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Um plano teve que ser pensado de última hora. Quando foi buscar a Lia, tinha o pensamento de levá-la para o parquinho, mas com a inclusão de Maraisa, pensou em outra coisa. Parou em um sinal fechado, e mandou uma mensagem para a sua irmã, mandando-a se arrumar. Iriam para o parque de diversão: Veneza Water Paker.


Pediu também que Maiara colocasse um biquíni seu, e da Lia na bolsa. Como tinha um quarto apenas para ela no apartamento, tinha muitas roupinhas da Lia. E sobre Maraisa, compraria um para ela no parque. O menor possível. Estava com vontade de ver aquele corpo bem provocativo.

Olhou para Lia no retrovisor. Ela estava chupando dedo, com os olhos fixos na sua bolsa bem colorida. Deu um leve sorriso com a cena, depois olhou para Maraisa que tinha os olhos na janela.

— Então. Que história é essa de cama? — Marília perguntou sem rodeios. Não gostava de enrolar nada.

Maraisa empalideceu com a pergunta, e mordeu o lábio inferior. Tecnicamente, não tinha porque dar muita explicação para Marília, porque estavam “separadas”. Mas escutou o ciúme vibrando na voz de Marília. Gostava de provocar a onça com vara curta, mas... Não quando estava em um carro com a sua filha presente.
Respirou fundo, e olhou pra loira.

— Na casa do Dani tem dois quartos apenas. Estou dividindo o quarto com a Rô, e como a cama é de casal, também.

Marília apertou com força o volante á ponto dos nós dos seus dedos ficarem brancos. Controlou um ódio misturado com ciúme que queimava dentro de si. Lia estava no carro, e não era saudável uma criança presenciar brigas.

— Por que... — Marília começou com a voz alta. Mas olhou para trás e respirou fundo. Diminuiu o som da voz. —... diabo que ela está dormindo com você na mesma cama? E por que você está permitindo isso? Não existe um colchão extra pra ser colocado no chão? Na sala, por exemplo?

Maraisa juntou os cabelos e prendeu em um coque mau feito. Estava amando esse ciúme de Marília, resolveu explorá-lo mais.
O sinal abriu e Marília colocou o carro para circular.

— Porque ela ou eu iríamos dormir num colchão na sala se tem o calor de uma cama de casal bem aconchegante para nós? — Maraisa provocou com um sorriso de lado.

Marília tremeu. Os pensamentos negativos invadindo a sua mente com uma força impressionante. Estava odiando aquelas imagens que surgiam de acordo com a sua imaginação. O ciúme queimando as suas veias. Estava vendo até um pouco turvo, mas isso não a impediu de acelerar mais um pouco o carro.

— Porque você é uma mulher casada! — Marília quase gritou, respirando rápido. — E é bem nítido o interesse dela por você.

— Ah, agora eu sou uma mulher casada? Por que antes, eu era uma mulher livre para fazer o que bem entender da minha vida. — Maraisa disse ironicamente.

Marília desviou de um carro, e buscou uma faixa mais tranquila. A faixa de frente ao seu apartamento. Seguindo a avenida, rapidamente chegaria a seu condomínio.

— Você está frescando com a minha cara? É isso? — Marília esbravejou. Assustando Maraisa. Lia nem ligou, estava traquinando, puxando a bolsa do banco pra cima de si. — Eu não a quero junto dessa mulher. A partir de hoje, você não ficará mais na casa do Danilo, irá morar comigo no apartamento.
 
Maraisa deu uma risada sem humor, mas no fundo... Estava bem quente, quase pegando fogo com esse ciúme de Marília.

— Não é assim que a banda toca! Estou á duas semanas morando na casa do Danilo e você nem se deu o trabalho de me convidar para morar em seu apartamento, aliás, nem me queria por perto. Agora que a Rô surgiu, você quer morar comigo? — Maraisa estralou a língua, dando de ombros. — Vá para uma merda que isso não vai acontecer.

Marília ficou mais irritada. Estacionou o carro na frente do condomínio, faltando um passo pra ser bruscamente. Retirou o cinto e virou-se para olhar bem para Maraisa, a sua vontade era de esganá-la.

— Não quer morar comigo por quê? Está interessada naquela ridícula? Está querendo dar pra ela? É isso? Que ser a putinha dela?  — Marília perguntou com ódio, os olhos ficando avermelhados.

Maraisa ficou indignada com as insinuações, e sem pensar duas vezes, esbofeteou o rosto de Marília. A loira foi pega de surpresa, mas nem tanto assim, a morena sempre gostava de batê-la sempre que se sentia ofendida. Maraisa soltou o cinto e tentou sair do carro.

— Eu não vou ficar aqui ouvindo esse absurdo!

Antes mesmo que pudesse abrir a porta, Marília acionou a porta da trave, segurou Maraisa firme pelos cabelos e puxou a cabeça da morena para si. Maraisa gemeu mais de prazer pela pegada do que de dor, para não se entregar totalmente, ainda deu umas tapas em Marília que se esquivou e a puxou mais pra si.

Lia tinha encontrado o seu chocalho, o tinha tirado da bolsa, totalmente alheia ao confronto nos bancos da frente, começou a balança-lo, enquanto ria.

Marília olhou dentro dos olhos de Maraisa... O seu olhar intercalou entre os olhos e a boca avermelhada. O ciúme que a deixava cega era um pouco descontado nos cabelos da morena que fazia questão de segurar com força.  Os olhos de Maraisa brilhavam entre a raiva e a luxúria, na posição que se encontrava com a cabeça puxada um pouco para trás e o couro cabeludo doendo muito, qualquer movimento, a pressão em sua cabeça e os puxões de cabelo aumentaria. A loira iria fazer questão disso.
 O que estava deixando Maraisa louca!

— Se você pensar, imaginar, ousar ou ter qualquer coisa com essa talzinha... — A voz de Marília era baixa, mas bem aterrorizante. Os olhos não se descolavam. —... Eu quebro a sua cara, depois quebro a cara dela. Ouviu bem!? Não vou ter pena em deformar essa sua linda carinha...

O efeito da ameaça foi devastador para Maraisa... O seu sexo molhou-se e se contraiu, a fazendo gemer baixinho. Isso foi uma deixa para Marília devorar os lábios da morena em um beijo delicioso.

Maraisa agarrou-se em Marília, agarrando-a pelo pescoço. Marília soltou a mão dos cabelos da morena, e a agarrou pela cintura, esquecendo-se totalmente que tinha uma criança no recinto. Puxou a morena para o seu colo que foi em um pulo, sem descolar os lábios. As línguas se encontraram em um movimento lento, numa brincadeira bem perigosa que aumentava o desejo entre elas. Marília sugou a língua da morena para a sua boca e deu uma leve chupadinha, arrancando um gemido abafado de Maraisa que cravou as unhas nos braços da loira.

Marília arrepiou-se, e estremeceu-se de dor. Mas a dor era deliciosa para ela, que soltou a língua da morena e voltou a beijá-la com sede. O ar faltou, e Marília deslizou a boca pelo queixo de Maraisa, dando uma mordida. A morena jogou a cabeça para trás, e gemeu, depois voltou para beijar a orelha de Marília quando se deparou com um par de olhos castanhos a olhando com interesse e curiosidade.
Afastou-se de Maríliaem um pulo.

— Criança bem curiosa no recinto. — Murmurou Maraisa diante o olhar questionador de Marília.
 
Marília olhou para trás, e riu envergonhada. Tinha se esquecido da Stella.

— Moma? — Lia balbuciou a sua segunda palavra.

Maraisa e Marília se entreolharam, e riram abobalhadas, incentivando Lia que continuasse com o seu vocabulário quase nulo. Mas outras palavras foram surgindo, desviando totalmente a atenção. Maraisa sentou novamente em seu banco, e começaram a rir. Marília se perdeu no sorriso delas...

Voltei :)

Faz De ContaWhere stories live. Discover now