Shen LongYu trilhou um caminho repleto de crimes e maldades, tudo para ter a chance de se vingar das pessoas da seita ChengFu que o humilharam. Tudo o que conseguiu foi morrer pela espada da pessoa que mais odiava, Jiang ZhengHe.
A espada sagrada Yu...
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“Deixaram uma tigela de bolinhos na minha porta outra vez.” comentou Shen Yu enquanto tirava um livro da prateleira. Somente os dois andavam por aquele corredor da biblioteca, ninguém iria repreendê-los por falar alto.
Luo Kuan ficou na ponta dos pés atrás dele, para ver o título por sobre o ombro. Shen Yu procurava livros sobre danos internos, muitos deles. Desde que o outro tinha assumido a tarefa de ser seu instrutor, Luo Kuan vinha aprendendo coisas além daquilo que os outros instrutores ensinavam no campo de ervas mágicas, ele já tinha começado a praticar inédia, melhorado seu controle da força da alma e obtido algumas receitas de pílulas mágicas de baixo nível que a seita ainda não havia repassado para os discípulos externos. Luo Kuan sentia como se finalmente tivesse descoberto que possuía um dedo de ouro¹.
O que ele não sabia era que seu irmão aprendiz Shen não estava fazendo aquilo por bondade do seu coração, que a ajuda que estava recebendo era na verdade um investimento e que mais tarde quando estivesse invocando os ventos e controlando a chuva a conta seria cobrada.
“Essa pessoa parece gostar do irmão Shen."
“Bolinhos cobertos de sujeira? Aposto que também foi cozido no vapor. Não sei quem perderia seu tempo fazendo uma coisa dessas, mas devo admitir que é um insulto criativo." ele deu de ombros.
Faz algumas semanas que isso vem acontecendo e Shen Yu ainda não consegui descobrir quem era a pessoa que lhe deixava os bolinhos. Todos os dias ele estava de pé antes do nascer do sol, ia ao campo de ervas mágicas, consumia toda sua energia tentando refinar uma pílula e depois esperava pelo entregador de bolinhos insultuosos, contudo, assim que as velas eram apagadas ele imediatamente caia no sono.
O insulto velado era como uma pena deslizando sobre a pele, o bolinho coberto de sujeira o fazia rir, talvez fosse porque criatividade para insultar era uma coisa que ele aprovava.
“Irmão Shen, o que fez com a tigela?”
“Eu guardei.”
O dois não esperavam que alguém viesse pedir que reduzissem o volume de suas vozes, e certamente não esperavam que uma terceira pessoa estivesse se esgueirando pelo corredor adjacente bastante interessado na conversa deles. As estantes possuíam uma divisória que impedia qualquer visão do corredor ao lado, bem na direção de Shen Yu estava o entregador de bolinhos insultuosos.
Se a divisória não existisse, Shen Yu e Jiang ZhengHe estariam se encarando agora, ou quase, Jiang ZhengHe tinha posto a mão sobre os olhos enquanto balançava a cabeça em negação, muito envergonhado. O que Shen Yu interpretava como insulto, era na verdade uma gentileza.
Como todos estavam acordando muito cedo quase ninguém ia ao refeitório para o desjejum, seu irmãozinho Shen sempre ia direto para o campo como a maioria fazia, como o bom irmão mais velho aprendiz que era, Jiang ZhengHe sempre deixava uma tigela com bolinhos para ele.
