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Rô estava com as pernas estiradas no banco. Recebendo o sol no rosto. Amava o sol, mas mantinha sempre o cuidado para não agredir a sua pele. O seu pensamento estava em Maraisa... Nunca ficou tão encantada com uma mulher assim, e não tinha tido nada com ela. Jogou os cabelos para trás pra receber mais o sol quando o seu irmão surgiu e sentou-se no outro banco.

—Você precisa cuidar mais desse jardim. — Rô comentou ainda com a cara pra o sol.

— Estou sem tempo. — Danilo cruzou as pernas. — Antes cuidava muito bem do jardim, mas com o que aconteceu com o Gustavo, e o trabalho, as minhas flores estão descuidadas mesmo.

— Ainda não descobriram quem fez isso com o Gustavo? — Rô perguntou, virando o rosto para olhar o irmão.

Danilo balançou a cabeça em negativo, apertando os lábios em contragosto.

— Não. Mas nada me tira da cabeça que foi a Lauana. Mesmo sem nenhuma prova contra ela. — Danilo suspirou, ficando irritado. — Tudo que eu mais queria era ver aquela mulher atrás das grades, mas isso parece que não vai acontecer nunca.

Rô entortou a boca, não queria conhecer nunca essa Lauana, porque se conhecesse, faria questão de mata-la por causar sofrimento ao seu irmão. Sabia como Danilo adorava o Gustavo, no início do namoro não aprovava muito o relacionamento, pelo fato do mesmo ser casado, mas agora... Aceitava. Queria ver o seu irmão feliz sempre.

— Não se preocupe. Toda vadia sempre tem o seu fim trágico. — Rô disse.

— Espero que o fim de Lauana seja bem trágico. Típico do filme de terror em que cabeças voam. Adoraria jogar futebol com a cabeça dela. — Danilo retrucou.
 
Rô riu.

— Falando em jogar futebol com a cabeça, adoraria fazer isso com a cabeça daquela Marília.

Danilo olhou a irmã com interesse.

— Conheceu a Marília?

— Sim. E ela foi bem adorável para não chama-la de piranha. — Rô sentou-se, ficando de frente para o irmão. — Acredita que ela errou diversas vezes o meu nome? Depois com aquela voz de bode rouco, disse “desculpa, é que tenho memoria seletiva”.
— Revirou os olhos.

Danilo soltou uma gargalhada, balançando a mão, ficando vermelho.

— Ela fez isso? Cara... Eu adoro a Lila! — Danilo começou, então, recebeu um olhar de sua irmã, foi parando de rir. — Quer dizer... Adoro você mais ainda. E foi bem horrível o que ela fez, né? Você ficou calada?

— Por um momento, fiquei. Quis muito esfregar a cara dela na grama. Mas descontei ao insinuar que eu e Maraisa dormíamos na mesma cama. — Rô deu um sorriso malicioso. — Você tinha que ver a cara de Marília, parecia que iria morrer!

— Você está mesmo brincando com o fogo. — Danilo a olhou. — Então, você foi vitoriosa no primeiro round?

— Acho que sim. Da forma que ela saiu soltando fogo pelas ventas. — Rô deu um sorriso vitorioso.

— Agora me conta... Onde está a Maraisa? Lia?

Rô perdeu o sorriso, e bufou.

— Foi com a Marília. Estou revoltada com isso. — Rô soltou. — A mulher chega aqui com o nariz empinado, interrompe um clima entre mim e Maraisa... Porque estava rolando um clima... Leva a minha sobrinha e ainda por cima a Maraisa que ficou toda abestalhada depois que a viu. Como pode?

— Eu te disse que você está entrando em uma casa de vespa. Maraisa é louca por Marília.

— Mas a Marília está pisando muito na bola. — Rô rebateu. — E tenho um pressentimento que vai continuar a pisar, o que abre uma enorme porta para mim. Vai ter uma hora que Maraisa ficará tão decepcionada, que eu tomarei a rédea da situação.

Faz De ContaWhere stories live. Discover now