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Um pouco mais longe, a Lauana observava a cena.


Estava vivendo um pesadelo. Isso não estava acontecendo! Achava que tinha subestimado demais a Maraisa... Talvez, Marília estivesse mesmo apaixonada pela suburbana, o problema é que não tinha sentido firmeza na resposta da loira. Porém, as atitudes estavam sendo contraditórias.

Deu um gole em sua bebida. Tinha que aprontar uma com Carla que fizesse a Marília perder todo o encanto com aquela mulher. Mas o que? Ainda não sabia, mas iria descobrir sempre descobria e acima de tudo, sempre tinha o que queria.

— O que você tanto observa?

— Nada, Gustavo. Você não tem nada mais interessante para fazer? — Lauana virou-se para o seu marido. Ele estava cheiroso e muito arrumado. O que arrancou uma risada sarcástica dela. — Pelo visto, terá e até sei o que é.

— Eu vou á uma reunião de negócios. — Gustavo respondeu. Os seus olhos foram em direção ao mar, vendo a sua irmã brincando com uma criança. — Quem é aquela menina que Marília está brincando no mar? — Perguntou apertando os olhos.

— A filha de Maraisa. — Lauana respondeu com irritação nos olhos.

Gustavo ficou rígido.

— Então, essa é a menina. — Ele disse com raiva.

— Sim. É. Buldogue em pessoa. — Lauana retrucou.

Gustavo riu com o apelido que sua esposa batizou a menina. Queria vê-la mais de perto, por isso, atrasou para o seu encontro e ficou esperando que sua irmã saísse do mar com a menina. E ela fez.

Lauana cruzou os braços, a raiva deixava o seu corpo trêmulo. Observou a Marília saindo do mar, e indo de encontro com a Maraisa, elas se abraçaram e riram como duas idiotas. Depois, deram as mãos e foram para um deque. Estavam irritantemente felizes, faltava muito pouco para que vomitassem arco-íris. Isso era o cúmulo.

— Você vai demorar em sua “reunião?”. — Perguntou Lauana para o marido, sabia muito bem que ele não ia para reunião alguma. Era apenas um pretexto. Ele não tinha imaginação nem criatividade para mentir.

Gustavo não respondeu de primeiro. Estava atônito com a semelhança da menina. Até a cor dos olhos! Não tinha nenhuma dúvida sobre a paternidade daquela menina. Que os deuses fossem por inferno por isto! Era angustiante, sempre que olhasse para Lia se lembraria de que perdeu o amor de sua vida. Aquela menina era a confirmação de sua dor, então, a odiava... Muito.

— Talvez.

Lauana iria soltar mais uma de sua ironia quando o Gustavo se retirou em passos apressados. Não suportando mais ver a cena de “família perfeita”, deu as costas e voltou para a sua espreguiçadeira.
Tinha que se acalmar. Quando pensava friamente, tinha os melhores planos.

• • •

Maraisa estava muito vermelha. Tinha se esquecido de passar o bloqueador solar em si. Estava á muito tempo no sol. O tempo que ficou no deque foi bem rapidinho, já que a Lia começou a chorar pra ir a areia, então, resolveram brincar na areia. Tinha deixado a sua filha debaixo da sombra do deque, e sentado um pouco depois, infelizmente, não se livrava do sol.

Estava radiante! Estava tão feliz por estar com a Marília. Nunca pensou que iria se divertir tanto ao lado da loira. No início pensou que a Marília estava com elas apenas para provar a sua família que realmente eram unidas, e agora sabia que a loira estava por vontade própria, sem fingimento. E isso era maravilhoso. Criava uma ilusão que era realmente uma família... No fundo, uma pequena chama acendeu em seu coração. Queria que fosse verdade.

Marília era sem jeito com criança, mas estava se esforçando para brincar com Lia. Não era tão ruim assim. Estava começando a se apaixonar pela bochechuda. Sempre que a olhava o seu coração parecia uma manteiga no milho quente.

Lia era adorável. Era o tipo de criança que você iria querer como filha. A menina parecia que tinha desenvolvido um gostar pela Marília, os seus grandes olhos castanhos sempre procuravam a Marília. A loira fazia algumas palhaçadas para a menina que se acabava de rir. Só que ela não sabia que além de conquistar o coração da criança, a mãe da mesma estava muito balançada por ela.

— Um castelo para a princesinha Lia. — Maraisa disse para a sua filha. — Está vendo, meu amor? Sim... É um castelo.

Marília ficou olhando para a Maraisa... Ela fazia aquela vozinha estranha que os adultos sempre se comunicavam com os bebês. Isso prendeu a atenção de Marília... Era tão linda, a maneira que sorria e suas bochechas ficavam vermelhinhas, os dentes perfeitos... Tinha uma felicidade tão genuína que brilhavam em seus olhos sempre que falava com a sua filha. A boca deliciosa tinha usado a desculpa que o seu irmão e sua cunhada estavam as olhando para beijar a Maraisa. Mas na verdade, é que sentia vontade desde cedo. Perdeu-se olhando a feição da morena, simplesmente não conseguia para de olhá-la sentia medo que se desviasse o olhar, Maraisa sumisse dos seus olhos, percebeu que não iria suportar porque estava...

Levantou-se rapidamente, atraindo a atenção de Maraisa e também de Lia.

— O que foi? — Maraisa perguntou curiosa.

Os olhos procurando os seus, causando um reboliço dentro de Marília.
Tinha que sair dali. Ao menos, por hora... Tinha que apenas se afastar para respirar e controlar os seus pensamentos. Estava até tremendo!

— Eu vou buscar água para nós. Estamos aqui á um tempinho, não podemos nos desidratar.

— Oh, ok. — Maraisa sorriu.

Oh, não. Aquele sorriso que a deixava hipnotizada. Porém, estava aterrorizada demais para se manter próxima a Maraisa. Sentia até mesmo com falta de ar. Balançou a cabeça e praticamente correu para a casa.
Não podia deixar isso acontecer. Não podia. Não podia. Repetia isso o tempo todo em sua mente. Estava tão distraída que passou por Lauama, e não a escutou chamar.
Amor era sinônimo de sofrimento. Não importava que se mais cedo pensou em ter uma família, foi ânimo do momento. Não podia entregar o seu coração novamente, porque iria sofrer. Não queria mais sentir dor. E não sentiria, se pudesse evitar, iria fazê-lo.

Tinha que sufocar essas batidas ridículas do seu coração.

Entrou na cozinha, encontrando a cozinheira fazendo o almoço. Deu um leve sorriso para ela, então, serviu-se de um copo de água, buscando se acalmar, mas os seus pensamentos estavam a mil por hora.
Estava no meio copo de água, quando a Lauana também entrou na cozinha. Olhou de Marília para a empregada.

— Ellen, nos deixe á sós, por favor.

Ellen desligou o fogo e saiu rapidamente da cozinha. Nunca que iria questionar as ordens de Lauana, sabia muito bem como ela poderia ser perigosa.

— Lauana. Por favor, agora não, eu... —
Marília começou a falar assim que viu a outra se aproximar.

Lauama não deu a oportunidade para que Marília terminasse de falar. Precisava fazer aquilo que estava querendo desde o primeiro momento que a viu chegar naquela casa. Colocou as mãos no rosto de Marília, e a beijou.

O primeiro momento, Marília pensou em se afastar, mas depois que sentiu os lábios quentes de Lauana, não teve como fugir. Nostalgia a envolveu, e a recordação fez se lembrar como era bom beijar a sua ex... Tinha se esquecido dessa sensação que sempre a fazia subir pelas paredes á muito tempo atrás. Presa no beijo soltou um suspiro e entreabriu os lábios, permitindo que a Lauana afundasse a língua em sua boca. O copo que estava segurando foi diretamente para o chão, quebrando-se. Mas isso não incomodou nenhuma das duas.

Marília abandonou qualquer pensamento coerente e também dúvidas, agarrou-se em Lauana, a empurrou contra a parede e a sufocando com um beijo beirando a violência. Que o mundo se explodisse, mas ela iria se fartar do corpo de Lauana... Pensou isso ao soltar um gemido, porque a Lauana tinha arranhado as suas costas com força




OTARIA DMS. PQP.😡
Que odio. Vamo nos juntar e dar uma surra na Marília.

Faz De ContaWhere stories live. Discover now