I Want To Know What Love Is

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POV Camila 

Me sinto tão bem com Kage, tão bem que foi fácil receber seus carinhos todos os dias. Não avançamos mais que bons beijos. No começo eram apenas beijos sem língua, eu não sabia beijar de fato. Mas … digamos apenas que KJ é um ótimo professor, e agora mal posso esperar pelos momentos em que ficamos escondidos em qualquer lugar e nos beijamos ate os lábios ficarem inchados.

Nunca tinha sentido algo assim. Quando ele me toca sinto meu corpo todo esquentar, quando ele me beija e sua barba arranha meu rosto fico toda arrepiada. 

Ainda não contamos a ninguém, e não temos pressa, estamos aproveitando o momento só nosso sem intromissão. É bom me sentir segura, acolhida quando ele me abraçada, o cheiro masculino de sua colônia me faz sentir em casa. Quando estou com Kage quase esqueço tudo que passei, as terapias, o medo, a dor, a solidão, pela primeira vez em anos me sinto viva e quase completamente feliz.

Mas a vida não é perfeita e eu ainda tenho que ir ao psicólogo e me preparar para depor, novamente. Agora que o FBI vai tomar conta do meu caso, sinto que estou sempre sob pressão. Não quero falar sobre tudo aquilo, mas preciso para que as pessoas que me arrastaram para aquela vida imunda, sejam presas e responsabilizadas. 

Hoje é um dia que não estou me sentindo muito bem, os investigadores viram até aqui em casa para recolher mais informações, isso é uma merda. E mais merda ainda é que minha psicóloga vai ficar junto comigo. Me sinto um pouco louca. 

- Ei, você. - é meu pai na porta do quarto, e ele parece receoso - está pronta?

- Quase. - calço meu tênis e fico olhando para o cadarço solto - eles não podem só ler tudo que eu já disse a Dra. Green?

- Não, filha. - ele entra e fecha porta, depois atravessa os poucos passos e senta ao meu lado - você é testemunha viva ... Uma sobrevivente.

- Não é como me sinto. - bufo uma risada - não sou uma sobrevivente, pai, porque eu queria morrer. E em dias como hoje gostaria de ter morrido.

- Nunca mais diga isso - ele segura meu queixo e me obriga a olha-lo de frente - você é preciosa demais para tantas pessoas ... Não enxerga isso? - dou de ombros - para de se culpar seja lá pelo que for, você é uma vítima, Camila, foi arrancada se nós por pessoas cruéis, monstros sem humanidade.

- Mas eu fiz ...

- Não fez. - ele fala sério - e você, minha filha, salvou aquelas  garotas, todas aquelas meninas voltaram para casa por sua causa.

- Não sou uma heroína, papai. Eu só fui egoísta, queria sair de lá ...

- Você teve coragem, amor, coragem de agir, de enfrentar seu medo, até mesmo a morte.

- Quase não consegui, sabia? Por dois segundos ... Travei.

- Mas conseguiu. - ele completa.

- É o que o KJ sempre diz, que não importa como ... Só importa que consegui.

- E ele está certo. - ele me abraça - então, você pode descer lá e responder tudo que quiserem saber, porque você é mais forte que todos nós, menina. Se quiser fico do seu lado e seguro sua mão.

- Não - falo rápido e sinto o sangue gelar nas veias - não, papai.

- Tudo bem. Mas porque?

- Se ficar depois ao vai olhar pra mim e enxergar todas as coisas .... As coisas que ...

- Todas as vezes que te olho só consigo enxergar a minha filha que amo tanto, nada pode mudar isso.

- Diz isso agora.

Stolen Life (Repost)Where stories live. Discover now