59 - Both.

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Enquanto voltávamos para casa Harry insistiu em perguntar o que havia acontecido. Mas como eu poderia responder-lhe,  se nem eu mesma sabia?

O assobio, o gelo sob meus pés, o vento soprando contra meu rosto, o Harry cruel encostado ao pé da árvore; cada detalhe estava vivo na minha mente enquanto meus olhos vagavam pela estrada branca.

(...)

Logo que meus pés tocam o último degrau da escada, ouço seu suspiro pesado. Silenciosamente subo os degraus, de volta ao andar de cima, mas sou interrompida por sua voz.

- Eu sei que você está aqui. - Ela falava baixo, tinha medo que Thomas a ouvisse.

Volto a descer as escadas,  dessa vez entrando na sala.  E lá estava ela, minha mãe, com seu vestido simples e olhos culpados fixos em mim. Ao ve-la ergo uma sobrancelha, pedindo que continue a falar.

- Eu sei que você deve me odiar agora, mas eu realmente sinto muito, querida. - Uma lágrima discreta escorrega sobre sua bochecha.

Suspiro, apoiando as mãos sobre o encosto do sofá, sem responde-la.

- Eu sei que eu errei, seu pai não merecia isso-

- Definitivamente não. - A interrompo.

- Eu sei. Eu já terminei tudo com Liam, foi só uma aventura, um erro. - Sua voz estava embargada.

Ele me encara por alguns minutos, ambas em silêncio. Tinha certeza que ela esperava que eu a abraçasse e dissesse que o que ela fez não foi nada. Mas foi.

- Eu vou contar tudo para Robert. - Ela relaxa os ombros, esperando uma reação. Mas eu continuo onde estava. - Meus Deus, eu sou uma mãe horrível!
Nesse momento ela desaba. Seu rosto coberto pelas mãos, seu peito subia e descia enquanto soluços agressivo deixavam seus lábios.

Caminho vagamente em sua direção, colocando meus braços ao redor do seu corpo. Ela parecia tão frágil.

- Eu sinto muito, querida, eu não queria que você tivesse esse exemplo.  - Seus olhos azuis encontram os meus, eles estavam inchados e cansados.

Sorrio na tentativa de conforta-la, ainda a abraçando.

- Você não pode contar a verdade. - Sussurro, tendo minha cabeça apoiada em seu ombro.

- O quê?  - Ela se afasta para poder me olhar, confusa.

- O que você fez foi horrível, ele tem trabalhado tanto e vai se sentir culpado. Ele não merece isso, então espere até ele estar mais presente e preparado para saber.

Ela pareceu aliviada com meu pedido. Um pequeno sorriso surge no canto de seus lábios quando suas mãos acariciam meu rosto.

- Você tem razão, por enquanto é melhor que fique apenas entre nós duas.

- Sim. - Assinto, quando ela me abraça apertado.

- Obrigado por me perdoar. - Sussurra cintra meu pescoço.

Eu não disse que a perdoava.

(...)

- Já escolheu o vestido?

Os olhos brilhantes de Melanie me fitam quando fecho a porta do armário.

- Vestido? - Coço o cabelo.

- Eu não acredito, Skye! - Ele exclama com seu timbre infantil que a fazia parecer mais fofa. - O baile já é amanhã e você não tem vestido.

Ah, o maldito baile.

Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora