32 - Choices.

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Abaixo a cabeça e tiro algumas mechas de cabelo de trás da orelha, na tentativa de cobrir meu rosto. Começo a andar na direção contrária, até que algo me para.

- Skye!  - Ambos gritam ao mesmo tempo. 

Assim que me viro, noto que eles se aproximavam. Os dois param à minha frente e e entre olham, em seguida me encaram com interrogação. 

- Ham... Luke, este é Harry, meu vizinho. Harry, este é Luke

Eles apenas se encaram de modo nada amigavel, em seguida voltam a olhar para mim.


- Skye, vamos. Tem um lugar que eu quero que você conheça. - Luke fala, segurando em minha mão e me levando em direção à sua moto.

- Espera. Vai na frente, já estou indo. - Solto sua mão e ele assente.

  Volto para onde Harry estava. Ele me pareceu preocupado, como se pensasse em algo sério. Porém, ao mesmo tempo, estava triste.

- Harry? - O chamo docemente. 

- Sim? - Ele pergunta, ainda com a cabeça baixa.

- Obrigado por me ajudar ontem. Se não fosse por você, não sei como estaria agora. - Sorrio ligeiramente, o abraçando. 

- Eu sempre irei te ajudar. - Ele acaricia minhas costas.

  Nos afastamos e eu vou até Luke, ele me entrega o capacete e logo eu subo na moto, abraçando sua cintura. Logo a moto é ligada e nós saimos, formando uma nuvem de poeira pela estrada.

  Após longos minutos na estrada, entramos em uma parte que eu nunca havia visitado na cidade. Ele para a moto em um campo com areia e alguns matos rasteiros. Logo que descemos da moto eu olho ao redor e franzo a testa.

- Que lugar é esse? - Pergunto. 

- Meu lugar favorito na cidade. É aqui que eu venho sempre que preciso pensar. - Ele garante, enquanto caminhamos. 

- Hum... me parece bem calmo.

  Ele tira de uma mochila que carregava uma toalha de piquenique e a forra no chão, em seguida pega uma pequena cesta com algumas frutas e a coloca ao lado.

  Nos sentamos na toalha. Luke senta atrás de mim, e eu fico entre suas pernas, encostada em seu peito. Após alguns minutos o sol finalmente se põe,  revelando algo incrível. Estamos no ponto mais alto de Bradford. Logo que a noite cai, as luzes da cidade são acesas, revelando uma vista deslumbrante. 

- Luke isso é tão lindo! - Falo, vidrada na paisagem. 

- Não tanto quanto você. - Ele sussurra próximo ao meu pescoço, me fazendo olhar para trás. 

  Assim que nossos rostos se aproximam, ele cola nossos lábios, me fazendo sorrir. O abraço apertado e volto a olhar para a frente, admirando a bela névoa que se formava no horizonte. Porém logo a temperatura começa a cair, me fazendo tremer.

- Está com frio? - Ele pergunta. 

- Sim. - Assinto. 

  Ele pega uma manta e coloca sobre nós, fazendo com que eu me afunde em seu calor. Ouço Luke sorrir e não entendo porque, até que sinto ele segurat em minha cintura e me puxar para trás, me fazendo cair sobre seu corpo. Sorrimos juntos, até que olho em seus olhos tão azuis e me perco por um tempo, até que o puxo para um beijo.

  Me deixo cair ao seu lado e nos encaramos por alguns minutos, até ele pegar alguma coisa na sesta e levar até mim. Era um morango. Ele o leva até minha boca e eu sorrio, o mordendo. 

  Coloco a cabeça sobre seu peito e luto contra a fadiga, enquanto Luke acaricia meus cabelos e cantarola um música. 

(...)

  Acordo com algo em minha bochecha, abro os olhos e vejo Luke depositando beijinhos no local. Sorrio, até perceber que passei esse tempo todo dormindo. 

  Me sento quase em um pulo, pegando meu celular e vendo no ecrã " 21:45". Olho para Luke que me encarava com dúvida, até que me levanto. 

- Oh meu Deus, já passa das nove. Minha mãe vai me matar! - Falo nervosa, enquanto caminho. 

- Calma, ninguém vai fazer nada, o.k? - Ele segura meu rosto entre suas mãos, me fazendo parar.

- O.k. - Assinto. 

- Ótimo, agora deixa eu te levar para casa. - Ele sorrir. 

  Terminamos de arrumar todas as coisas e guarda-las na mochila, logo subimos na moto e saímos dalí. 

  Assim que paramos na esquina próximo a minha casa, desço da moto e pego meu celular, vendo que já passava das dez.

- Espero que isso não dê problema para você. - Luke fala.

- Qualquer coisa, terá valido a pena. - Sorrio, o abraçando. 

  Nos despedimos uma última vez e eu caminho até a casa, desejando que todos estivessem dormindo para que eu tenha tempo para inventar uma desculpa. 

  Paro em frente a porta e vejo as luzes acesas, assim começo a me preparar psicologicamente para o que virá a seguir. 

Abro a porta devagar e encontro minha mãe sentada no sofá, com o rosto entre as mãos e os cotovelos apoiados nas pernas. Ao seu lado estava Thomas, que sacudia o telefone entre os dedos, e sentado em uma cadeira estava Harry. 

  Assim que fecho a porta, todos os olhares são postos sobre mim. Minha mãe levanta-se e vem em minha direção, me abraçando. Ela me aperta forte em seua braços por longos minutos, até que ela se afasta e me encara com uma mistura de raiva e preocupação no olhar.

- Onde você estava? - Ela cruza os braços sobre o peito. 

- Eu... precisei ficar na biblioteca. - Minto, da pior forma possível. 

- Não minta para mim! - Ela grita. - Eu sei que você saiu da escola com um rapaz, quem era?!

  Nesse momento encaro Harry com decepção. Como ele pôde contar para minha mãe?!

- Tem razão, desculpe. - Suspiro. - O nome dele é Luke, somos amigos. 

- E a onde estavam até essa hora? Você ao menos sabe quanto é perigoso?!

- Sim, eu sei, mas Luke é bom para mim. Agora é meu único amigo! - Sinto meus olhos marejarem. Eu choro sempre que fico nervosa. 

- Não importa! Você deveria ter vindo direto para casa, eu nem conheço esse rapaz!

  Eu não respondo, porque sei que se eu falar vou chorar, e não pararei.

- Para o quarto, agora!

    Subo as escadas correndo, ao chegar no quarto tranco a porta e me jogo na cama, afundando meu rosto no travesseiro e deixando as lágrimas caírem. 

  Por que Harry fez aquilo? Ele não precisava! O que eu o fiz? Achei que eramos amigos. 

  Vou para o banheiro e tiro toda a roupa, entrando em baixo da água, deixando que ela me lave. Assim que saiu, visto uma calça de moletom e uma t-shirt, sem me dar ao trabalho de secar oa cabelos. 

  Caminho até a janela e abro-a, colocando os pés para fora e pulando na pequena varanda de telhado. Sento-me e colo minhas pernas ao corpo, respirando o ar puro que vinha junto à brisa fria. Fecho meus olhos e ergo minha cabeça, até que ouço um barulho e abro os olhos, vendo Harry sentado ao meu lado.


Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Where stories live. Discover now