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A morena fez uma horinha no apartamento de Marília. Tomou o café da manhã e também um banho, com a roupa emprestada da loira, correu para o seu trabalho. Ruth se prontificou que no final do dia, iria levar Lia até ela.

Diferente do dia anterior, o humor de Maraisa estava ótimo. Atendeu as suas clientes, e nem viu á hora passar. Só parou para comer porque recebeu uma entrega com o nome de Marília. Era yakissoba do China in Box. Marília estava mesmo colecionando pontos para com ela, e também estava a reconquistando com a barriga.

Ligou para agradecer, e ainda conversou um tempinho com a loira. Ficaram de se encontrar amanhã para fazer uma programação juntas. Iriam para o cinema, assistir: A Era do Gelo. Iriam levar Lia. A pequena era louca pelos filmes da Era do Gelo, mesmo que não entendesse nada.

No final da tarde, como prometido, Ruth levou Lia no Espaço. A pequena foi a tendência entre as clientes que queriam ficar com aquele pequeno pedaço de céu nos colos. Como não estava acostumada á isso, Lia estranhou e chorando que foi rapidamente para o colo da mãe. Quando se acalmou, a morena entregou a filha para a secretária e terminou as suas clientes que faltava.

No final da noite, foi para casa. Estava cansada. Mesmo que tivesse dormido á noite interior no hospital, o sono nunca era completo. Entrou e ligou a televisão no programa infantil. Colocou Lia sentadinha no carrinho de frente para a televisão. A pequena levou o dedo na boca com os olhos voltados para os desenhos.

Maraisa retirou os sapatos e foi para a cozinha preparar alguma coisa para comer. Faria uma sopa de legumes. Lia amava sopas. Da cozinha, escutava os gritos e as risadinhas de sua filha. Acabou sorrindo sozinha... Amava escutá-la. Não demoraria muito para que Lia começasse a pronunciar frases inteiras.
Ocupou-se em fazer a sopa quando escutou um grito estranho de Lia. Assustou-se.
Lavou as suas mãos ás pressas, e correu para a sala com um pano de prato nas mãos.

— Lia? O que foi meu amor? — Maraisa adentrou a sala e sua pressão caiu ao ver a cena. Todo o sangue fugiu do seu corpo. Sentiu-se pálida e fria. Tremeu violentamente, enquanto, os olhos se arregalaram. — Vo... Você?

Lauana estava sentada no sofá com a posse de rainha em seu colo estava Lia que estendia os braços para Maraisa e chorava com medo. Pronunciava a palavra "mama", o seu rostinho estava bem vermelhinho e os olhos castanhos repletos de amargura. Os olhos de Maraisa também encheram de lágrimas, e ela chorou. Deu um passo em direção da filha, mas Lauana balançou a cabeça em negativo. E Maraisa a obedeceu, até porque Lauana estava com um revólver apontado para a cabeça da pequena.

Uma cena forte que Maraisa nunca mais em sua vida iria esquecer. O pânico invadiu todo o seu ser. Sentiu muito medo. Se Lauana fizesse alguma coisa contra a sua filha, morreria!

— Olá Maraisa... Por que você não se senta um pouco e vamos conversar? — Lauana propôs com um sorriso cordial.

Maraisa não questionou. Sentou-se de frente para Lauana. Todo o seu corpo estava tenso, sua boca amargava como fel e o seu coração estava acelerado. As lágrimas caiam, e a morena não fazia questão de limpar, não conseguia tirar os olhos de sua filha. O seu choro estava partindo o seu coração.

— Solte-a... — Maraisa pediu num sopro de voz. — Por favor, não faça nada com a minha filha. Por favor! — Implorou. — Ela é um anjinho. Por favor...

Lauana sentiu um imenso prazer de ver Maraisa daquela maneira.

— Olha... Para quem era bem brava para o meu lado, você está me surpreendendo. — Lauana falou com desdém. — Incrível como as pessoas mudam do vinho para água quando tocamos na ferida. Não é mesmo?

Maraisa engoliu á seco. Não sabia como aquela mulher tinha entrado em sua casa. Tinha certeza que não tinha deixado a porta aperta. Mas estava falando de Lauana, uma psicopata!

Faz De ContaWhere stories live. Discover now