[44] So Close

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Avery Holmes

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Duas semanas depois

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Dor.

Dor era a única coisa que eu sentia. O meu corpo estava dormente e haviam pisaduras a inchar na minha pele, fazendo-me sentir nada para além de pena por mim mesma. Era pior do que quando eu vivia com o Jake, porque agora ele queria que eu soubesse que não iria estar com mais ninguém.

Uma forma de punição, ou assim ele lhe chamava, era ser trancada dentro de um quarto de hotel. Sim, aquele primeiro dia foi o último na minha antiga casa. Era quente e abafado aqui dentro e eu queria sair.

“Por favor, deixa-me sair!” eu gemi, a minha garganta a doer. Eu estava situada junto da porta, para que se ele alguma vez a abrisse eu me pudesse escapulir para o exterior. Eu estava exausta mas não me queria atrever a dormir. Se a porta abrisse, eu queria estar aqui para puder sair.

Suspirando, eu levantei-me e tentei alcançar a janela, abrindo um pouco e tentando arejar a divisão.  Eu já tinha olhado pelo vidro numa tentativa de saltar, mas não havia forma de eu fosse sobreviver à queda. Se fosse agora, eu iria matar-me a mim mesma, saltando.

Numa queda emocional, eu afundei-me na pequena cama que mal chegava para mim. Havia um lençol uniforme na cama, uma almofada branca que tinha uma estranha mancha verde em si e na qual eu não me atrevi a tocar. Eu tinha removido a almofada no primeiro dia, um pouco preocupada que aquilo fosse alguma espécie de fungo.

Deixa-me sair!” eu gritei, fazendo a minha garganta doer ainda mais. Eu comecei a chorar, puxando as mantas até ao meu queixo. Os cobertores eram demasiado pequenos para mim, fazendo os meus grandes pés ficarem de fora. Eu precisava tanto de água, a minha garganta matava-me.

Subitamente, ouve um estrondo na porta. Eu saltei, apressando-me para a porta e esperando por alguém.

“Cala-te!” o Jake berrou. “Algumas pessoas estão a tentar desfrutar do seu sábado, não me faças entrar aí dentro!” as últimas palavras aterrorizaram-me. Eu sabia que não podia puxar muito por ele, por isso eu decidi-me calar. Enervar o Jake nunca era boa ideia.

“Por favor arranja-me alguma comida... água, algo? Por favor, Jake.” eu gemi.

Subitamente, a porta abriu e fechou rapidamente. Eu prendi a respiração enquanto algo acertou na minha cabeça, fazendo-a ainda mais do que o que já doía. Eu olhei para o item a cair no chão e quase desmaiei quando vi que era uma garrafa de água.

Eu desenrosquei a tampa e imediatamente comecei a ingerir a bebida. Tudo o que eu conseguia pensar era em quanto eu precisava de água e em como a poderia beber durante horas. Só me ocorreu a meio da garrafa que eu poderia querer guardar a minha água, porque quem sabia? O Jake poderia não ser assim simpático por muito tempo.

Eu voltei a colocar a tampa de volta na garrafa, colocando-a à minha frente. Eu sentia-me melhor agora que eu tinha bebido por um pouco, mas a água em frente a mim estava-me a chamar. Eu ainda só tinha tido água umas poucas vezes nestas duas semanas, apesar de receber todos os dias uma pequena refeição.

Eu sussurrei coisas profanas na direção do Jake, deitando-me no chão. Eu sabia que ele não me conseguia ouvir, mas sabia bem dizer algo para fora. Eu odiava-o e não me levaria mais do que um segundo a rebentar com o seu cérebro se eu tivesse uma arma na minha mão.

Motel 6 [Niall Horan] (Tradução em Português)Where stories live. Discover now