Capítulo 42

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       Hoje era sábado e a detetive estava de folga

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       Hoje era sábado e a detetive estava de folga. Ela acordou mais tarde do que costumava, pois era um jeito de relaxar e dizer as responsabilidades para dar um tempo. Era por volta de dez da amanhã quando Allie Decker acordou. Levantou-se e arrumou a cama. Abriu a janela para a casa pegar um ar, embora estivesse frio lá fora. O inverno em Chicago era rigoroso. Trocou de roupa colocando algo confortável, mas que não fosse o pijama. Ficou de moletom e meias.

        Na cozinha, ela botou o café passar enquanto fazia duas torradas com queijo e presunto. Esticou uma toalha de mesa, pegou o que precisava na geladeira e abrindo o pacote de pão fatiado, ela passou manteiga de cada lado do pão, colocou duas fatias de queijo e duas de presunto. Fez o mesmo com a outra, tendo duas torradas. Ligou a torradeira e esperou essa piscar uma luz verde para dizer que estava quente e podia colocar os sanduíches. Encheu uma xícara de café preto e duas colheres de açúcar. Colocou os pães na torradeira e esperou, sentindo o cheiro do café fresquinho.

         Assim que ficou pronto, comeu com calma apreciando aquele momento com ela mesma. Depois de comer, tirou a mesa, lavou a louça e começou a fazer a faxina na casa. Não que se precisa, mas para ela se ocupar. Perto das duas da tarde ela havia finalmente terminado de limpar a última estante de livros. Fechou a casa e ligou o ar quente. Separou o pijama e foi para o banheiro. Preparou a água da banheira com tudo que tinha direito. Ligou o celular em uma playlist do youtube e deixou-o em cima do armário do banheiro, entrando toda nua na banheira. Conforme a música tocava, ela se sentia mais sozinha. O peso de uma vida solitária era esse. 


       Música: Jaymes Young – What is love

     Ela afundou-se na água com espuma, chorando e segurando o ar o máximo que seus pulmões conseguiam. Ao emergir, sentiu-se mais pesada. Ela sentia falta de uma vida de verdade. Ela não tinha ninguém a não ser ela mesma. Seu pai estava longe e sua mãe nem se importava com ela. Seu irmão e único amigo que teve um dia morreu e ela se sentia de certa forma responsável. Havia um enorme vazio em seu coração. Allie não sabia o que era. Talvez fosse a falta de um amor...

      Fez sua higiene, lavou e hidratou os cabelos. Sabe-se lá quanto tempo depois, ela decidiu sair daquela banheira. Enrolou-se na toalha e levou com ela o celular para o quarto. Enquanto se secava e vestia-se, ela chorava. Era uma mulher adulta, livre e bem profissionalmente. Mas sem o trabalho ela não era nada. Secou o cabelo com o secador ouvindo as músicas que tocavam. Ela não se sentia bonita, mas não ligava para isso. Ela odiava se sentir assim, com um espaço oco no coração. Deitou-se na cama e adormeceu, enrolada nas cobertas que a aqueciam do frio e da solidão.

     Um barulho de campainha a acordou. Confusa ela achou que fosse delírio, mas quando pretendia voltar a dormir o som da campainha tocou de novo. Era alguém na porta. Allie levantou e saiu correndo, ajeitando o cabelo enquanto ia até a sala. Ao abrir a porta, deu de cara com Noah e Oliver.

- Oi, podemos entrar? - Perguntou Oliver, segurando um caixinha de seis cervejas em lata.

- Oi, claro, entrem. - Disse ela, lembrando que tinha combinado deles passarem em sua casa para tomar uma cerveja e falar sobre o caso. Mas não de uma forma tão formal, como amigos no fim de semana.

- Oi, tudo bem? - Perguntou Noah, notando que ela parecia meia perdida.

- Tudo sim, desculpem. Eu tinha esquecido totalmente. Eu estava dormindo. - Falou ela se sentindo envergonhada, ela estava descabelada, usando pijama e com cara de sono.

- Se quiser, vamos embora. Não tem problema. - Disse Oliver, antes de aguardar a cerveja.

- Verdade, fica para outro dia. - Concordou Noah, fazendo sinal para o irmão para eles irem embora.

- Não, não gente. Fica. Eu estou de bobeira mesma. - Dizia ela sorrindo, contente por não ficar sozinha lamentando a vida sem graça que tinha.

- Tudo bem então, mas se mudar de ideia, tranquilo. - Disse Noah indo para o sofá da sala.

- Fiquem a vontade, só vou trocar essa roupa. - Disse ela sumindo para o quarto.


     Os irmãos conversavam sobre caçada e coisas aleatórias. Oliver até tinha esquecido de Allie, mas Noah esperava por ela sem prestar muita atenção no irmão. Alguns minutos depois ela saiu do quarto usando um jeans comum, uma camiseta simples e um casaco. Noah parou de ouvir Oliver por total, assim que a detetive entrou na sala.

- Noah? Mano? - Chamava Oliver, tentando entender quando percebeu Allie.

- Voltei. - Disse ela se sentando perto deles.

- Estávamos a sua espera. - Disse Noah sorrindo sem jeito.


       Oliver percebeu o que estava havendo. Ele teria que dar um jeito de sair, mas preferiu ficar um pouco, afinal ele estava com fome. Uma hora depois, eles tinham bebido a cerveja e Allie tinha feito aperitivos para eles com pão, patê, azeitona e salame. Eles comeram e ficaram falando sobre o caso e então eles comentaram sobre a tal mulher que viram uma vez na delegacia e que ela parecia ser uma vampira. Mas eles não conseguiam associar uma vampira ao caso, por mais que tentassem. Oliver se despediu, dizendo que ia embora. Ele deu um breve tchau a detetive e fingiu que iria fazer uma ligação lá fora, deixando Noah para trás.

        O homem era bonito, alto e forte. Mas tanto ele quanto Allie não davam o próximo passo e ficavam apenas no olhar. Então ela lhe ofereceu uma bebida ou um refrigerante. Ele acabou aceitando o refrigerante. Foram até a cozinha e enquanto Allie mexia na geladeira, ele falava sobre como a casa era bonita e tal. Oliver apareceu na porta sem falar nada. Noah ia chama-lo, mas ele fez sinal de ''bico calado'' e apontava para a detetive. Noah ficou sem jeito e evitava olhar para o irmão.

- Quer um copo? - Perguntou ela.

- Não, não precisa. - Agradeceu pegando a lata que ela lhe dava.

       Suas mãos se tocaram um breve segundo. Aquele olha outra vez. Allie sentia que seu rosto estava ficando vermelho porque estava se sentindo quente. Noah olhava para ela pela primeira vez. (Como ela é linda. Poxa!) Pensava ele, ainda segurando a mão dela e a lata de refrigerante. Aquele momento parecia durar uma eternidade.

        Quando finalmente ambos tomaram coragem e Noah avançou, pegando-a pela cintura e a outra mão em sua nuca, ele a beijou. Allie segurava a lata de Pepsi e correspondia ao beijo de olhos fechados. Era um beijo receoso de início, mas ela deu passagem a língua dele que ao perceber, já percorria seus lábios. O beijo se tornou mais quente e o braço em volta dela, a puxava para mais perto dele. Quando ele a soltou devagar e o beijo terminou, seus olhos se encontraram.

-Até amanhã, Detetive. - Ele sorriu para ela, soltando-a finalmente.

- Até, caçador. - Suspirou ela se sentindo como se estivesse rodando.


       O som do carro ligado despertou Allie Decker de seu estado de choque. Ela pulou de felicidade, em seguida se reprimindo por tal feito. Sentia-se uma garotinha, uma adolescente. Com a lata ainda na mão, abriu-a e o barulho do metal e o gás saindo a deu uma vontade de beber aquilo. Ela tomou um longo gole, sorrindo enquanto ia até a geladeira pegar algo para cozinhar e comer. Enquanto isso, Noah ouvia piadinhas do irmão como: Finalmente cara!

        Oliver não era exatamente o mais romântico, mas percebia o jeito do irmão quando estava perto da policial. Ficou feliz por ele. Deixou-o no hotel onde ficavam e vazou para o hotel Le' Vintage. Ele faria uma surpresa a Morgana. Mas o que ele não sabia, era que a verdadeira surpresa seria a dele. 

Vamp: O INÍCIO  - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora