Faz De Conta

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— O que foi? — Rô perguntou ao mordiscar o seu pescoço.

— Nada. — Maraisa desviou os olhos de Rô e voltou para Marília.

Arrependia-se ter a beijado sem ter definido o seu caso com a Marília. Agora estava na merda, no meio de um show com milhares de pessoas, ao lado de uma mulher interessante, porém, o seu único interesse era para a mulher que estava no camarote.

Infelizmente, para a sua infelicidade e também desgraçada...  Queria chorar, muito. Porém, estava num show. A coisa mais decente que poderia fazer era fingir que estava curtindo. Se Marília estava curtindo dessa forma sem se importar com a sua presença, também poderia fazer isso. Pediu mais uma bebida para Rô que foi comprar. Iria encher a cara e dane-se o resto.

O lugar que estava era um pouco distante da grade de proteção. Então, podia ficar mais folgadinha para dançar. Rô a puxou para dançar coladinha, e ela aceitou. Durante a dança, os corpos giravam, e ela podia olhar para direção do camarote. Marília estava estava olhando fixo para ela. A força do olhar queimava em suas costas sempre que Rô a rodava.

Luan tocava uma música que doía na alma...

Bem, a cama ainda tinha muito calor... Lembrou-se do sexo na sauna e o seu corpo estremeceu e os pelos ficaram arrepiados.

Depois de mais uma rodada, os olhos de Maraisa voltaram a se encontrar com o de Marília. Intenso. Muito intenso, á ponto de fazer a morena perder o fôlego e esquecer-se de tudo que estava acontecendo ao seu redor. Não soube quanto tempo ficou dançando com Rô no automático, estava atenta apenas aquele olhar que devorava a sua alma...

Não estava dando certo: Estava no show da rainha da sofrência, bebendo como uma louca e o amor de sua vida muito próxima. Cada música parecia que tinha sido feito para ambas. Para completar a situação, Marília e Maiara desceram para área vip, ficando quase meio metro de distância.
Rô viu a loira e fechou a cara.

Foi questão de um minuto para Maraisa decidir... Pensou em não ir, mas quando se deu conta, estava indo de encontro com Marília. Era um imã que era sempre puxada, não podia ficar sem ir, essa atração enlouquecedora que existia entre as duas não tinha explicação.

Rô olhou bem para a mulher em sua frente... Era atraente, mas tinha algo muito semelhante nela. Queria ir sair dali, viu Marília indo em algum lugar, e sendo seguida pela Maraisa. Isso não podia acontecer! As duas não podiam ficar sozinhas nesse show. Tinha que ir atrás delas, mas para isso precisava que aquela louca lhe soltasse. Estava sentindo a sua pele aquecida aonde era segurada. Só podia ser brincadeira!

— Me solte! — Rô gritou.

— Não. — Maiara gritou em resposta.

Encararam-se. Uma química muito louca invadiu os seus corpos. Os seus olhos se tornaram provocativos...

Rô balançou a cabeça em negativo. O que estava fazendo? Não estava interessada em outra mulher. Estava interessada em Maraisa que provavelmente estava se agarrando com a Marília em algum lugar. Isso a deixava mais furiosa ainda, porém, um quê de excitação estava lhe causando arrepios, era o toque dessa individua.

— Não me obrigue a tirar essa sua mão de mim. — Rô voltou a gritar. E colocou a sua mão no pulso dela. Uma péssima decisão, dando em conta que as duas perceberam a força eletrizante.

Maiara deu um sorriso implicante. Que Marília a perdoasse, mas estava achando Rô muito atraente e estava louca para beijá-la.

— Que triste pra você, não tem outra opção... Tente á sorte. — Maiara respondeu.
Rô deu um gole em sua bebida sem acreditar no que estava acontecendo...