5 - He's Here.

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  As batidas insistentes da minha mãe me fazem acordar, olho no relógio e ainda era 09:00. Sento na cama e passo as mão no cabelo, em seguida prendendo-os em um coque.

- Skye? - Minha mãe chama. - Skye, acorda! -  Ela bate com mais força na porta.

- Já acordei. - Suspiro, ainda de olhos fechados.

- Então desce, preciso da sua ajuda! - Ela fala e logo ouço passos, que aos poucos se afastam.

 Me levanto e tomo um banho, relativamente, demorado. Visto uma jardineira com um tênis e vou até o andar de baixo, onde encontro minha mãe correndo de um lado para o outro.

- Pega! - Ela joga para mim alguns produtos de limpeza.

- Para que isso? - Junto as sobrancelhas.

- A tarde o Senhor Styles chega e o quarto precisa estar impecável para ele! - Ela fala como se fosse obvio.

- Eu não vou dar uma de empregada para ele! - Bufo e deixo as coisas perto de armário.

- Como é? - Minha mãe me lança um olhar fuzilante. - Você vai fazer o que eu mandar, entendeu? E é bom você não agir assim perto dele, temos que fazer-lo se sentir bem-vindo! - Ela coloca as coisas de volta nas minhas mão e vamos até o galpão.

  Chegando lá, começamos lavando o piso, em seguida lustrando a madeira dos moveis e por fim, arrumando a cama e deixando um chocolate no travesseiro - O que eu acho completamente desnecessário.

  Quando terminamos, volto para dentro e tomo outro banho, vestindo apenas um short e um moletom longo. Logo que desço para a sala ouço alguns barulhos, como pessoas conversando. Me aproximo e olho, ficando um pouco atrás da parede.

- Chegou cedo! - Meu pai exclama, cumprimentando o rapaz alto de pé, perto da porta.

- Sim, espero não estar incomodando. - Ele fala e logo olha para o lado, percebendo que eu estava ali.

- Não! Venha comigo, já está tudo pronto. -  Minha mãe indica e eles seguem até lá fora, eu vou para a sala e me concentro em um desenho animado, tentando ignorar as vozes deles.

- Onde está todo mundo? - Ouço a porta de entrada abrindo e em seguida alguns passos e logo Thomas aparece, ainda com seu uniforme de futebol.

- Estão lá nos fundos.

- O cara já chegou?

- Sim. - Assinto.

- O.k, vou lá para cima! -Ele sai correndo, sujando toda a sala com a lama de seus sapatos.

  Assim foi o resto do dia, apenas minha mãe falando o quanto estava animada por "finalmente" dar uma utilidade ao galpão, meu pai apenas concordando com tudo que ela dizia e Thomas focado na tela do vídeo game, enquanto eu apenas observo tudo que acontecia. Geralmente é assim, eu fico apenas sentada em algum lugar ouvindo as sugestões - ou ordens, da minha família.

  Asim que a noite caí, meu pai se despede de nós e toma o carro para ir até a cidade vizinha, onde ficaria trabalhando até o fim de semana. Infelizmente, amanhã já é segunda e minhas aulas irão recomeçar, para minha tristeza! Logo sou mandada para a cama e, ao chegar no quarto, vou até a janela. Todas as luzes do galpão estavam apagadas. Ou ele dorme muito cedo, ou não estava em casa.

(...) 

  Já passava das 2:00, meu "querido" inquilino havia chegado havia pouco tempo e mantinha sua luz acesa, a claridade entrava pela minha janela e me impedia de dormir, então decido ir até lá.

  Desço as escadas sem fazer barulho, abro a porta dos fundos caminhando pela grama úmida até chegar em frente ao lugar. Talvez fosse pela pouca luz da lua que vinha, mas ele parecia bem maior - e assustador - do que me lembrava. Penso em voltar, mas decido prosseguir.

  Um barulho vinha de lá, como se alguém estivesse tamborilando com um lápis em um papel, mas quando bato na porta logo para.

- Quem é? - Uma voz abafada ecoa de lá.

- Skye. - Falo baixo - Dá para você pagar a luz? - Coloco um tom mais determinado e logo a porta se abre, revelando o ser de olhos verdes ainda usando seu terno e chapéu. - Se não for incomodar. - Dou um pequeno sorriso, deixando escapar toda a "confiança" que eu tentava demostrar.

- Claro. - Seu rosto não expressava absolutamente nenhuma reação, o que me assustava um pouco.

- Obrigado. - Dou alguns passos para trás e estava pronta para sair dali, quando começa a chover. Sinto braços na minha cintura, me puxando para trás e quando me viro vejo Sr. Styles à centímetros de mim. 

 - Cuidado para não se molhar.  - Ele me solta e dá alguns passos, sentando-se na cama e pegando um pequeno bloco de notas. 

   Eu me aproximo da porta e noto que a chuva só ficava cada vez mais forte, mas quando olho para trás vejo aquele homem misterioso de costas para mim. Não sei se devo correr o risco de ficar resfriada, ou ficar com esse "senhor" até a chuva passar. 

 - Acho melhor ficar. - Ele fala, como se fosse capaz de ler meus pensamentos. - Não vai querer ficar doente, vai? - Ele vira um pouco o corpo, podendo olhar para mim. 

 - Não. - Suspiro e dou alguns passos, cainhando até o sofá e sentando no mesmo. 

  Aos poucos, o sono vai me vencendo e eu durmo ali mesmo, naquele lugar.

(...)

  Me acordo com aluz do sol em meu rosto e apenas me aconchego em baixo das cobertas. Cobertas?! Sim, eu estava na minha cama. Levanto e vou até a janela, o galpão estava fechado e com as luzes apagadas. Lembro-me que eu tinha aula, então vou no banheiro e faço minhas higienes matinais, em seguida vestindo meu uniforme escolar.

  Desço e encontro Thomas sentado à mesa, ao lado da minha mãe que faz uma cara de surpresa quando me vê. Me sento ao lado deles e como algumas torradas, antes de pegar minha mochila e sair para pegar o ônibus e ir a escola.

  Por sorte, logo chego ao monótono ambiente em que teria que passar metade do meu dia. Como sempre vou até meu armário, pego meus livros e vou para a sala, sentando na última cadeira.




Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora