Capítulo 26: Edimburgo - Parte II

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Chrissie continuava exatamente igual a quando a vi pela última vez. Seus cabelos loiros estavam um pouco mais cumpridos do que antes, mas seu sorriso carinhoso ainda estava ali.

— Ora, mas não era sem tempo! — Disse caminhando até nós dois. Pensei que ela fosse abraçar o filho, mas ela simplesmente me acolheu em seus braços. — Oh, querida — sua voz soou quebrada, como se ela estivesse em lágrimas — você está tão linda!

Olhei para Sam por cima do ombro de sua mãe e ele tinha um imenso sorriso permanente em seu rosto olhando para nós duas. A abracei. Era tão bom saber que ao menos o seu carinho por mim ainda existia.

— É muito bom revê-la, sen... — ela me cortou.

— Eu já disse que para você é Chrissie, querida. — Ela corrigiu se afastando e limpando o canto de olho. Ela tinha chorado! — Eu senti sua falta.

Meu coração partiu e eu tive que reunir todo meu autocontrole para não chorar.

— Eu também senti a sua, Chrissie. — Ela fez um gesto casual e foi abraçar Sam.

— Lembrou que eu sou seu filho, dona Chrissie? — Brincou enquanto a envolvia em seu abraço de urso.

— Você deveria ter trago ela aqui antes, Sam! — Repreendeu o filho. Ela se afastou e o analisou. — Você parece feliz.

— Eu estou. — afirmou olhando para mim.

Meu coração se preencheu. Poderíamos ter ficado horas trocando aquele olhar, se Chrissie não tivesse nos chamado para entrar. Já dentro da casa — que estava exatamente como eu me lembrava também —, Sam removeu Eddie de sua caixinha e a apresentou para a mãe.

— Dona Chrissie essa é a gatinha Eddie, minha filhinha felina.

— Ela é tão lindinha!

E gorda. — Disse Sam colocando-a no chão. Eddie ronorou e foi explorar a casa, provavelmente procurando um canto silencioso para dormir e nós rimos.

— Vocês devem estar cansados! — Disse ela olhando para nós dois. — Que tal um banho e um cochilo? Eu acordo vocês quando estiver na hora de sairmos. — Assenti agradecida. A gravidez parecia me deixar duplamente cansada, especialmente depois de uma viagem de duas horas de carro.

Ela nos guiou até o andar superior e quando Sam foi para o seu quarto e eu continuei seguindo sua mãe, notei que havia sim algo diferente nessa viagem para a de dois anos atrás. Nada havia mudado, mas ainda sim, tudo estava diferente. Chrissie me deixou com os meus pensamentos depois de indicar que no armário do banheiro havia toalhas limpas e que em breve traria algo para que eu comesse. Me sentei na cama ampla e suspirei, minha mente nublada de lembranças.

— Shiu! — Sussurrou Sam para mim tampando minha boca com a sua mão. — Você vai acordar o bebê! — mordi sua mão e ele a removeu da minha boca com uma careta de dor em seu rosto.

— Você é quem está fazendo barulho! — Exclamei enquanto minha mão continuava a se mover.

— Cait! — rosnou.

— Shiu! — repreendi — Você vai acordar o bebê e a casa toda, Sammy.

— Quando chegarmos em casa, vou fazê-la pagar por isso. — Dei um sorrisinho e continuei movimentando minha mão.

— Estou ansiosa por isso, amor.

Balancei minha cabeça dissipando os pensamentos e caminhei até o banho, aceitando a sugestão de Chrissie. Se eu ficasse parada mais lembranças viriam e eu não estava pronta para elas. Tomei um banho relaxante e depois me deitei na cama, eu estava cansada, mas dormir sozinha ainda me deixava em pânico e me dei conta de que teria que fazer isso nos próximos dois dias. Sam e eu não estávamos mais juntos, não havia motivos para dividimos um quarto.

One More NightWhere stories live. Discover now