Capítulo 1: Fúria encoberta

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Londres, Inglaterra - 18 de fevereiro de 2018

Ela não estava nervosa. Estava apavorada!

Há quase dois meses, havia tido a conversa mais difícil de sua vida e sabia que tinha magoado-o de uma forma que ninguém mais havia feito. Mas não tinha escolha, ela iria se casar e ele merecia ouvir de sua boca, mesmo que isso partisse seu coração.

Infelizmente, não tinha conseguido ser mais rápida do que a mídia e do que aquela jornalista fofoqueira que estava entre os seus amigos. Se ela tivesse tido mais tempo... só um pouquinho, ela poderia ter explicado todas as razões que a levaram a dizer sim. Não faria nenhuma diferença, é claro, estaria ela de todo modo casando com outro homem e não importava o quanto tinha se preparado, ele sairia partido do mesmo jeito.

Ela sabia disso.

Respirou profundamente.

Sam era apenas Sam. Seu co-star, seu parceiro para todas as horas, seu melhor amigo. E ele voltaria a ser seu Sam novamente, ela sabia que sim! Ele tinha que voltar, porque ela não sabia mais ser ela sem ele ao seu lado, fosse como fosse. Ele era parte dela.

- Tudo bem, Caitríona? - Seu amigo, Donal, perguntou. Ela apenas sorriu fracamente, tinha medo de tentar falar e desabar em lágrimas. - Vai dar tudo certo, amiga!

Vai dar tudo certo, Balfe.

Vai dar tudo certo, Balfe.

Ela já estava pronta para o Bafta, a mais importante premiação para atores do Reino Unido. Trajava um elegante vestido longo preto com as costas praticamente nua, salvo o botão que o matinha preso, saltos altos da mesma cor e uma maquiagem não muito marcada.

Sua equipe estava apenas aguardando a liberação de sua assistente para que ela entrasse no carro que a levaria para a premiação.

Apresentaria uma categoria junto ao seu co-star naquela noite, então, sabia que ele viria. Mas não o ver ou falar com ele há quase dois meses a deixava desnorteada, sua vida estava vazia sem ele.

Ela sentia tanta saudades, que era capaz de sufocar. Seu coração se comprimia e se afundava em seu peito, passará muitas noites em claro pensando em como ele estava, se ele sentia tanta falta dela como ela sentia dele. Ela chegava até mesmo a pegar o celular e discar o número tão familiar..., mas ela acabava perdendo a coragem e largava o celular em cima de seu móvel ao lado da cama. Precisava respeitar seu tempo e seu espaço, assim como ele estava fazendo por ela.

Oh, Sam, se você soubesse...

Ela não choraria. Tinha dito a si mesma que aguentaria todas as consequências de sua escolha de cabeça erguida, só precisava que ele estivesse bem e ela também ficaria.

- Caitríona? O carro está aqui. - Sua assistente a notificou.

- E... - Ela não teve coragem de perguntar.

- Não tenho notícias do Sam ainda. - Lauren respondeu resoluta. - Mas tenho certeza que ele já deve estar a caminho. Então vamos!

Ela desceu acompanhada do amigo e da assistente, encontrando Sophie na porta do hotel.

- Mama! - Pausou a observando - Você está quente!

- Pare de bobagem, menina. - Repreendeu rindo. - Você está encantadora, Soph.

- Obrigada! - Sorriu - Está pronta?

Ela não precisava completar a frase para que Caitriona compreendesse. Está pronta para encarar Sam?

One More NightWhere stories live. Discover now