ela abriu a carteira dele, vendo seu nome: Bruce Wokians. Policial\ Agente e Detetive especializado em assassinatos.

       Ela conteve o riso. Um policial cometendo crimes. Essa era boa. Ela deu uma boa olhada na casa. Ele morava sozinho. Cansada, ela foi embora achando que não era nada demais. Afinal, ela mesma matava. Transformou-se em Ravena e voou para sua casa, percebendo com detalhes e bem melhor o lugar que estava. Ao chegar em casa, ela transformou-se em sua forma real, estava muito cansada. Nem trocou de roupa nem nada, só subiu até seu quarto, tirou o salto e se jogou na cama, dormindo em poucos instantes.

Vamp: O INÍCIO  - Livro 1Where stories live. Discover now