11 - Thug.

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Caminho com cautela, desviando de algumas pedras e galhos que estavam caidos no chão, até que chego perto daquela voz. Atrás de uma tenda, posso ver duas pessoas, uma usava um sobretudo preto e assim eu não pude ver quem era, mas a outra eu logo reconheci. Era a assistente do mágico. Ela se debatia enquanto alguém a segurava com força, eu coloco a mão na minha propría boca para tentar não gritar porém quando dou um passo para trás, um galho quebra fazendo um barulho consideravel, em seguida tudo fica em silêncio.

Quando tento me mover alguém segura meu braço e me prende contra a parede, fico paralisada quando uma faca de bolso é colocada contra meu pescoço. O homem -provavelmente era um homem- usava um chapéu que me era famíliar, uma capa e uma máscara de teatro, que me impedia de ver seu rosto.Fecho meus olhos imagiando qual seria a sensação de morrer, mas aquela pressão logo saí e quando abro meus olhos, noto algo se movimentando rápido por dentro do bosque. Eu respiro fundo e lembro-me da menina, corro até o local e ela estava caida no chão, me ajoelho próximo a seu corpo que estava gelido e então consigo ver sua bela roupa completamente suja de sangue, eu deixo algumas lágrimas escorrerem e logo ouço alguém chamar o meu nome, quando ergo a cabeça, Matt estava imovel a minha frente, sua boca formava um perfeito "O" e um ursinho de pelucia, que ele provavelmente teria ganho ao acertar o alvo, estava caido em uma poça de lama.

-Skye, o que você... -Ele não consegue terminar a frase, apenas caminha devagar e senta-se perto de mim. Ele pega seu celular e provavelmente liga para a polícia, em alguns minutos eles chegam, acompanhados de uma equipe de médicos que trata de colocar ela em uma maca e em uma ambulância, em seguida a levam para o hospital.

-Quem são vocês? -Um polícial se apróxima e antes que eu consiga falar qualquer coisa, Matt responde:

-Achamos a garota, mas ela já estava inconsiente.

-Vocês precisam responder a um pequeno interrogatório, são as regras! -Ele saí e uma outra equipe médica aparece, eles perguntam se estamos bem e nos dão toalhas para nos protegermos do frio.

Um polícial mais velho aparece e manda nos entrarmos no carro da polícia, acho um pouco desnecessario já que não estavamos sendo presos, mas assim fazemos. Dentro de alguns minutos chegamos a um posto oficial e eles nos mandam entrar, primeiro chamam Matt para uma sala e eu fico do lado de fora, sentada de frente para uma mulher que observava tudo o que eu fazia, como se eu fosse sair voando dalí a qualquer momento.

-Senhorita Daltton, entre por favor! -Um senhor se bigode e cabelos grisalhos abre a porta e Matt saí, dizendo um "está tudo bem" sem som.

Sento-me em uma das cadeira e olho ao redor, haviam várias câmeras e um espelho, onde provavelmente haviam outros polícias me observando e prontos para atacar caso eu fizesse alguma coisa errada.

-Então, quando a senhorita chegou no local a garota estava morta? -Ele senta-se a minha frente.

-Ela morreu? -Exclamo e sinto as lágrimas voltarem.

-Ainda não, mas está por um fio. -Ele balança a cabeça, como lamentando por ela. -Mas voltando ao assunto, o que você viu quando cehgou no local e por que estava lá?

Conto todos os detalhes e ele apenas fica calado, prestando atenção em cada palavra, e as vezes, anotando alguma coisa em um bloquinho de papel. Quando termino de falar, ele apenas assente e sai, me chamando para ir também. Vamos a outra sala onde um homem com um cavalete, um papel e vários lápis nos esperava, o polícial manda que eu faça um retrato falado de como ele era, e assim eu faço. Logo depois sou liberada.

-Nossa, que barra! -Matt suspira e coloca o braço sobre meus ombros, em seguida caminhamos até seu carro, que ele tinha ido buscar no circo para me dar uma carona.

Vamos o caminho todo em silêncio, o que era raro acontecer. De tempos em tempos eu olhava para meu vestido tom pastel, sujo de sangue e torcia para que minha meus pais já estivesse dormindo quando eu chegasse, se não eles fariam um escândalo por tudo que aconteceu.

-Você está bem? -Ele coloca a mão em meu rosto e levanta minha cabeça. -Aquilo foi uma fatalidade, você salvou a vida da garota! Imagina o que teria acontecido se você não tivesse chegado?

-Acho que sim. -Dou de ombros. -Preciso entrar, boa noite! -Dou um beijo em sua bochecha e saio do carro, ele dar um "tchauzinho" e logo vai embora.

Quando entro em casa tudo estava em silêncio, tiro os sapatos para não fazer barulho e subo as escadas devagar, mas para meu azar, a madeira velha faz um rangido que ecoa por toda a casa, eu fecho meus olhos e espero, mas ninguém aparece.

Quando eu já estava no início do corredor ouço um barulho e olho para o lado, então vejo uma figura alta saindo de dentro do banheiro, e assim que ele se aproxima logo o reconhecesso.

-Olá, Skye! -Ele fala e fica a menos de um metro de mim.

-Harry, o que está fazendo aqui?

-Tudo bem, sua mãe me deixou entrar. -Ele dá pequenos passos, e a madeira sob seu sabato faz barulho.

-O que você quer? -Suspiro e me encosto na parede.

-Só achei que você não parece bem! -Ele para.

-Por que você acha isso? -Franzo a testa e ele faz um gesto com a cabeça em direção a minha roupa. -Não foi nada! -Dou de ombros.

-Certo, mas como eu já estava aqui, só queria me certificar. -Ele dar um pequeno sorriso e anda, passando por mim e assim posso ver um tipo de glitter prateado na barra de seu paletó.

Ele só pode ter conseguido esse glitter em um lugar... Oh Não!


Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Where stories live. Discover now