Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]

34 - Wipe Off.

Dou alguns passos para trás, esbarrando no sofá. Então ouço alguém correndo sobre o chão de madeira e, em seguida, a porta dos fundos bater.

- Harry? - Sussurro.

- Skye. - Ele me encara com olhos arregalados e sua respiração ofegante.

- Está tudo bem? - Franzo o cenho.

- Sim, agora está. - Ele parece relaxar.

- Tinha alguém lá dentro, Harry, seja quem for ainda estava lá. - Falo, com lágrimas beirando meus olhos.

Harry me encara por alguns minutos e junta as sobrancelhas, em seguida vem até mim em passos rápidos e, em um ato inesperado, me abraça.

- Ninguém vai te fazer mal, pequena Skye. - Ele sussurra, me fazendo despertar para algo que ouvi ontem. O homem que entrou no meu quarto também me chamou assim.

Em um ato impensado, coloco minhas mãos no peito de Harry e o empurro, dando um passo para trás. Ele me olha com dúvida, então vem para mais perto.

- Que houve? - Ele pergunta.

- Nada, desculpe. Eu só estou um pouco nervosa, não sei o que fazer agora, minha TV está riscada igual ao banheiro e...

- Espera -, Ele me interrompe - por que sua TV está riscada?

- Essa pessoa que estava lá, escreveu algumas coisas na tela da TV.

- Que tipo de coisa?

- Bem, perguntou se eu estou com medo. - Dou de ombros.

- Skye, eu vou pedir uma coisa, você pode fazer? - Ele fala gentilmente.

- Acho que sim...

- Limpe sua TV, limpe seu quarto e limpe qualquer local onde houver indícios que outra pessoa esteve lá. - Ele pede, porém soa como uma ordem.

- Por que? Não seria bom a polícia ver?

- Essa pessoa é perigosa, Skye, acho que não seria bom envolver a polícia nisso. Vai ser um segredo nosso, okay?

- Certo. - Sussurro, sendo completamente influenciada por sua entoação vocal e seu rosto tão angelical.

- Ótimo, agora vá! - Ele sorrir, me guiando até a porta.

Vou até o quintal, porém, antes de seguir para casa, olho para trás e vejo Harry me observando.

- Harry, e se ele voltar?

- Vou te proteger. - Ele pisca um dos olhos para mim.

Entro em casa e vou até o banheiro, pego um pano e volto para a sala, limpando por completo a tela da TV. Fora isso, não há mais provas de que alguém esteve aqui.

Me jogo no sofá, e suspiro, até que ouço passos e vozes, então percebo que minha mãe e Thomas haviam chegado.

- Olha quem está aqui! - Thomas exclama, então minha mãe me encara de forma estranha, como se estivesse triste e ao mesmo tempo com raiva.

- Venha, Thomas, me ajude a guardar as compras. - Mamãe fala, me ignorando por completo.

Thommy olha para ela e assente, enquanto mamãe vai para a cozinha. Assim que ela vai para longe, ele vem até mim e senta-se ao meu lado.

- Que houve? - Sussurro, apontando com a cabeça para a direção de onde minha mãe estava.

- Ela está triste, Skye. Ontem mesmo eu a ouvi falando com o papai no telefone. Quando o senhor Styles disse que você estava com um rapaz, ela quase infartou!

- Eu sei, também não estou nada bem. - Olho para minhas mãos, pousadas em meu colo.

- Thomas! - Mamãe grita da cozinha.

- Acho melhor eu ir, não quero ser o próximo a ficar de castigo. - Thomas sorrir e logo vai até a cozinha.

Levanto-me e subo as escadas, indo até o quarto. Tomo um banho rápido e visto a farda da escola, arrumando a mochila e descendo as escadas. Ao chegar no andar de baixo, vou até o balcão da cozinha e pego uma maçã, indo até a porta e saindo de casa.

- Skye! - Ouço minha mãe chama e logo olho para trás.

Seu olhar estava diferente , parecia que ela queria consertar as coisas entre nós, porém em questão de segundos sua expressão muda, fica mais séria. Ela se arrependerum do que iria disser primeiramente.

- Venha direto para casa.

- Certo. - Assinto tristemente.

Começo a andar pela calçada chutando pedrinhas em meu caminho. Hoje eu sai muito cedo de casa, preciso ir andando para chegar na escola na hora certa.

Já estou há duas quadras da escola, e os acontecimentos dessa manhã não me saem da cabeça. Será que eu fiz certo em apagar as "provas"? Bem, talvez Harry tenha razão. Por algum motivo, não tenho mais raiva dele, o modo que ele diz que vai me proteger me faz acreditar.

Assim que paro em frente à escola, vejo algo que me acalma. Luke estava parado próximo ao gramado, apoiado em sua moto. Logo me aproximo e o abraço, relaxando em seu aperto.

- Como você está? - Ele pergunta, acariciando minhas bochechas.

- Melhor agora. - Sorrio fraco. - As coisas não estão fáceis, Luke, minha mãe me colocou de castigo, nem fala comigo. - Suspiro.

- Oh meu bem, sinto muito. - Luke me abraça.

- E você, estava me esperando? - Tento animar a conversa.

- Claro. Não achei uma boa ideia ir na sua casa te convidar para vir comigo. - Ele sorrir.

- Sim. - Sorrio junto.

Ficamos apenas abraçados por alguns minutos, até que avisto a última pessoa que gostaria de ver nesse momento. Chelsea. Haviam dito que o pai dela tinha tirado ela dessa escola depois da nossa briga, mas pelo jeito não.

- Olha só, Skye! - Ela sorrir da forma mais falsa possível, enquanto vem até nós.

- Chelsea. - Respondo seco.

- Não vai me apresentar seu novo amigo? - Ela para à nossa frente, olhando para Luke.

- O nome dele é Luke Horan. - Os apresento, mesmo que sem entusiasmo.

- Ah, deve ser o irmão do garoto morto. - Ela faz uma careta, o que deixa Luke claramente incomodado.

- Garoto morto? Ele tem nome, okay?! - Ele responde, rude.

- Claro, desculpe. - Seu falso arrependimento chegava a ser cômico.

Assim que o sinal toca avisando que as aulas começariam, Chelsea se despede e caminha até a porta de entrada da escola.

- Tchau Luke, foi um prazer conhecê-lo! - Ela fala, já distante.

- Pena que não posso dizer o mesmo! - Luke sorrir como se tivesse dito algo lindo, enquanto acena calmamente.

Todas as atenções são postas sobre nós, alguns alunos sorriam e outros não entendiam o que estava acontecendo. Chelsea arregala os olhos e suas bochechas ficam vermelhas, enquanto é acompanhada pelas amigas até lá dentro.

Sorrio e escondo meu rosto no peito de Luke, que também não segurou a gargalhada.

- Não acredito que você fez isso. - O encaro com diversão.

- Ela é muito enjoada. - Ele franze a testa.

- Tem razão! - Assinto.

Olho para trás e percebo que a maioria das pessoas já estavam na escola, então acho melhor ir também, porém Luke segura minha mão e cola nossos corpos.

- Preciso ir. - Falo.

- Hum... - Ele faz manha. - Podemos fazer algo mais divertido do que ficar nessa escola. Vem comigo?