Capítulo 27

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       Chicago era a cidade dos ventos, conhecida pelo seu frio surpreendente

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       Chicago era a cidade dos ventos, conhecida pelo seu frio surpreendente. Não nevava faziam três dias, as temperaturas tinham subido um pouco mas ainda era muitíssimo frio com 3ºC a noite e cerca de 8 ºC de dia.

      Bruce estava em um estado de transe, em casa ele se preparava para escolher a próxima vítima de seus recentes crimes. Desde que ele havia desmaiado no hotel Le'Vintage após ficar alcoolizado, ele vinha tendo relapsos de dupla identidade. A verdade era que ele estava se tornando um serial killer em potencial. Sua filosofia era punir pessoas ricas que cometiam crimes e não eram punidas. Sua ideia veio após uma longa conversa com o fantasma e criador do Hotel.

       James April era um louco que em seus melhores anos de vida, construiu o hotel com a ideia de matar pessoas e esconder seus corpos. O hotel foi fundado em 1909, em uma época onde o lado religioso era um grande martírio para os cidadãos desonestos, pecadores e demais pessoas caídas no caminho da perdição.

      James era casado com uma Vampira chamada Morgana. Ela era bonita, jovial, longos cabelos negros e muito sensual. Contudo, ela não o amava e só estava com ele porque queria o hotel para ela e claro, porque James era rico e dava tudo que ela queria.


      Contudo, o sexo entre eles era horrível para ela, ele só transava com força, sem prazer para ela. Só se importava com ele mesmo, além de que era um péssimo marido. Tratava-a bem, mas vivia a traindo com outras, matava clientes do hotel e fazia barbáries com seus corpos. Ela não se importava com James e ficou muito feliz quando esse se matou, após a polícia invadir o hotel ao descobrir o que ele fazia.

      James era sádico e mesmo depois de morto, não deixou de matar. O hotel se tornou um portal entre o mundo dos mortos e vivos. Tantas mortes e sofrimento originaram um acumulo de energia negativa, maldição e claro, ódio. Quem morria ali, ficava preso. Só podia sair do hotel por um dia, esse dia era o Halloween.

      Em vida, James Abril, dono e criador do Hotel Le'Vintage passava grande tempo construindo quartos e passagens secretas. Fazia paredes e corredores que davam a andares subterrâneos. Corredores e mais corredores entre as paredes dos quartos para jogar os corpos mortos.

      Com tanta violência e sofrimento, os corpos apodreciam e não eram tratados. Mas como eram jogados por corredores e canos, todos se perdiam. Não havia cheiro, pois tudo estava nas paredes. E por fora, mais paredes eram construídas se necessário.

     O hotel se tornou um labirinto de morte. Morgana ficou com o hotel e tona fortuna milionária de James quando esse se matou. Os anos se passaram e ela vivia bem ali. Mesmo com James insistindo para ela ama-lo, uma vez que ele era um louco apaixonado. Mas ela dizia que eles não estavam mais casados, que ele tinha morrido e isso anulava o casamento. Assim, James era solitário e se escondia pelo hotel.

      Todos que tinham morrido ali, vagavam. Alguns fantasmas se auto prendiam nos quartos onde morreram, não podendo se quer sair das paredes. Outros, vagavam e curtiam o hotel como se estivessem vivos. Eram tantas almas, tantas histórias adversas de abuso, agressão, homicídios, suicídios e assassinatos.


       Morgana, a vampira e atual dona do Hotel estava ficando pobre novamente. Ela havia se casado inúmeras vezes com homens bem sucedidos e depois os matava. Longe do hotel é claro, para não ter que viver a eternidade aturando eles. Contudo, ela tinha um amante há trinta anos, seu nome era Ralf e ele era filho de Gioconda. Ele também era vampiro, contudo já fora humano. Ele morreu no hotel usando droga com sua namorada viciada, Sammy.

      A mãe de Ralf, Gioconda o encontrou morto na cama. Ela brigou com Sammy e a atirou do decimo andar. E assim Sammy morreu e se tornou um fantasma. Mas o erro de Gioconda fez com que ela se sentisse eternamente culpada. Ralf não havia morrido, ainda. Ele estava em um estado de overdose. Morgana entrou no quarto por acidente e o transformou. Ela o achou bonito e ele a lembrava de seu antigo e único amor, Michellino, o vampiro que a transformou.

      Sammy e Ralf nunca mais ficaram juntos. Ralf se apaixonou por Morgana e fazia tudo que ela queria. Se tornou um homem frio, calculista e já tinha desprezo pela mãe, fazendo com que esse sentimento só aumentasse. Contudo, Gioconda escolheu ficar ali mesmo assim, trabalhava de atendente e faz tudo no hotel, só para poder ficar perto do filho. Ela tinha um amor doentio, que nunca conseguiu superar. Ela ainda estava viva. Só não vivia sua vida.

       Liz era um travesti que morava no hotel igual a Gioconda e os demais fantasmas que consideravam o hotel como seu lar. Liz era Alfredo, um vendedor ambulante de plano de saúde que escondia sua fantasia sexual e seu lado feminino. Ele tinha medo, vergonha e também tinha medo de se assumir gay. Dizia que não era gay. Morgana o conheceu em uma noite, quando esse se hospedou no hotel durante uma viagem a trabalho na cidade.

       Alfredo trazia com ele sua mala de roupas e com elas, vestido, peruca e maquiagem. Morgana o pegou no corredor vestido de mulher e o convidou a ficar. Ela o ajudou a superar sua vergonha, raspou seus poucos cabelo e o produziu com dignidade. Ele assumiu ser o que era e largou a família, trabalho e tudo. Voltou para sua cidade, se divorciou deixando o filho e esposa com tudo que ele tinha. A casa, dinheiro e imóveis. Ele preferia viver a sua vida em liberdade. E o hotel Le' Vintage em Chicago o recebeu de braços abertos.

      O hotel era muito mais que um mero hotel. Era o lar de muitas pessoas diferentes, fossem vivas ou mortas. Alguns se davam bem, outros apenas se obrigavam a conviver, mas mantinham distância. A morte não era um problema ali, a maluquice era bem vinda e o diferencial do hotel era que esse preservava sua estrutura antiga de quando foi construído em 1909 por James April.

       Contudo, o hotel tinha despesas altas e Morgana não estava mais conseguindo lidar com isso. Precisaria se casar de novo, com um ricaço. E a sua chance logo bateria a porta.

      Chicago era uma cidade cheia de mistérios, prédios velhos e abandonados. Havia uma parte rica e bem moderna, enquanto havia mausoléus, prostíbulos e drogados. A vida não era perfeita, a polícia não vencia com o crime ainda mais quando esses crimes vinham ocorrendo com tamanha frequência de um tempo para cá. Criaturas místicas também gostavam da cidade, contudo não havia só coisas ruins.

     Havia famílias antigas e com histórias emocionantes. Havia abrigos de cães e gatos abandonados onde pessoas cuidavam deles. Haviam vizinhos amigáveis e bons restaurantes. Mas nenhum lugar é perfeito, contudo, a diferença é em qual lado da balança você está: O lado Bom ou ruim de Chicago? 

Vamp: O INÍCIO  - Livro 1Where stories live. Discover now