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Depois do incidente, Maraisa parecia que tinha sido invadido por um mau humor grande. Ela não falava nada, ficava o tempo todo com os olhos fixos no retrovisor do carro. A Marília não a culpava, depois do mico que passou, no lugar da morena, também ficaria assim.

Mas bem... Elas eram adultas, poderiam muito bem fingir que nada tivesse acontecido. Como estavam fazendo agora, o problema era que Marília estava acostumada a escutar a voz da morena, mesmo que fosse estressada.

Pensou num assunto para abordar. Na realidade, tinha muitos assuntos para ser abordados. Iriam se fingir de namoradas, e nem se conheciam! Deveria criar ao menos uma intimidade entre elas, e Maraisa ter pegado em sua bunda foi um bom começo. Ainda estava se perguntando o porquê dela ter feito isso, mas a verdade é que tinha gostado de sentir as mãos pequenas e firmes, tocando em si com mensurado prazer. Foi impossível não imaginar as mesmas mãos em outras partes do seu corpo.

Olhou para Maraisa pelo canto do olho.. Ela estava linda, mesmo com toda simplicidade, conseguia ser muito sexy em seus olhos. Marília desconfiava que não fosse apenas em seus olhos, era impossível não querer olhar para o rosto ou o decote da morena que mesmo singelo, sempre atraía a atenção. Os seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, quase pediu que ela os soltasse.. Cabelos sedosos e longos como esses, que exalavam perfumes de rosas, deveriam ser sempre soltos.

Maraisa não estava usando maquiagem. Sua beleza era muito distinta.

A sua atenção foi desviada quando um mordedor atravessou os espaços do banco atingindo o para brisa e uma gargalhada alta preencheu o recinto. Marília se assustou, porque tinha esquecido completamente que tinha uma criança no seu carro.

Maraisa riu junto com a sua filha e pegou o mordedor, virou-se para trás e seus seios rasparam no braço de Marília, que deu uma de doida e fingiu que não estava sentindo a maciez dos seios fartos em si.

— O que eu já disse á você? Nada de jogar ás coisas, sua levada. — Maraisa entregou o mordedor para a sua filha.

Lia jogou novamente, e assim aconteceu por algumas vezes, as suas gargalhadas mostrava como ela se divertia com isso, e aparentemente, Maraisa também que ria animada. Depois de um tempo, as duas se cansaram e a menina se contentou em chupar a sua chupeta.

— Por que não me disse que tinha uma filha? — Marília questionou. Estava pra fazer isso há algum tempo.

Maraisa a olhou, depois deu de ombros.
— Não achei que era relevante.

Marília bufou. — Como não acha relevante? — Gesticulou, intercalando o seu olhar da estrada para Maraisa. — Eu acho que deveria saber de algo assim, até porque as coisas mudaram um pouco com isso.

— Mudaram o que? Não mudaram nada! — Maraisa  apertou os olhos. — Eu vou continuar fingindo ser a sua namorada, a presença de Lia não muda esse fato.
— Mas muda o que os meus pais irão pensar. Minha mãe vai achar que o nosso compromisso é seríssimo. — Marília lastimou, balançando a cabeça em negativa.

— E qual é o problema disso? Eu achei que você me contratou porque queria que os seus pais acreditassem que o nosso relacionamento é seríssimo. — Maraisa falou irônica, revirando os olhos. — Só vai somar mais um ponto para você.

— Pode ser. Porém, depois como vou justificar o nosso rompido depois que a semana passar? Meu Deus! Ninguém termina com uma mulher com uma filha. É desumano, quase cruel. — Marília apertou o volante, fazendo uma careta.

Maraisa respirou fundo.

— Sinto lhe informar que isso é bobeira.

— Não é bobeira! — Marília  quase gritou o que assustou a Lia que estava cochilando. — Já posso imaginar a minha mãe surtando de felicidade. Ela sempre quis ter uma neta.

Faz De ContaWhere stories live. Discover now