Capítulo 4: Retorno a realidade

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Capítulo dedicado para as *mirmãs* por terem me apoiado em todos os momentos e sem vocês eu provavelmente não postaria e nem conseguiria desenvolver essa fic. Obrigada! ❤️🐢

Março de 2018

Eu estava protelando. Sabia o que me aguardava, mas mesmo assim, tinha medo. Saber e ver eram coisas bem distintas, de fato.

Tomei fôlego e abri o IG, não era minha rede social favorita, sempre preferi expor palavras do que fotos, mesmo tendo sido modelo por tantos anos.

Lá estava.

No topo do meu feed a maldita foto. Sam sorria para uma mulher loira de olhos verdes que sorria de volta para ele, segurando seus braços envolta de si.

Meu estômago se contorceu de fúria contida, a qual eu não tinha nenhum direito. E as lágrimas desceram pelos meus olhos, sem permissão.

Eu era patética!

Por que de todas as pessoas, meu coração havia escolhido justamente a única pessoa que não podia ser minha?

Sam era meu co-star, meu amigo, meu parceiro e por um tempo achei que realmente poderíamos fazer nossa relação dar certo. Tínhamos um mundo, não, um universo tentando nos separar, mas eu achava que nossos vínculos tinham se tornado imbatíveis. Doce engano.

Eu o amava. Era um fato desde o momento em que começamos a nos relacionar e não via como algo que eu pudesse extinguir de mim. Entretanto, não funcionávamos como um casal, ao menos não um casal saudável.

Tony era seguro. Sabia que não havia possibilidade de ele partir meu coração, porque ele pertencia a outra pessoa, e assim eu poderia viver sem o medo de me machucar.

Se eu ao menos pudesse esquecer Sam, como ele parecia ter feito comigo. Droga! Talvez meu noivado pudesse ser mais do que uma mera conveniência ou armadura.

Eu me sentia horrível por isso. Não amava Tony desse jeito e sabia que nunca amaria, seria certo condenar nós dois a um casamento infeliz? Mas eu não era infeliz com Tony, eu só não era plena. Mas isso tornava as coisas melhores?

Acariciei Eddie que miava para o telefone irritadiça e atualizei meu feed, deixando minha cabeça pairar em outras coisas que não fossem o escocês idiota com o qual eu trabalhava.

— Boa menina, Eddie. — Ela deitou de barriga por cima pronta para receber seu carinho.

Olhei para a mesinha a minha frente onde jazia a comida que eu havia encomendado. Não estava com fome, mas também não tinha comido o dia todo e isso certamente não me faria bem. Com uma careta, peguei a comida chinesa em cima da mesa.

-/-

Não tinha sido uma boa ideia comer, já que passei quase metade da noite fazendo uma visita desagradável ao vaso sanitário. Fiz uma nota mental para riscar aquele restaurante da minha lista para sempre porque certamente a comida estava estragada e fez mal ao meu estômago.

Droga!

Já passava das duas da manhã e eu deveria estar no set antes das oito, minha maquiadora iria me matar... mas entre pensar em Sam e vomitar as tripas para fora a cada cinco minutos, eu simplesmente não conseguia dormir.

Lavei a minha boca, pretendo remover todos os vestígios daquela comida e escovei os dentes, enquanto olhava a imagem patética no espelho.

Havia passado quase um mês desde a última vez em que vi e fui tocada por Sam, mas eu ainda conseguia sentir todos os beijos, toques e marcas que ele deixou no meu corpo, as últimas, levaram quase uma semana para sumir completamente. E quando elas o fizeram, senti meu coração afundar ainda mais.

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