44 - BLUE EYES.

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- Eu já disse que eu não tenho nada a ver com o que aconteceu, eu até tenho um álibi para a noite que aconteceu! - Tento me defender. 

- Sim, nós sabemos,  e agora seu álibi é o nosso suspeito.  - Ele apoia as mãos na mesa. - É melhor você encontrar Luke primeiro,  menina, e convencê-lo a se entregar. Diga que nós só queremos conversar mas, se ele fugir, vai estar incriminado à si mesmo. 

- Certo, mas... e sobre mim?

- Não se preocupe, você não é mais a suspeita principal. 

  Em parte fiquei feliz por ouvir aquelas palavras, mas ao mesmo tempo triste, por apenas haver uma chance de Luke ter feito algo tão terrível. Contra o próprio irmão. 

  Ele parecia tão triste e desolado quando chegamos à biblioteca. Será ele um ator tão bom? Como poderia ter mentido de forma tão cruel, enquanto era tão bom para mim?

  Todas essas perguntas me pertubavam, mas há essa altura já estávamos longe da Delegacia. 

- Para onde quer ir, agora? - Harry pergunta, de forma doce.

- Não sei. - Estava desanimada após tudo que ouvira.

-O.k, então vamos para casa. - Fala, dobrando em uma esquina.

 Penso por alguns momentos. Talvez eu não quisesse sabe a verdade por medo de ser exatamente o que pensava,  mas de uma coisa eu tinha certeza: não descansaria até encontrar Luke. 

- Espera! - Exclamo, tomando a atenção do rapaz ao meu lado. - Vamos para a casa de Luke, não fica muito longe daqui.

- Tem certeza?  -  Ele interroga, me olhando pelo canto dos olhos. 

- Sim, eu preciso encontra-lo. - Afirmo, convicta.

- E por que não tenta ligar para ele?

- Eu não tenho o número. - Falo um pouco envergonhada, já que a primeira vez que mencionei Luke para Harry, foi como meu namorado. 

- Você não tem o número do celular da pessoa com quem você mantém um relacionamento? - Ele fala, se bem que soou mais como um comentário irônico, que como uma pergunta. 

- Mantinha. - Confesso. 

- Realmente terminaram? 

- Acho que sim. Quero dizer, é.  - Tento fugir do assunto,  pois não queria dar explicações sobre como eu menti e como nunca estive em um "relacionamento" de verdade. 

  Vou indicando à Harry por onde deveria ir, até que em poucos minutos chegamos ao prédio onde Luke morava. Assim que entramos vamos direto ao apartamento,  batemos incontáveis vezes na porta, mas ninguém atendeu.

  Quando estamos prestes a desistir,  aparece alguém que,  talvez,  pudesse nos dar algumas respostas: o zelador. 

  Caminho até o senhor com rosto abatido e bigode escuro, que estava distraído enquanto varria o chão. Me aproximo devagar, procurando a forma mais adequada de me dirigir a ele.

- Com licença, poderia me ajudar? - Falo da forma mais calma possível. 

- Depende. - Ele me examina com cautela, como se estivesse com medo de algo. - Quem é você? 

- Meu nome é Skye, e aquele -,aponto para Harry. - é o meu amigo. 

  Eles se encaram, mas logo voltam à atenção para mim.

- O senhor sabe o que aconteceu com Luke, o rapaz que mora aqui?  - Índico o apartamento, esperando uma resposta convincente. 

- Não sei. Esses garotos vivem saindo e voltando, é assim o tempo todo. - Explica vagamente,  voltando a concentrar-se no trabalho. 

- É muito importante para mim. Se o senhor souber de qualquer coisa,  por favor, me conte. - Insisto, dessa vez,  apelando para o lado sentimental. 

  O homem me olha, parecia estar decidindo se deveria ou não falar o que sabia, mas, no fim, ele apenas suspira e assente.

- Tudo bem. Ontem à tarde eu o vi sair, estava com muitas malas, acho que viajou.

  Olho para trás, onde Harry estava de pé,  me encarando como quem diz: Muito bem, e agora?

  Agradeço ao zelador por ter nos ajudado, e logo vou até Harry, preciso sabe para onde ir. Não que ele saiba muito, mas é bom poder conversar com alguém. 

- Parece que ele fugiu. Será que já sabia que a policía descobriu? - Ele interroga. 

- Não sei, provavelmente. - Por mais que quisesse negar, eu torcia, com todas as minhas forças, para que tudo não passasse de um engano.

  - Você está triste, não é? - Pergunta, enquanto caminhamos pelo corredor.

- Um pouco. Mas quem, no meu lugar, não estaria? 

- Entendo. Mas não fique assim, certa vez me disseram que tudo de mal que acontece,  é para um bem futuro. 

  Harry tenta me animar, passando à minha frente  e abrindo a porta, também segurando em seu chapéu e fazendo um sinal, como um verdadeiro cavalheiro. 

Sorrio com sua atitude, estava tentando me ajudar e isso foi muito gentil. Bem, no final, talvez ele esteja certo. 

  Entramos no carro e ele dirigi de volta para casa. No caminho, os poucos diálogos que tivemos acabaram senso tivertidos, falávamos sobre assuntos aleatórios e eu consegui arrancar alguns sorrisos dele - o que já é um progresso. 

  Por sorte minha mãe ainda não tinha chegado quando eu voltei, aparentemente foi comprar alguma coisa no caminho paea casa, o que ao menos me livra de ter que dar respostas sobre onde eu estava,  afinal, o que eu poderia dizer?

" Oi mãe, eu estava na delegacia porque eu na sou mais suspeita de matar meu amigo, agora o suspeito é o irmão desaparecido dele, que por acaso, é meu namorado! "

 é, acho que não daria certo.

  Subo para o quarto e tomo um banho, já vestindo meu pijama, já que pretendia não sair de casa hoje. Vou ao Notebook e percebo que havia uma mensagem, de Matt. 

" Hey, Skylar, onde você está? "

" Em casa, por quê? "

" Estava preocupado,  enviei milhões de mensagens, mas você não respondeu. "

" Eu também tentei falar com você, mas você quem não respondeu. "

" Que estranho, parece que tinha algo bloqueando os envios. " 

  Matt passa mais alguns minutos digitando, até que manda outra mensagem. 

" Eu recebi esse E-mail de manhã, acho melhor você ver.'

 Ele envia um link e assim que eu clico em cima, vai para um site. O fundo era preto, no centro havia uma foto minha saindo da escola e, bem no topo, o nome do site: BLUE EYES.

Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Where stories live. Discover now