20 - Sadness.

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-Minha prima. 

-Não sabia que vocês tinham parentes por aqui. -Falo enquanto afasto a mãos de sua cintura e a levo até o capacete,  tentando abaixar o vidro e evitar que meus olhos ardam por conta da poeira trazida pela vento.

-Ela é a única, temos uma família pequena!

  Dentro de poucos minutos chegamos em uma rua simpática, com casinhas bem desenhadas e árvores podadas perfeitamente. A moto estaciona em frente a uma delas e nós descemos, caminhando pela pequena varanda de madeira até a porta. O irmão de Niall - cujo ainda não tive a honra de saber o nome - toca a campainha e uma luz amarelada acende no interior da residência, em pouco tempo a porta é aberta e uma moça, por volta dos trinta anos, com o mesmo perfil dos meninos vem nos atender, seu roupão e pantufas deixavam claro que acabara de acordar. 

-Luke? -Ela pisca os olhos, talvez para ter certeza do que estava vendo. 

-Oi, Diana. -Ele responde áspero.

-O que você está fazendo aqui? - Ela questiona. -Se quiserem você e sua amiga podem entrarei,  esta frio aí fora. Venham tom... -Antes que continue, ela é bruscamente interrompida. 

-Ela não é minha amiga e nós não queremos nada. É que o pirralho sumiu e eu tive que vim procurar ele. -Ele bufa, claramente não estava procurando o irmão por vontade própria, mas sim porque os pais insistiram. 

-Niall sumiu? -Ela exclama,  pouco mais alto que um sussurro. 

-Isso, pensei que ele poderia estar aqui. 

-Não, infelizmente não está. -Ela suspira e coloca a mão no peito,  como se sentisse algo.

-Certo, vamos continuar procurando. -Luke vira as costas e começa a descer as escadas, enquanto eu, que até então não havia sido muito útil, continuo onde estava. 

-Sou Skye! -Estendo a mão para a mulher à minha frente e logo ela a aperta. 

- Diana. -Ela força um sorriso,  para ser gentil. 

-Vamos encontrar o Niall,  eu prometo. -Seguro firme em sua mão. 

-Por favor, traga Nialler de volta. E não ligue para o Luke, ele age assim, porem lá no fundo ama i irmão.  -No começo não entendo o que ela quis dizer, mas apenas assinto e me despeço, indo em direção à moto.

  Subo outra vez na moto e seguro no rapaz que  estava pintado. Ele agiu de forma tão rude a alguns minutos, que chego a questionar sua índole,  e principalmente se deveria estar aqui. 

  Após longos minutos, nos aproximamos de uma parte da cidade onde havia um pequeno deserto, eram apenas alguns quilômetros de terra seca que, geralmente, era usado pra promover festivais. Como eu suspeitava, assim que nos aproximamos consigo ouvir o som alto de uma música eletrônica que era quase incoberto por pessoas falando alto e gritanto. Era uma festa.

  Luke para a moto à alguns metros de distância e me manda descer, deixamos os capacetes lá e começamos a caminhar em direção a algazarra que nos esperava. 

-O que estamos fazendo aqui? - Pergunto, tentando ignorar o fato de que teria que passar por várias pessoas usando apenas galochas e um pijama fofo.

-Uma ex-namorada de Niall é DJ aqui, talvez ela saiba onde o moleque se meteu. -Enquanto fala, noto que ele tira uma carteira de cigarros do bolso da jaqueta e um isqueiro, logo ele começa a fumar. Odeio que fumem perto de mim. 

-Oh claro. -Niall nunca me contou sobre suas namoradas, principalmente uma DJ!

-Que foi,  tá decepcionada? -Ele pergunta,  mesmo srm tirar o cigarro da boca. 

-Por que eu estaria? -Fico surpresa com sua pergunta. 

-Porque você gosta dele. -Ele solta a fumaça e dar um pequeno, e sinico, sorriso. 

-Não, ele é um bom amigo. Coisa que você não deve ter. -Murmuro, enquanto aqueço minhas mãos sob o tecido da calça que usava. 

   

  Logo chegamos à festa, Luke fala para que eu não me afaste muito e começa a andar.  Como era de se esperar, logo ele some da minha vista e eu me vejo sozinha entre pessoas bêbadas e sujas de tinta colorida. Começo a me desviar de quem passava na minha frente, procurando por um rosto familiar em meio a tantos desconhecidos. Quando já estava perdendo a esperança de sair daqui ainda hoje, sinto uma mão segurar meu braço e logo suspiro de alívio, até virar meu corpo para ver quem é. Era Harry. Ele usava seu terno e chapéu, me segurava com força e olhava-me fixamente. 

-Harry? - Falo alto,  para que ele possa me ouvir sobre o som que tocava. 

  Ele não me responde, apenas começa a levar-me entre a multidão que nos cerca. Tento me soltar de seu aperto, mas é inútil qualquer tentativa de nos separar. 

-O que você está fazendo? Me solta! -Exigo e ele para de andar. 

-O que você quer que eu faça?  Você foge de casa de madrugada como uma criança para vir a uma festa e quer que eu esteja feliz? -Ele grita tão alto que chego a temer que chamemos muita atenção, mas isso não acontece. 

-Quem você acha que é? Meu pai? Eu posso ir para onde eu quiser e com quem eu quiser! - Assim que termino de falar, Harry me solta devagar. 

-Ele não passou por aqui... - Luke aparece ao meu lado e nos olha confuso.

- Então vamos para outro lugar! - Falo encarando Harry e logo o deixo ali, para seguir em direção a saída. 

  Caminho em silêncio até a moto, logo depois de Luke, me sento e coloco o capacete. Até que me lembro de um detalhe que Niall havia mencionado. 

- Vamos para a biblioteca! -Logo a moto é ligada e seguimos. 

(...)

  A biblioteca da cidade sempre fica aberta até a noite e Niall perguntou várias vezes sobre ela, talvez ele tenha perdido a hora lendo algum livro. 

  Como eu já esperava, a porta da frente estava trancada, então damos a volta e entramos por uma das janelas na lateral. Todas as luzes estavam apagadas,  porém ao chegarmos em certo ponto posso ver alguns livros caídos,  como se tivesse acontecido uma luta ali. Caminhávamos em passos lentos,  até que algo me chama à atenção, algo que eu gostaria de nunca ter visto. 

Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora