XLI

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Érika desceu as escadas de maneira apressada em direção à recepção, ansiosa para chamar um táxi. Tinha um sorriso nos lábios, enquanto cantarolava mentalmente. Queria ver Simons mais do que qualquer coisa no mundo naquele momento, e não era simplesmente por saber que ele precisava dela naquela noite, não era por receio de que ele fizesse alguma besteira, se é que já não tinha feito, mas era porque tudo o que sentia no peito era saudade e um aperto por causa do sonho que teve. Ela nem notou Caleb sentado no sofá ao passar por ele, indo em direção ao balcão. Não encontrou alguém como esperava, então olhou em volta e deu de encontro com Caleb a encarando, com o semblante relativamente curioso. Ela notou o machucado no rosto dele, mas estava apressada demais para querer puxar assunto sobre aquilo. Mesmo o instinto de investigadora não seria capaz de conter a ansiedade que ela sentia naquele momento.

- Eu gostaria de um táxi, por favor. - ela se dirigiu à ele.

Mack levantou-se aparentemente a contragosto do sofá e foi em direção à lista telefônica. Folheou as páginas até encontrar a sessão dos taxistas e discou para o primeiro deles.

- Caleb Mack, não é? - Érika resolveu puxar assunto, lembrando que ele havia sido um dos entrevistados e lhe fornecido fotos para ajudar no caso.

- Sim, detetive. - respondeu evasivo.

- O que houve com seus lábios? - decidiu perguntar.

- Eu caí... - o taxista ainda não havia atendido.

- No punho de alguém? - ele a encarou e ela sorriu. - Eu conheço muito bem as marcas de um soco quando vejo um. - deu uma piscadela - Pegue um saco de gelo e coloca nisso aí.

- Alô! - ele disse, desviando o olhar de Érika - Preciso de um táxi aqui no Hotel Setvill. - Após a confirmação, colocou o telefone de volta no gancho. - Ele está à caminho, detetive. - disse por fim e voltou para o sofá.

Érika o seguiu com o olhar.

- Então, não vai me dizer o que aconteceu, garoto?

- Você está me perguntando como detetive ou só como curiosa mesmo? - Caleb a desafiou.

- Como as duas coisas. - deu-lhe uma piscadela.

O rapaz pigarreou.

- Tive um desentendimento com Vulkan Simons.

O coração de Érika apertou, mas ela se negou a deixar transparecer.

- Quando aconteceu? - ela perguntou.

- Poucos minutos atrás.

Érika abriu a boca para dizer algo, mas ouviu a buzina soar lá fora. Ambos viraram para ver o táxi que estacionava.

- Preciso ir! - ela exclamou, e saiu às pressas porta afora até o veículo que a esperava.

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Após trocar algumas palavras com o motorista sobre o endereço, Érika se recostou no banco de trás do carro, perdida entre os pensamentos. Estaria Simons tão fora de controle assim? Teria feito alguma outra bobagem? Caso as coisas saíssem do controle de novo, ela poderia pará-lo? Afinal, ainda sentia-se muito fraca. Olhou pela janela em direção ao céu. Estava nublado, com fortes indícios de que iria chover. Que droga! Talvez devesse ter deixado Doralice acompanhá-la.

O carro estacionou em frente a casa de Simons. Érika saiu do carro ainda apreensiva, mas determinada a continuar. Caminhou até a porta e parou por um instante; lembrou-se da última vez em que estivera ali, como tudo havia sido diferente, ou como poderia ser novamente da mesma forma.

Bateu na porta.

Após um breve silêncio, ouviu a maçaneta girar. A porta foi aberta.

Simons abriu um largo sorriso ao ver Érika e seus olhos azuis brilharam intensamente. Por sua vez, Érika demonstrou surpresa no olhar ao ver o estado em que o vampirão se encontrava; os cabelos molhados e apenas uma toalha que o cobria pela cintura. Ela riu, lembrando de quando foi Simons quem demonstrou a mesma reação ao vê-la de toalha no quarto do hotel.


Ficaram se encarando por breves segundos, até que Simons quebrou o silêncio repentino.

- Não vai querer entrar, detetive? - perguntou, abrindo espaço para ela passar.

E foi aí que Érika fez algo inesperado até para ela mesma. Tomada por um impulso novo, ela se lançou nos braços de Simons e o beijou. O beijo tinha gosto de saudade.

Ela se afastou e percebeu que ele estava paralisado com a reação súbita dela.

Érika sorriu.

- Não fique aí parado com essa cara de bobo! Eu sei que você também queria isso.

Um malicioso sorriso surgiu no rosto dele.

- Eu quero muito mais do que isso. - disse, e a puxou de volta para os seus braços, fechando a porta atrás dela.

Simons a conduziu pela casa em direção ao quarto. Ao chegarem, ela o surpreendeu de novo. Tomou a frente e o colocou em pé na beira da cama. Levou as mãos pela barriga dele, descendo até a borda da toalha, soltando-a e a deixando cair sobre os pés deles. Simons a olhava nos olhos, mas ela desceu o olhar em direção ao seu membro, que já se encontrava ereto.

- Achei que vampiros não eram capazes de ter circulação sanguínea nessa parte. - e voltou a olhá-lo nos olhos.

- Vai ver é porque eu sou novo nisso. - ele respondeu, devolvendo a afronta.

- Vamos ver então!

Érika o empurrou contra a cama, fazendo-o deitar sobre ela. Ele a assistiu tirando a roupa e ir para cima dele logo em seguida. Sentou-se sobre ele, sentindo seu membro penetrá-la. Érika se inclinou para beijá-lo, dessa vez mais intensamente, com suas línguas explorando o sabor um do outro. Seus movimentos ficaram mais rápidos e ela voltou a manter distância para encará-lo, sentindo sua penetração mais feroz. Simons estava esforçando-se para manter o controle, quando a vê crescendo as unhas sobre o peito dele. Ela começou a rasgar a sua pele, arrancando-lhe gemidos altos.

- Por favor, só não se transforme em wolfwoman. - ele pediu.

- Cala a boca e não estraga o clima, seu idiota! - ela ordenou.

Mais arranhões são feitos no peito de Simons, que se curaram quase que instantaneamente. Érika sentiu prazer em torturá-lo dessa forma, e ele sabia disso. O tempo passou e Simons anunciou a chegada do seu clímax, pedindo que ela parasse, mas Érika não obedeceu. Ao invés disso, aumentou a velocidade dos movimentos em cima dele, até que sentiu algo quente dentro dela. Simons levou as mãos ao rosto, ofegante. Érika deitou ao lado dele, e Simons a abraçou. Os dois ficaram deitados na cama, perdidos nos braços um do outro. Lá fora começava a chover.

- Eu fiquei preocupado com você. - ele falou.

- Quem diria que o cara que tentou me matar ficaria preocupado! - ela foi sarcástica.

- Eu não estava esperando por isso. - ele disse, se referindo ao que acabara de acontecer.

- Mas você queria. - ela o empurrou levemente.

- Tudo bem, você me pegou.

- É, eu peguei.

Então Érika levantou.

- Aonde você vai? - Simons perguntou.

- Beber água. Calma, eu já volto para a gente continuar. - ela riu.

- Deixa que eu pego para você.

- Fique aí. Eu já conheço a casa, esqueceu? - ela pegou sua bolsa e foi em direção à cozinha, pensativa. Simons parecia calmo demais para alguém que precisava de sangue. Vai ver sexo acalmava os nervos. Seja como fosse, logo ela teria que deixar ele beber seu sangue, e esperava poder confiar nele. Sentia que podia.

Ela abriu a geladeira e serviu-se de um copo com água. Seu olfato sentiu um cheiro diferente por ali, mas sua atenção foi desviada para o telefone que começou a tocar. Ela olhou para o número na tela. Era o delegado Martinez. Atendeu.

- Alô! Delegado Martinez...

- Detetive Green, precisamos de você aqui.

O cheiro voltou a incomodá-la e instintivamente saiu buscando a origem dele.

- Encontramos um novo corpo. - o delegado disse.

Érika parou próxima a máquina de lavar.

- O-Outro corpo? - ela gaguejou.

"Não pode ser".

- Sim, ele fez uma nova vítima. Preciso de você aqui. Está no hotel? Vou mandar buscá-la.



Érika já não estava mais ouvindo, o pensamento voou para longe. Mas aquele cheiro incômodo insistia em trazê-la de volta. Ela direcionou a atenção para a máquina de lavar, notando uma camisa de Simons em cima dela, com indícios que o odor vinha dali. Ela foi até a roupa e a pegou, deixando-a cair em seguida, ao avistar manchas de sangue. Toda a esperança tinha acabado ali, e era tudo culpa dela.

Recobrou os sentidos, juntou a camisa do chão e a levou até o nariz, inalando o cheiro. Constatou, o sangue não era de Simons.

- Se perdeu na cozinha? - Érika ouviu a voz de Simons atrás dela.

Virou para ele, séria. Estava decidida, teria que acabar com ele ali mesmo.

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