You Da One

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KJ POV

Hoje é minha última consulta médica antes de ser liberado para voltar a vida normal, assim espero pelo menos, ainda estou usando a maldita tipóia, mas já consigo fazer a maioria das coisas sozinho.

E o que não consigo, tenho Cami para ajudar. Quando ela vai pra casa, acabo indo atrás, ter levado um tiro ajudou muito meu sogro me aceitar no quarto.

Mas hoje Cami não pode vir comigo, e eu entendo e apoio o motivo. Sua prova para ganhar o diploma está marcada para daqui alguns dias, e segundo os simulados do professor particular, é garantido. Então Cami está pesquisando alguns cursinhos preparatórios para o vestibular e assim iniciar sua tão sonhada faculdade no braço semestre. E tem meu total apoio.

É meio estranho saber que terei que dividir ela com o mundo, fico preocupado com todas as coisas que podem acontecer enquanto não estou por perto, mas também fico orgulhoso de suas conquistas e mais orgulho ainda de saber que ela vai conquistar tudo que quiser. Camila é uma das mulheres mais fortes que conheço, ela tem garra, coragem e força para enfrentar tudo. E no dia do assalto, poder perder ela e tudo que trás pra minha vida me fez reagir no momento certo. E mesmo que minha mãe queiram me matar por isso, faria tudo de novo.

- Senhor Apa? - uma enfermeira chama e sorri quando me vê - você de novo, rapaz?

- A última se Deus quiser. - brinco e ela me guia até o consultório - não aguento mais essa tipóia, ela coça o tempo todo.

- Você só é mimado. - brinca - Cadê a namorada?

- Tinha compromisso hoje. - a enfermeira sorri e se despede - Oi Doutor, só me diz que posso tirar essa tipóia.

- Vou ver seus exames e só depois posso dizer. Mas esse é meu objetivo. - entrego o envelope para ele e espero - a cicatriz sangrou essa semana?

- Não. Está seca. Também não abriu nem um pouco.

- Uhum. - fico sentado ali como se tivesse 5 anos - pelo raio-x, está tudo ótimo. - começo a soltar a tipóia e ele chama minha atenção - mas tem que pegar leve e começar a fisioterapia. Tudo bem?

- Com certeza.

- Não exagere, Keneti. Conheça os limites do seu corpo e não exceda eles. Ok?

- Combinado.

Saio do consultório feliz da vida, finalmente posso voltar a fazer tudo, quer dizer, tudo não, mas já posso limpar a bunda sem cair da privada, é um grande começo.

Chego em casa bem a tempo de poder ir buscar Cami, sei que ela está ansiosa para me ver de braço livre tanto quanto eu. Não tem ninguém em casa, pego minha moto e sigo para o endereço. Meu ombro e peito dói um pouco, mas nada que não seja normal.

Com a ajuda do trânsito livre chego 5 minutos antes da aula de Cami terminar. Fico parado sentado na moto do outro lado da rua, olhando direto para a porta do lugar, não é grande coisa, só uma porta estreita entre duas lojas. O músculo do meu peito queima um pouco, mas sou recompensado quando ela sai pela entrada velha, está segurando a alça da mochila no ombro com um a mão e na outra o celular. Estou quase descendo da moto quando um cara sai pela mesma por e toca seu ombro.

Cami dá um salto e derruba  e celular no chão. Posso ver o cara pedir desculpa enquanto se abaixa para ajudar, ela está aborrecida e assustada, mas sorri e pega o aparelho. O cara é alto, cabelo escuro oleoso e cheio, chega mais perto e Cami da um passo atrás.

Sei qual é o próximo passo dela, então desço da moto e cruzo os braços não para ela, mas para o futuro banguelo do pedaço. Cami faz exatamente aquilo que espero, olha em volta em busca de uma saída, e me vê. Quando me vê sei sorriso se abre, ela sabe que está segura agora, mesmo que já seja completamente capaz de se defender sozinha. Abro e fecho a mão a chamando para mim.

Stolen Life (Repost)Where stories live. Discover now