Stolen Life (Repost)

You've Saved My Life Again

CAMI POV

Como o dia pode mudar tão rápido, como o tempo pode passar tão devagar, como nossa vida vai de feliz a assustadora em apenas 1 segundo?

É difícil dizer. O que consigo dizer é que em um minuto atrás eu estava me trocando dentro do banheiro minusculo, e agora estou gritando o nome de Kage,  apavorada, com meu rosto coberto de alguma coisa que eu sei que é sangue. Consigo ver o bandido deitado no chão urrando de dor, segurando a perna, fecho meus olhos para não ver mais nada, não quero ver nada mais horrível que aquilo.

- Cami ... Cami. - escuto uma voz grossa me chamar - querida, fica calma.

- Ah merda. - escuto a voz de Kage e só esse som começa a me acalmar e meus gritos viram soluços  - pai, ele me acertou.

Ao som dessas palavras esqueço o pavor, o susto, o sangue em meu rosto, tudo. Só penso em Kage, Kage levou um tiro. Abro os olhos a sua procura e o encontro caído aos meus pés, sua camisa clara com uma grande mancha vermelha no peito, que cresce a cada segundo.

Me ajoelho aí seu lado  e seguro seu rosto, ele está pálido e gelado. Cubro sua mão ensanguentada com a minha.

- Meu Deus ... Kage, olha pra mim amor ... olha pra mim. - ele levanta os olhos do sangue e me olha - Isso ... preciso ver. - tento tirar sua mão do local e ele grita de dor - preciso ver, Kage ... Por favor.

Ele tira a mão do peito e o sangue começa a sair como uma torneira aberta. Tiro a camiseta que estou vestindo e pressiono contra seu machucado com força, não me importo de ficar só de top no meio da loja, nem com seus gemidos, tudo que importa é ele ficar vivo.

Percebo mais vozes a nossa volta, pessoas correndo para dentro da loja, mas não desvio meus olhos do moreno ajoelhado a minha frente.

- Continua apertando a ajuda já está a caminho. - alguém me fala.

- KJ ... Filho, fica acordado, ok? - percebo que é Tupai, mas também não olho em sua direção.

- Seu velho louco, você destruiu meu joelho ... Vou te matar. - o cara grita.

- Deveria ter atirado na sua cabeça, seu vagabundo. - Tupai se move rápido ao meu lado e alguém o para - Lixo ... Você é um lixo.

- Calma. - alguém fala - A polícia está chegando, esse cretino não vai a lugar nenhum. Mas você não pode ir preso porque perdeu o controle. Calma.

Não posso me preocupar com o acesso se raiva de Tupai, embora ele esteja na razão, porque não me importo se ele vai dar um tiro na cabeça do cara ou se vai destruir seu rosto com chutes e socos.

- Kage, amor, não dorme. - me abaixo mais e beijo seus lábios, estão frios - fica comigo.

- Dói pra caralho.

- Eu sei ... Mas fica comigo. - minhas mãos estão sujas de sangue porque toda vez que diminuo um pouco a pressão sobre a ferida, ela sangra - vai ficar tudo bem ... A ajuda está chegando.

- Estou com frio. - ele está ficando mais fraco.

- Eu sei, mas não dorme tá? Vou deitar só seu lado.

Mantenho uma mão pressionando firme seu peito e me deito ao seu lado, passo minha perna sobre as suas e encosto o máximo que posso nele, coloca o outro braço ao redor do seu pescoço e seguro minha mão sobre a outra. Alguém se aproxima e joga algumas blusas sobre nós dois.

Fico sussurrando em seu ouvido coisas bobas apenas para que Kage continue conversando comigo. Mesmo que pareça uma eternidade sei que não passou mais que alguns minutos até que escuto a sirene lá fora e depois as botas pesadas batendo no chão. Conheço esse som de quando eu precisava ser salva. Sinto uma mão em meu ombro.