Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]

1 - Hi!

(ASSISTAM O TRAILER NA 2° MÍDIA)

Abro a porta da frente, caminhando até a calçada onde meus pais terminavam de colocar as malas no carro.

- Tem certeza que você ficará bem? - Minha mãe pergunta.

- Tenho, é só por uma noite. - Assinto.

- Você sabe que temos realmente que ir, se sua tia arrumar um emprego para mim e seu pai... - Antes que ela complete a frase, eu a interrompo.

- Teremos que ir para outra cidade. - Reviro os olhos.

- Não olhe só por esse lado, nossa vida também irá melhorar. - Seus olhos brilhavam de esperança, eu não poderia ser tão egoísta em um momento desses.

- Tudo bem. - Suspiro. Após minha mãe me dar um abraço apertado, me despeço do meu pai e do meu irmão, que também iria com eles. Como a filha mais velha, eu escolhi ficar e cuidar da casa.

Entro e olho ao redor, a casa seria toda minha por uma noite inteira e isso, como tudo, tem seus prós e contras. Não me considero uma garota medrosa, mas pensar em passar uma noite inteira sozinha nessa casa me causava um certo desconforto.

- É só uma noite, o que pode dar errado? - Suspiro para mim mesma.

Começo subindo até meu quarto e, por algum motivo vou até a janela, meu quarto era o único em toda casa que tinha vista direta para o galpão dos fundos. Aquilo sempre me deu arrepios, era um lugar velho e empoeirado onde meu pai guardava as ferramentas, não deveria ser nada demais. Passado meu breve momento de pensamentos, ligo meu notebook e percebo que havia uma mensagem não lida na minha caixa de entrada.

"Vi que seus pais acabaram de sair, já estou chegando."

A mensagem era do Matt, meu melhor amigo desde que me entendo por gente. Não se passa um minuto após eu terminar de ler, que alguém bate na porta da frente, me fazendo ter um leve susto. Desço rapidamente e abro a porta, abraçando o rapaz a minha frente.

- Como está? - Ele pergunta, enquanto fecha a porta a trás de nós.

- Relativamente bem. - Suspiro, sentando no sofá.

- Por quê? - Ele franze a testa. - Você tem uma casa inteira só para você, deveria dar uma festa! - Ele se deita, ou melhor se joga, ao meu lado.

- Nem pensar, meu pais me matam! - Nego, tirando ele de cima das minhas pernas.

- Você está tão certinha, Skye. Nem parece a garota que pichou o carro do diretor da escola!

- Eu era jovem, e bem que ele mereceu! - Nós sorrimos.

- Mas não fale como se fosse uma adulta responsável, você só tem 18!

- Posso não ser tão adulta, mas quero ser responsável. Estou cansada de todos me tratarem como uma criança que só faz besteira! - Bufo.

- Então tá. - Ele revira os olhos. - O que tem para comer? - Ele se levanta, me puxando pela mão.

-D eve ter torta na geladeira. - Aponto para a cozinha, e ele sai correndo até lá.

Logo que chegamos Matt vai até a geladeira, tirando de lá aquela bela e enfeitada refeição.

- Quer? - Ele coloca a torta em cima da mesa, enquanto eu sento em uma das cadeiras.

- Obrigado por me oferecer minha própria comida, mas não. - Falo em tom sarcástico e ele sorrir.

- De nada. - Ele se senta a minha frente e começa a comer como se nunca tivesse visto uma torta de morango na vida. Quando ele termina, o mando limpar a bagunça, mas ele sai correndo da cozinha e em seguida, da minha casa.

- Você me deve um dia de limpeza! - Grito da janela e ele apenas solta um beijo e corre em direção a sua casa, que ficava em frente a minha.

Eu entro e coloco o prato sujo na pia, passando um pano pelo balcão e terminando de limpar a cozinha. Após me certificar de que todas as portas e janelas estavam trancadas, volto ao meu quarto e espero anoitecer.

Fico a maior parte do tempo no computador, já que meu celular estava no conserto depois do Thomas, meu irmão, joga-lo dentro do aquário só porque eu disse que não iria com ele em uma convenção de quadrinhos que ele esperou o ano todo para chegar na nossa cidade. E como eu não fui, mas pais disseram que ele também não poderia ir.Vou para a sala e ligo a TV.

"Mais um assassinato foi confirmado na pequena Holmes Chapel, a cidade está em estado de alerta!"

- Ainda bem que estou em Bradford. - Suspiro, desligando a TV e caminhando até a cozinha, para deixar no lixo o pacote de salgadinhos que acabara de comer.

A noite estava muito fria, e como eu já esperava uma tempestade se aproximava. Pude ver através das cortinas as luzes da rua começarem a falhar, então decido que já havia chegado a hora de ficar no quarto. Mas não sem antes pegar um taco de baseball no quarto do meu irmão e deixar ao lado da minha cama, por precaução. Tento entrar nas redes sociais, para falar com algumas amigas e tentar me distrair, porém, para meu azar a internet havia caído.

- Ótimo! - Me jogo na cama, ficando escondida entre os lençóis.

Já era madrugada e até os pingos de chuva no teto, faziam meu coração disparar.

"É só por uma noite Skye, só por uma noite." Eu repetia para mim mesma, enquanto tentava me manter acordada. Se houvesse alguma coisa, seria melhor eu estar acordada para ter tempo de chamar alguém.