Demonstrate

1.3K 83 33
                                    

POV Camila

2 meses depois

O tempo é uma coisa muito relativa, quando eu estava em cativeiro cada dia parecia levar um mês, agora todos os dias parecem curtos demais. Parece que o dia nunca é suficiente para tudo que quero fazer, o trabalho, as aulas de Krav Maga, estar com a minha família, estar com KJ, ir ao shopping com as meninas, tomar um sorvete, experimentar uma comida nova, ir a um novo lugar. Parece uma montanha russa que não para nunca, nem mesmo quando estou dormindo.

É tudo novo, tudo maravilhoso, até mesmo a terapia e falar de tudo que já passei se tornou mais fácil. Ainda me sinto mal quando falo daquele tempo, mas se tornou melhor desde que aceitei que nada daquilo foi minha culpa. Eu não quis nada que me aconteceu, e fiz tudo que podia para sobreviver e voltar para casa, não posso me culpar por isso.

Os estupros constantes, a violência diária, a fome, o frio, a angústia e o isolamento total do mundo deixaram suas marcas em mim, marcas que estão virando cicatrizes fracas que não doem mais tanto.

Meu relacionamento com a minha família está mais fácil a cada dia, já consigo conversar algumas coisas sobre os últimos anos quando me vem vontade de dizer qualquer coisa, digo, e acho que é bom pra todos.

Mas não deveria estar pensando em nada disso, já que é a primeira vez que estou sozinha em casa com Kage, talvez esteja pensando em tudo isto justamente por estarmos sozinhos em casa. Nosso relacionamento evolui muito tanto na parte emocional quando na física. E eu meio que me sinto culpada por deixá-lo excitado e depois fugir. Quer dizer, só fugi uma vez, na primeira ver que senti sua ereção contra mim entrei em desespero e fui pra longe dele como o diabo da cruz. Depois conversamos muito e eu contei tudo que aconteceu comigo, como sempre ele.foi maravilhoso e deixou claro que nunca vai me forçar a nada. Eu sei disso. Mas na hora agi por impulso.

E a questão não é a falta de desejo, porque Deus sabe que KJ deixa meu corpo em chamas. Tudo que ele faz comigo me deixa excitada, e está tudo bem. Acho que chegou o momento de deixar acontecer, de deixar meu corpo tomar conta da minha mente.

Estou deitada no meu quarto, pensando em tudo isso enquanto tento conectar minha televisão no Netflix, mas simplesmente não consigo lembrar a senha. Kage está preparando alguma coisa lá embaixo.

- Ah merda ... Conecta. - reclamo quando não consigo conectar mais uma vez - tá tudo certo.

- O que que tá certo? - KJ chega mas não desvio o olhar da tv.

- A senha ... Fica dando senha incorreta, mas tá certa.

- Está colocando a primeira letra maiúscula? - ele senta ao meu lado e o olho com irritação - tenta, baby- faço o que ele orienta e dá certo.

- Saco, até o Netflix gosta mais de você do que de mim. - faço manhã, ele larga o balde de pipoca e as duas garrafas de coca-cola ao lado da cama e me agarra.

- Eu gosto mais de você do que do Netflix e sou a única pessoa que importa.

Ele está tão perto que posso ver todos os detalhes do rosto antes de fechar os olhos e o beijar. Seus cabelos estão maiores, enterro meus dedos entre os fios e o puxo em minha direção, sua boca na minha é faminta, suas mãos começam a passear e alisar a lateral do meu corpo.

Começo a deitar na cama e puxo Kage comigo, sua primeira reação é resistir, o puxo mais uma vez e o sinto ceder e vir comigo e sorrio em sua boca antes dele morder meus lábios inferior e me provocar um gemido baixo.

- Acho melhor trancar a porta - sussurro em seu ouvido.

- Cami ... Tem certeza? - ele está excitado, corado e descabelado e ainda preocupado comigo - Não precisamos ...

Stolen Life (Repost)Where stories live. Discover now