Stolen Life (Repost)

Too Much

CAMI POV

Tudo tem sido demais desde que voltei para a estrada com a banda.

Mesmo com um pouco de receio combinei com Kage de deixar a música nos levar, deixar o ritmo conduzir como seria a apresentação. E pelo jeito foi perfeita. O público adorou, e desde o dia que cantamos a primeira vez "Senõrita" tem que ser a primeira e a última música que cantamos antes de descer do palco e deixar o show para a banda principal.

Fazem apenas 10 dias que lançamos a música nova, 7 shows. Ainda não tocamos no rádio, mas estamos em todos os lugares no Instagram e até no twitter, já é um começo.

E Lukas, meu Deus, Lukas deu um trabalho dobrado. É muito mais difícil cuidar de um bebê sozinha do que eu imaginava, claro que tenho KJ, mas nós dois temos o mesmo nível de conhecimento. Conseguimos dar conta, mas não foi fácil. O bebê estranhou um pouco os hotéis e precisou dormir na cama alguns períodos, coisa que não gosto porque tenho medo de rolarmos para cima dele. É um bezerro.

Neste exato momento estamos no ônibus indo para o último show da semana e Lukas está mamando enquanto o ônibus se move. Seus olhinhos brilhantes não deixam meu rosto, mesmo enxergando embaçado e sem cor sua atenção é toda minha. Ele também já dá sorrisos, a princípio eram sorrisos rápidos e fracos que mamãe disse serem espasmos, mas agora são sorrisos de verdade sempre que Kage e eu conversamos com ele, ou qualquer pessoa da banda  fala com ele por mais de 1 minuto.

- Oi, chorão. - Kage senta ao meu lado e mexe com o bebê - era fome mesmo?

- Parece que sim. - KJ passa o braço por meus ombros e me recosto contra ele - hoje ele tá naquele dia que só quer saber de peito.

- É porque você fica andando com o restaura por aí o tempo todo. - olho de cara feia para ele que só ri - é sério, coitadinho.

- Como você consegue falar tanta besteira? - KJ ri e me beija - espero que ele sossegue um pouco.

- Titia Mads também espera que você fique calminho, Muffin. - Mads se mete olhando entre as duas poltronas a minha frente - está pesado e ontem quando terminou o show eu não tinha mais braços.

- Que molenga essa titia, filho. - brinco com Lukas.

O  bebê sorri ao ouvir minha voz e solta meu peito o que não é bom negócio, um esguicho de leite acerta seu rostinho e o assusta. Por sorte ele não começa a chorar, mas também não fica nada feliz. Pego a fralda de pano que está em seu queixo e limpo seu rostinho, depois aproveito para cobrir meu seio que continua pingando.

- Opa. - Kage exclama e ri - de novo, Lukas? Terceiro banho de leite do dia, carinha.

- Haja roupa. Não acredito. - entrego o bebê para Kage e me arrumo - pelo menos não sujou a minha roupa.

- Que cheiroso, filho, cheirinho de leite fresco com talco. - Kage brinca com o bebê e beija suas bochechas - que vontade de morder essas bochechas. Pode morder?

Me preparo para levantar e buscar outra roupa para Lukas logo, antes que ele inteiro esteja cheirando a leite azedo. De repente o rádio que está ligado baixo aumenta de volume.

Me assusto de início, mas logo o susto passa e reconheço o que roça. Olho para Kage que está tão paralisado quanto eu, ele para de bater nas costas de Lukas que está apoiado em seu ombro.

- Caralho. - Mads fala devagar e levanta do seu lugar - puta merda.

- Filhos da puta. - Alex aparece no corredor gritando - nós estamos na porra do rádio.

Depois de Alex chega Rob e Josh, eles estavam descanso na parte inferior do ônibus, estão despenteados,  amassados e sem camisa. Melhor de tudo, estão eufóricos.